ANTIGA CASA DO CORONEL
ZÉ PEREIRA, QUE FOI PARCIALMENTE DEMOLIDA NA DÉCADA DE 1960 E REFORMADA PARA
SERVIR COMO CONVENTO DOS FRADES CARMELITAS DE PRINCESA
A Casa do Coronel José Pereira Lima que era situada à Rua “Coronel
Marcolino”, foi testemunha de muita história e de muitos acontecimentos
importantes da vida princesense. O imóvel, construído no início do século XX
(foto acima) para abrigar os recém-casados José Pereira e Xandu, viu ali
nascerem os vários filhos do casal, dos quais somente dois vingaram: Luizinha e
Aloysio. Foi também naquela casa que se hospedaram várias autoridades
estaduais, a exemplo dos presidentes (governadores) Solon de Lucena e João
Suassuna (na década de 1920), e João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque em
fevereiro de 1930.
Além de contar com vasta e rica biblioteca, a casa do coronel
sediava também saraus literários que contavam com a presença dos muitos
intelectuais que, na efervescente década de 1920, povoavam Princesa, a exemplo
do poeta e professor Waldemar Emygdio de Miranda; do escritor Érico de Almeida;
do maestro Joaquim Leandro de Carvalho e dos intelectuais e políticos, Belarmino
Medeiros, Zacharias Sitônio, Adriano Feitosa, Richomer Barros, Severino
Loureiro, dentre outros. A residência do Coronel serviu também de local para
hospedar os membros das Companhias de Teatro que vinham se apresentar em
Princesa, oriundas do Recife e de outras cidades.
Depois da “Guerra de Princesa”, a antiga residência do Coronel
foi invadida pela polícia paraibana e transformada em cadeia para a detenção de
alguns correligionários de Zé Pereira. Retornando do exílio, o Coronel, talvez
desgostoso pelos transtornos por que passou sua antiga casa durante sua
ausência de Princesa, não mais ali quis morar, cedendo como empréstimo, aquele
imóvel, para os frades Carmelitas que haviam acabado de chegar a Princesa. Alojaram-se
os padres, naquele imóvel provisoriamente, o que mais tarde foi definitivamente
vendido aos mesmos e transformada, aquela casa, em Convento dos Frades
Carmelitas.
Na década de 1970, esses mesmos frades promoveram uma reforma
total naquele imóvel que foi, sem dúvida, um marco histórico e arquitetônico da
cidade, descaracterizando-o completamente em sua original e bela arquitetura,
restando apenas esse registro fotográfico daquele prédio que foi tão importante
para a nossa história.
Interessante assinalar que, a despeito da grande contribuição
dada pelos frades carmelitas à Educação e ao entretenimento (cinema) de
Princesa, o mesmo não fizeram com relação ao patrimônio arquitetônico da cidade
quando se constituem nos maiores promotores da derrubada de vários prédios
históricos de Princesa. Destruíram, além da casa de Zé Pereira, as Igrejas
Matriz e do “Rosário dos Negros”; o Colégio “Monte Carmelo”; o Orfanato “São
José”, dentre outros de menor monta.
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