sexta-feira, 13 de maio de 2022

Aspectos gerais da História da Educação em Princesa

A Educação no município de Princesa, como na maioria das Vilas de então, começou de forma incipiente, movida exclusivamente pela vontade e o empenho dos mandatários locais da época. Inicialmente, somente podiam frequentar escolas – mesmo as particulares -, alunos do sexo masculino e, em sua grande maioria, os que nasciam nos chamados “berços de ouro”. Aos pobres, era reservado o ofício da lavra da terra e outros serviços, domésticos ou braçais.

Sob a égide do Coronel, o português Manuel Rodrigues Florentino, por volta de 1850, vieram de fora alguns professores que se dedicavam a ensinar aos filhos dos abastados, lecionando nas casas destes. No final do século XIX, já sob o comando do coronel Marcolino Pereira Lima, foram instaladas as primeiras escolas particulares. Os primeiros professores que aqui aportaram, foram: Laurindo Peregrino Bandeira de Melo (professor de Adriano Feitosa), Antônio de Carvalho Rosas, Adriano Feitosa Cavalcanti, Ascêncio Viana de Miranda, Benedito Nogueira, Waldemar Emygdio de Miranda, Herondina Wanderley, Porcina Cavalcante, Marina Cavalcante, Eliza Mendes, Mariana de Almeida, Maria Alice Maia, dentre outros.

Em 1889, segundo consta no Almanak Administrativo do Estado da Parahyba do Norte, com apenas 18 anos de idade, Adriano Feitosa Cavalcanti foi nomeado professor público para a cadeira do sexo masculino para lecionar, de forma interina, no povoado de Bom Conselho. Mais tarde, em comentário sobre a Educação em Princesa, Alcides Carneiro disse: “O professor Adriano Feitosa foi o homem que ensinou Princesa a ler”.

A primeira Escola (particular) de grande monta foi criada pelo professor Adriano Feitosa Cavalcanti, em 1899 e funcionava à atual Rua Padre Arcoverde. Auxiliado por um seu sobrinho, Enock Cavalcanti, em 1918, a Escola do professor Feitosa (como era chamada), já contava com mais de 80 alunos e, nesse ano, passaram a ser admitidas alunas do sexo feminino.

Nessa escola, estudaram vários princesenses ilustres, entre eles: o ministro e tribuno, Alcides Vieira Carneiro; o maestro, João Baptista Siqueira; o músico e compositor, Joaquim Leandro de Carvalho; o literato e cordelista, Laurindo Gomes Maciel; o maestro e fundador da Orquestra Sinfônica Brasileira, José Siqueira, dentre outros. Interessante observar que esse estabelecimento de ensino, mesmo particular, não era subsidiado pelo estado, tampouco cobrava mensalidades. Segundo o saudoso prefeito de Princesa, Zacharias Sitônio, os pais dos alunos arcavam apenas com as despesas necessárias para viabilizar o ensino e, os alunos pobres, que demonstravam interesse em aprender, o professor Feitosa bancava seus estudos, gratuitamente.

Além da Escola do professor Adriano Feitosa, mais duas foram instaladas em Princesa; a da professora Alice Maia, na década de 40 e, na década de 60, a da professora Iracema Marques. Porém, as duas que mais se destacaram, foram: a do “Professor Feitosa” e a de “Dona Alice de Padre Maia”.

Em 1922, atendendo solicitação do coronel José Pereira Lima, o então presidente (governador) da Parahyba do Norte, Solon de Lucena, determinou que fosse construído um prédio para abrigar um Grupo Escolar na já cidade de Princesa. A obra só foi concluída em 1926, pelo governo do presidente João Suassuna e inaugurada com o nome de Grupo Escolar “Gama e Melo”. Similar a essa Escola, havia uma outra, somente na cidade de Cajazeiras. O primeiro diretor dessa Escola foi o professor Severino Loureiro.

Em 1938, atendendo convite do coronel José Pereira, os frades da Ordem Carmelita, vieram para Princesa e, com eles, também as irmãs Carmelitas que, sagradas no altar-mor da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, em Recife, vieram para Princesa com a missão de abrir uma Escola para moças. Sob o comando do frade espanhol, frei José Maria Casanova Magret, no dia 27 de março de 1938 chegaram, as freiras, acompanhadas do frei Henrique Ratis, muito preparado e culto, para abrir dois colégios, um para moças e outro para rapazes; ambos receberam o nome de “Monte Carmelo”. O masculino funcionava no número 138 da Rua “Coronel Marcolino” e, o feminino, na Rua “São Roque”, nº 10. Em 17 de setembro de 1940, já denominado “Escola Normal Monte Carmelo”, para formação de professoras, o Colégio foi reconhecido pelo Estado pelo Decreto-Lei nº 90.

A Escola Normal Monte Carmelo, que formava professoras, teve como sua primeira diretora a madre Maria Carmelita de Jesus (Afra de Sá Ferraz, nascida na cidade de Floresta/PE). Os primeiros professores daquela Escola, foram, dentre outros: Frei Manoel Carneiro Leão; frei Carmelo do Santo Alberto; dr. José Pereira Cardoso; dr. Édson Frazão; dr. Francisco Lima Pacheco; dr. Antônio Nunes Farias; dr. Cláudio Machado e dr. Francisco Espínola. Para essa Escola convergiam moças das várias cidades, tanto da Paraíba, como dos estados de Pernambuco e Ceará.

Em 19 de abril de 1944, foi fundado o Orfanato “São José” que mais tarde foi denominando de Educandário “São José”, também administrado pelas irmãs Carmelitas.

Em 1º de outubro de 1949, por iniciativa do então deputado estadual, dr. Antônio Nominando Diniz, foi criado o Ginásio “Nossa Senhora do Bom Conselho”- que este ano completa 73 anos. Em 1971, foram implantados, nessa Escola, os cursos de nível médio: Científico e Clássico. Até o início da década de 80, era esse o único estabelecimento de ensino da segunda fase do fundamental existente em toda a região polarizada por Princesa

Em 25 de maio de 1962, foi criada a Escola de Datilografia “25 de Maio”, pelo professor Antônio Eugênio Besêrra, reconhecida de Utilidade Pública, pelo Governo Municipal, através da Lei nº 255 de 28 de junho de 1969.

Em 1972, sob a organização do senhor João Mandú Neto, foi criada mais uma escola, o Instituto “Frei Anastácio”, que funcionava em prédio próprio e era administrado pela Ordem Franciscana Secular. Essa Escola foi fechada há pouco mais de 10 anos.

Em março de 1975, atendendo pleito do ex-deputado, Aloysio Pereira Lima, durante o governo Ivan Bichara, foi instalada, em Princesa, a Escola de 1º e 2 º Graus “Ministro Alcides Vieira Carneiro”, que passou a funcionar no prédio onde antes era a Escola Normal Monte Carmelo.

Foram vários os professores e professoras que se imortalizaram, em Princesa, pelo alto saber e pela dedicação no ensino das letras. Dentre eles, destacamos alguns: dona Maria Pontual (mãe e filha); professor José Gomes Sobrinho (“Pai Zé”); dona Maria Babosa; dona Vianinha; dona Iracema Marques, dona Licor Henriques; dona Nilza Mandú; professor José Leite e muitos outros.







 

 

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