Sempre soubemos todos, que a democracia nos EUA tem uma chaga
quase incurável. Ali, a liberdade, que é cultuada como uma causa pétrea, se torna sem limites no tocante ao direito de seus
cidadãos, maiores de 18 anos, possuírem armas fogo de forma fácil e
indiscriminada. No entanto, o que reina na terra do Tio Sam é a hipocrisia,
pois, não é a liberdade quem comanda essa possibilidade, mas sim os interesses
comerciais da própria democracia.
Nos Estados Unidos, os que fazem as leis (deputados e
senadores), são financiados pela milionária indústria de armamentos. Naquele
país, o lobby desse segmento é forte
e imbatível. Da mesma forma que temos aqui no Brasil, as bancadas do
agronegócio e da Bíblia, nas nossas Casas Legislativas, lá, existe uma forte
bancada das armas e das munições, financiadas pela indústria armamentista que
despeja milhões de dólares nas campanhas eleitorais desses políticos,
principalmente, quando se trata de candidatos do Partido Republicano.
Resultado disso é que, nos EUA, existem, em posse de seus
cidadãos, mais armas do que habitantes naquele país e, a consequência tenebrosa
disso, são os crescentes massacres ocorridos em escolas, supermercados,
igrejas, etc., perpetrados por fanáticos, racistas, alienados, o que vem
crescendo e dizimando vidas inocentes. No início desta semana, um jovem de 18
anos, invadiu uma escola de ensino elementar e assassinou 19 crianças e duas professores.
Somente neste ano, já se registram mais de 100 atentados dessa natureza.
É certo que este assunto sequer deveria nos ocupar em
discorrer sobre ele aqui no Brasil. Essa chaga americana é antiga e
constitucional, esse direito ao porte de armas consta na Carta Magna daquela
Nação desde 1796. O problema é que, aqui no Brasil, por determinação do atual
governo, a disseminação de armas e o porte legal delas vem se tornando também
algo institucional. É como se estivéssemos cegos para esse perigo. A coisa é
tão escandalosa que o próprio presidente da República, posa para fotografias
imitando estar com uma arma nas mãos.
A permanecer essa ordem, aonde vamos parar? Seremos, em
breve, um novo EUA? Ao invés de seguirmos o exemplo daquela grandiosa Nação no campo
da economia, por que escolhemos ser infectados pela pior chaga que a corrói?
Quais os benefícios que podemos auferir de uma população armada? É triste
constatar que alguns, que fazem parte de um povo pacífico como o brasileiro,
ainda se submetam aos caprichos de um maluco. Atentemos, a maioria, para que a
nossa “bancada da bala” no Congresso Nacional, ainda incipiente, não cresça nas
próximas eleições. Botemos nossas barbas de molho.
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