sexta-feira, 15 de julho de 2022

Bolsonaro e o anestesista

Durante esta semana, viralizou, nas redes sociais, a noticia e a repercussão do caso do estupro praticado por um anestesista contra mulheres que pariam na Baixada Fluminense. Algo horrendo se considerarmos a situação de vulnerabilidade das vítimas e a ousadia macabra do médico. É de pensarmos até onde chega a capacidade maligna da mente humana. A morbidez desse tipo de comportamento nos remete aos mais baixos sentimentos humanos quando analisamos, tanto o ato criminoso quanto sua avalição por aqueles que se aproveitam das misérias humanas para se locupletarem nos seus interesses inconfessáveis.

Não bastasse a hediondez do crime daquele médico (que não merece sequer que citemos seu nome), a Nação ficou estarrecida também com os comentários proferidos pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, quando, minimizando o fato e descaracterizando a anormalidade do crime, disse: "O que ele [o médico] aprendeu mais naquela Universidade?" Quis dizer com isso, o presidente, atribuindo o comportamento criminoso daquele anestesista à ideologia de esquerda, que o médico aprendeu esse comportamento criminoso nos bancos da Universidade, pondo a culpa na instituição de ensino que o formou. Para Bolsonaro, tudo o que se refere a educação, no Brasil, está contaminado por ideologias que ele abomina.

Para completar, em concerto com a opinião de Jair Bolsonaro, o vice-presidente, Hamilton Mourão, minimizou também o crime cometido por um bolsonarista que ceifou a vida de um petista em Foz do Iguaçu, no último fim de semana, quando atribuiu o feito criminoso a "coisas da cachaça". Atribuem desimportância ao que depõe contra eles e enfatizam o que lhes é conveniente. Remetendo ao caso do anestesista, o que considero um crime hediondo e comum às pessoas portadoras de distúrbio psicológico, imagino que, se as atividades criminosas do Jock o Estripador, acontecessem no Brasil, certamente o presidente diria ser fruto da ideologia de esquerda. Para Bolsonaro, existem dois brasis: um antes, e outro, depois dele.



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