quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Agosto, o mês do desgosto?

     Desde há muito o mês de agosto é considerado um mês aziago, o que muitos reputam um período de maus presságios e de tenebrosos acontecimentos. Agosto, nome dado ao oitavo mês do nosso calendário - em homenagem ao imperador romano Augusto César -, é um mês igual aos outros, porém, a crença popular, baseada em lendas e superstições, o nominaram de “o mês do desgosto”. É verdade que vários fatos de tristes lembranças, ocorreram – ao longo da história -, tanto no mundo quanto no Brasil, em dias desse mês. Citaremos aqui alguns somente a título de ilustração:

                                       No mundo           

. Em 24 de agosto de 1572, a rainha católica francesa Catarina de Medici ordenou o massacre de vários protestantes (só em Paris, foram mortos mais de 3.000 huguenotes) na noite do dia de São Bartolomeu. Um massacre histórico.

. As mulheres portuguesas não se casavam no mês de agosto porque era o mês em que os navios zarpavam com os homens em busca da descoberta de novas terras e, por isso, temerosas de não terem uma lua de mel ou mesmo de ficarem precocemente viúvas, deixavam para casarem-se no retorno de seus noivos. Mal explicado à época, tornou-se isso numa praxe sob a alegação de ser o mês de agosto, azarento. Por isso, até hoje, muitas noivas evitam casarem-se nesse mês.

. Em 02 de agosto de 1934, Hitler assumiu o cargo de presidente da Alemanha, acumulando também a função de Chanceler e, com o poder total nas mãos, promoveu, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), o maior genocídio já registrado no mundo, o que ficou conhecido como: Holocausto.

. Em 06 e 09 de agosto de 1945, 200 mil japoneses pereceram sob os efeitos das duas bombas atômicas disparadas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, respectivamente. Essa tragédia humana forçou a rendição japonesa às potências Aliadas (EUA, URSS, Inglaterra e França)

No Brasil

. Em 24 de agosto de 1954, o presidente da República, Getúlio Dorneles Vargas, acusado de denúncias graves de corrupção e acuado pelos efeitos do atentado da “Rua Toneleiros” que vitimou de morte o major Vaz e feriu o então deputado Carlos Lacerda - pressionado para renunciar ao mandato -, Vargas renunciou não somente ao mandato, mas também à vida, suicidando-se na madrugada daquele dia, com um tiro no peito.

. Em 25 de agosto de 1961, o então presidente da República, Jânio da Silva Quadros, alegando estar sendo pressionado por “forças ocultas”, renunciou ao cargo de presidente para o qual havia sido eleito no ano anterior, portanto, com apenas sete meses de mandato. Essa renúncia criou situação favorável ao golpe de Estado que instituiu a ditadura militar no Brasil, o que perdurou por longos 21 anos.

. Em 22 de agosto de 1976, vítima de um acidente automobilístico - até hoje considerado por alguns, misterioso -, morreu o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, numa estrada federal que liga o Rio de Janeiro a São Paulo.

. Em 31 de agosto de 2016 a então presidente, Dilma Rousseff, foi afastada do cargo de presidente da República. Após três meses de tramitação do processo, iniciado no Senado Federal, a presidente afastada foi, definitivamente, destituída do cargo por 61 votos a favor e somente 20 votos contra.

     Por essas e outras - o mês de agosto que não se faz diferente dos outros -, ficou por muitos, conhecido como o mês do desgosto. Porém, se formos analisar acuradamente os acontecimentos nefastos ocorridos nos outros meses, veremos que não há muita diferença entre todos. Essa é apenas uma superstição que tomou domínio popular, preenchendo o imaginário daqueles que valorizam o que é contido de mistério. No mais, é tudo igual: mês é mês.

 


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