O descaramento do presidente da República, Jair Bolsonaro
(PL), que concorre à reeleição, se converte em falta de respeito às religiões
cristãs e, consequentemente, ao Deus em que ele diz acreditar. Sem se definir a
qual credo pertence, Bolsonaro – que já foi batizado por duas Igrejas
Evangélicas, por uma delas no Rio Jordão, em Israel -, usa a todos, em busca de
apoios eleitorais.
Mesmo sem nunca haver participado antes, esteve na procissão
marítima do “Círio de Nazaré” e, na última quarta-feira (12), foi ao Santuário
de Aparecida do Norte assistir a uma missa. Pelas duas participações, o
presidente foi criticado pelos arcebispos do Pará e de Aparecida,
respectivamente. Essa apropriação do que é sagrado escandaliza, quando é sabido
que Bolsonaro não tem religião alguma.
Enquanto o candidato à reeleição usa o nome de Deus em vão,
Lula (PT) se recusa a apropriar-se das coisas da religião para angariar votos.
Diferente de Jair Bolsonaro, Lula é reconhecidamente católico, no entanto, não
mistura o sagrado com a política. A falta de escrúpulos do presidente Bolsonaro
pode fazê-lo desacreditado como religioso tanto quanto não acreditam, os
pobres, nas suas ações eleitoreiras usando os dinheiros públicos.
O tumulto estabelecido em Aparecida do Norte, quando
apoiadores do presidente se reuniram, fantasiados e bêbados, para ovacionar o
candidato à reeleição, causou o maior constrangimento a todos. Não bastasse
isso, vaiaram o arcebispo, dom Orlando Brandes no momento em que proferia um
sermão. Num desvirtuamento total daquele momento sagrado, Jair Bolsonaro, no
afã de virar o jogo eleitoral, promove cenas repugnantes que mais conspiram
contra seus interesses políticos.
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