terça-feira, 18 de outubro de 2022

O debate entre João e Pedro

Ontem (17), aconteceu um debate entre os candidatos ao Governo do Estado da Paraíba nesse segundo turno. João Azevedo (PSB), que concorre à reeleição e Pedro Cunha Lima (PSDB) que ficou em segundo lugar e congrega agora apoios de quase toda a oposição. Ambos se mostraram preparados quanto aos questionamentos e às respostas. No entanto, Pedro se fez mais efetivo na condução do debate por evitar discussões sobre o passado, atendo-se mais aos projetos futuros.

É claro, que diferente não poderia ser. Pedro é deputado federal e nunca ocupou cargos executivos, apenas carrega o peso de ser herdeiro de um clã político tradicional que já deu dois governadores a Paraíba: seu avô, Ronaldo e, seu pai, Cássio Cunha Lima. Para ele [Pedro] não seria interessante pautar aquela altercação com base nos feitos ou defeitos de seus progenitores.

Mesmo assim, João, no afã de imputar algum defeito ao jovem candidato tucano, insistiu em relembrar administrações passadas, o que deu o mote para que Pedro lembrasse a origem política do governador e suas práticas eleitorais, o que foi o calvário de João: R$ 120 mil de mesada; seis secretários presos; traição ao criador, dentre outras vulnerabilidades de Azevedo, acrescentando que ele foi eleito por obra e graça de um esquema de corrupção que desviou milhões da Saúde paraibana.     

Tentando afastar de si essas acusações, o governador ateve-se a dizer o que pensa fazer se reeleito for. Já Pedro, se mostrando preparado, focou na necessidade de uma administração moderna e futurista sem se espelhar no passado. Em face dessas diferenças, vendo o debate, não pude deixar de lembrar que essas eleições trazem ingredientes do passado. Em 1965, foi eleito governador, um João (Agripino) em substituição a um Pedro (Gondim). Quem sabe agora, será eleito um Pedro em substituição a um João?




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