Estamos crescendo os dedos e diminuindo o exercício cerebral. Para o conhecimento do que quisermos basta ir no google, dar um clique e pronto. Não existe mais pesquisa (aquele prazer é coisa do passado, obsoleto, careta!). Não precisamos mais saber o que é o quê. Basta olhar na internet, reproduzir ipsis litteris e pronto. Para nós, os velhos, tudo bem. Já sabemos de alguma coisa colhida dos "ultrapassados" livros. Para os jovens, no entanto, isso é uma tragédia. A preguiça eletrônica não os deixam aprender mais nada. Pesquisam em grego, pois não sabem o que estão lendo ou escrevendo.
Antes da chegada da internet e da facilidade em acessar dados vários apenas com um clicar, careciamos de procurar uma biblioteca, consultar vários livros, o que funcionava como se estivéssemos num supermercado com o intento de comprar apenas um pacote de biscoitos, mas, estimulados pelo que víamos, acabávamos comprando mais coisas. Assim eram as bibliotecas. Você se destinava a pesquisar algo específico mas acabava cheio de outras informações estimulado pela curiosidade de conhecer melhor o que, por acaso, lhe interessava.
Biblioteca, hoje em dia, é algo assombroso, cavernoso, silencioso demais. Para a maioria dos jovens, já está sendo chamada de "museu do conhecimento". Na verdade, a maioria dos jovens sequer conhece uma. Bibliotecas, até tempos recentes, eram o templo do conhecimento, o local onde se reuniam estudantes para consultas que, em muitos, estimulava a curiosidade e, consequentemente, o hábito da leitura. Hoje, ninguém liga mais pra isso, tampouco há qualquer estímulo para tanto. O que voga agora é a telinha luminosa do aparelho celular.
É triste constatar que essa prática - a da pesquisa eletrônica - fácil e rápida, seja, além de muitas vezes, duvidosa, nada ensine, nada estimule. As informações contidas nas páginas eletrônicas nem sempre são confiáveis porque, concisas e padronizadas, carregam também a possibilidade de não serem verdadeiras. Além do mais, a restrição à consulta eletrônica, se estimula o desenvolvimento dos prolongamentos articulados das mãos, os enrijece para o exercício da escrita. Tudo agora é feito na ponta dos dedos e, por isso, ninguém sabe mais nada na ponta da língua. Estamos na era da inteligência da preguiça.
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