quinta-feira, 8 de junho de 2023

As faturas de Dallagnol e Moro

Mexer no cão com vara curta já é complicado. Imagine mexer, com a mesma vara, em vários cães. Foi o que fizeram, o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador (e agora ex-deputado) Deltan Dallagnol. No exercício dos processos da Lava-Jato, o magistrado e o promotor, em suas respectivas Varas, fustigaram muitos deputados, senadores, ministros, empresários e até ex-presidentes da República. Vários foram presos, outros tiveram de devolver dinheiro, alguns ficaram inelegíveis, dentre outras punições. A maioria das condenações foram baseadas na famigerada “Delação Premiada”. Foi aí que o bicho pegou.

Passados alguns anos, sob análise mais fria, fora do calor das discussões e dos holofotes da imprensa, muitas dessas condenações foram consideradas nulas por falta de provas. Além disso, um hacker descobriu que muitos desses julgamentos foram feitos sob combinação do juiz Sergio Moro com alguns procuradores, dentre eles o Deltan Dallagnol. No caso de Lula, Dallagnol telefonou para Moro dizendo: “Sobre o tríplex, não temos provas”. “Manda assim mesmo que aqui eu dou um jeito e condeno”, respondeu Moro. E assim foi feito e Lula, condenado, passou 580 dias na cadeia em Curitiba.

Com muitos outros processos a farsa ocorreu da mesma forma. No entanto, a prioridade nº 1, era impedir a candidatura de Lula à presidência da República em 2018. Nisso lograram êxito. Hoje, porém, o feitiço está virando por cima dos feiticeiros. Deltan Dallagnol teve seu mandato de deputado cassado sem que a Câmara Federal fizesse nada por ele. Vingança? Sergio Moro, que foi ser Ministro da Justiça com a promessa de ser designado para o STF, terá, agora, de engolir, justamente o advogado de Lula, Cristiano Zanin, indicado para a vaga que seria sua. O tempo é o senhor da razão e, as faturas chegaram.



 

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