sábado, 23 de setembro de 2023

O golpe estava configurado

Até a decisão do tenente-coronel Mauro Cid em fazer delação premiada, os indícios de que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro intencionava promover a ruptura institucional com um golpe de Estado eram evidentes, mas não se tinha uma certeza que pudesse comprovar essas intenções. As evidências eram gritantes fruto do comportamento do próprio Bolsonaro quando atacava os demais poderes da República, questionava a lisura do processo eleitoral e incitava seus devotos em manifestações antidemocráticas.

Agora, em face das confissões de seu principal ajudante-de-ordem, que afirmou haver, o ex-presidente, participado de uma reunião com o alto comando das Forças Armadas para tratar da viabilidade de um golpe militar, tudo vem às claras, principalmente, quando Mauro Cid afirma que o então comandante da Marinha do Brasil, o almirante de esquadra, Almir Garnier Santos, se prontificou disponibilizando suas tropas para tanto e quando afirma que, contrariando o almirante, o comandante do Exército se recusou em acompanhar a intentona bolsonarista.

A delação de Mauro Cid está juntando as peças de um quebra cabeças que está dando dor de cabeça em muitos figurões da República. De sorte que a maioria do comando das Forças Armadas resistiu às intenções golpistas de Bolsonaro e a democracia brasileira saiu incólume dessa aventura grotesca. Primeiro, o povo brasileiro, quando disse não a Jair Bolsonaro nas urnas e, depois, as Forças Armadas que, em cumprimento da lei não se submeteu a esse aventureiro, mas, o golpe, estava configurado.



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