Um dos sintomas mais evidentes de que o presidente eleito da
Argentina, Javier Milei, não é levado a sério, foi o silêncio da comunidade
internacional – o chamado mundo civilizado – quanto ao resultado das eleições
naquele país. A grande imprensa da Europa, Estados Unidos e Ásia, pouco
comentou sobre o pleito na Argentina, registrando apenas o resultado, sem
comentários ou análises mais acuradas.
As teses defendidas por Milei são tão estapafúrdias - por sua
evidente inexequibilidade - que ninguém vem dando atenção. No entendimento do
mercado mundial, como poderá, Milei, dolarizar a economia argentina sem ter um
dólar sequer? Como pode, o novo presidente, falar em dar um tiro na inflação se
a Argentina é o país maior devedor do Fundo Monetário Internacional – FMI? Como
pode, um mandatário, com a responsabilidade de promover a regulação do mercado financeiro,
acabar com o Banco Central?
Diante de tudo isso, os grandes do mundo viraram a cara para
o resultado da eleição na Argentina. Javier Milei, ao invés de manter a
tradição e anunciar visita ao tradicional parceiro comercial, o Brasil,
anunciou que visitará Israel e os EUA. Para completar, além de haver destratado
o presidente do Brasil tachando-o, durante a campanha, de comunista e
totalitário, esnobou Lula e convidou Bolsonaro e os filhos deste para sua posse
no próximo dia 10 de dezembro.
Histriônico, Milei, fez uma campanha como se estivera no
picadeiro de um circo, em apresentações ridículas quando, portando uma
motosserra se propunha a destruir tudo. Em outra cena, aparecia arrebentando
uma maquete do Banco Central Argentino, com um cabo de vassoura, ao vivo e a
cores num programa de televisão. Não bastasse isso, justificando sua recente
conversão ao judaísmo, o presidente eleito, afirmou que vai romper relações com
o Vaticano porque, o papa – seu conterrâneo – tem um pacto com o maligno. A
rabissaca do mudo está justificada e poderá lhes trazer sérias dores de cabeça.
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