sábado, 11 de novembro de 2023

O Sobrado de Richomer Barros

O sobrado acima retratado pertencia a Richomer Góis de Campos Barros, e existia exatamente onde está localizado, hoje, o prédio da atual Igreja Matriz de Princesa. Ali, além do sobrado, existia também uma rua de casas antigas, e históricas, pelos moradores que as habitavam. No entanto, tudo foi destruído num relampejar irresponsável, pela ação do então vigário de Princesa, frei Anastácio Palmeira, no final da década de 1960.

O sobrado era a residência do escritor, poeta, botânico, músico e telegrafista dos Correios de Princesa, Richomer Barros. Além de todas essas credenciais era, o homem, também uma espécie de secretário particular do coronel José Pereira Lima, durante a chamada “Guerra de Princesa” e, no dizer do historiador princesense, Paulo Mariano era, Richomer Barros, o “intelectual mais refinado de Princesa”.

O imóvel era uma construção simples, porém, majestosa ostentando suas “pinhas” de porcelana portuguesa encimando seu frontispício. Segundo o saudoso tabelião João Barros - que era filho de Richomer, - foi dali que seu pai, curioso e conhecedor profundo de geografia, acompanhou - auxiliado por um grande mapa estendido numa das paredes da sala daquele solar - as posições das tropas militares durante a II Guerra Mundial, quando marcava com alfinetes coloridos os movimentos, tanto das tropas Aliadas (Inglaterra, França, EUA e URSS), quanto das potências do Eixo (Alemanha, Japão e Itália).

 Além desse acompanhamento, Richomer, explicava a todos, de forma detalhada, o que vinha acontecendo na guerra na Europa, uma vez ser esse acompanhamento complementado pelas transmissões radiofônicas da emissora BBC de Londres, que eram bem compreendidas por ele, que dominava os idiomas, inglês e francês. É lamentável termos que retratar as imagens de tantos prédios históricos que já não existem mais e que tornavam o centro de Princesa um primor em termos de arquitetura, além de haverem sido palco de acontecimentos por demais importantes. Porém, pior ainda seria não darmos a oportunidade àqueles que não os conheceram (e que não hão de conhecê-los jamais), de pelo menos terem informações de como era o centro histórico da nossa cidade.


                                                                                                                               


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