João, Geraldo e a cobra
João Matias e Geraldo de Lourdes eram acostumados a caçar. Um
belo dia, acertaram de sair, bem cedinho, para arrancar um peba ou um tatu na
propriedade de “seu” Benedito Lima. Pegaram os cachorros e partiram ainda de
madrugada. Animados ficaram, os dois, quando viram que vários buracos haviam
num terreno coberto por folhas de juazeiro. João começou a cavar um dos buracos
e, Geraldo, diligente, passou a limpar as folhas do entorno do buraco.
De repente, João sentiu vontade de cagar e disse:
- Geraldo, fica cavando aí que eu vou dar uma cagada.
Geraldo atendeu ao pedido do amigo que se afastou um pouco,
acocorou-se, e começou a fazer o serviço em cima de um terreno coberto de
folhas. Antes da merda sair, João sentiu uma forte picada na cabeça da rola e,
quando olhou, viu uma cobra cascavel correndo entre a folhagem. Olhou o “pinto”, e já viu o bicho inchando e
gritou:
- Geraldo! Corre homi, uma cobra me mordeu.
Chegando mais perto, Geraldo viu que o amigo corria perigo
pois, estava todo se tremendo e com a cabeça da rola toda encarnada e inchada.
Enquanto isso, João gritava:
- Eu vou morrer, ai meu Deus, eu vou morrer. Geraldo, liga
pra doutor a Alan e pergunta o que é que eu faço... Ai eu vou morrer...
Geraldo pegou o celular e ligou pra doutor Alan, relatando o
fato e perguntando o que deveria fazer. O doutor atendeu, ouviu a história e
recomendou:
- Você tem uma faca aí?
Geraldo respondeu:
- Tenho, doutor.
Aí o médico receitou:
- Você pega a faca, corta um pouquinho aonde a cobra mordeu,
chupa o sangue umas três vezes, cuspindo fora, e traz o seu amigo aqui pro
hospital.
Enquanto isso, João gritava:
- Ai meu Deus, eu vou morrer, eu vou morrer...
Mesmo na aflição em que se encontrava, João viu que Geraldo
falava com o médico e perguntou:
- E aí, Geraldo, o que foi que o dotô disse?
Sem meias palavras, João respondeu:
- Disse que tu vai morrer mermo.
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