quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

A carta do vice

Lembrando a atitude do então vice-presidente da República, Michel Temer, quando, na iminência do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mandou uma carta para avisar que estava saindo do governo, o nosso vice-prefeito, José Casusa, foi mais explícito quando preferiu conceder uma entrevista radiofônica dizendo, nas entrelinhas de sua fala: “Tô fora!” Na carta de Temer, ele se disse “desprestigiado”, um vice decorativo. Na fala de Casusa, este se disse “solitário” e que nunca foi chamado ou consultado para nada, um pote de mágoas.

Esses comportamentos são uma praxe na seara política. Via de regra, quando alguém quer romper – principalmente vices -, usa desse expediente para pular fora do barco. Na verdade, não é somente desgosto, mas sim o vislumbre do fim. Quanto ao desprestigiamento de vices, isso é uma praxe também. Os titulares sempre têm a intenção deliberada de tirar do caminho traçado os que têm olho na cara. A gostosura do poder não permite, aos que se acham líderes, a perspectiva de sombras. Primeiro, não deixam criar asas, se criam, cortam-nas. É proibido voar.

O que vemos hoje em Princesa, são duas situações de poda. A primeira, como já vimos, é a do atual vice-prefeito que já foi posto fora do páreo e que, em cima do muro, não disse ainda em quem vai votar. A segunda é o fator “Garrancho”. Pontuando bem nas pesquisas e envaidecido com isso, o presidente da Câmara pôs o bloco na rua, o que foi a gota d’água no copo de Nascimento. O alcaide não tolera ser ofuscado e promoveu a poda ainda na “fôia”. Uma fonte lá de dentro do grupo situacionista me informou que a possibilidade de Garrancho ser indicado candidato a prefeito, é zero!

Porquanto, mesmo em face dessa análise, está claro que nada está ainda definido. Somente de uma coisa todos sabem: Nascimento não cria cobra para mordê-lo, mesmo porque, em sua autossuficiência, ele confia no taco e acha que, seja qual for a sua indicação, cairá na graça do povo. O problema é que a situação está-se configurando de forma inversa. Normalmente, quando o navio começa a fazer água, os ratos são os que saem primeiro. Nesse caso, são os figurões que estão de malas prontas. Enquanto isso, os ratos estão prontos pra roer até a derrocada final.



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