Através de longa entrevista concedida pelo prefeito de
Princesa, Ricardo Pereira do Nascimento, ao blog “Mariajoão”, estamos tendo
oportunidade de traçar um perfil por demais curioso do alcaide princesense.
Quanto às mentiras já discorremos sobre isso. Sobre a hipocrisia, podemos
acrescentar que o gestor, por se achar acima do bem o do mal, fala pelos
cotovelos imaginando que, os que o escutam, não têm discernimento para saber o que
ele representa muito bem. Senão, vejamos:
Perguntado se era contra ou a favor do aumento salarial que a
Câmara Municipal votou em favor do prefeito, vice-prefeito, vereadores e
secretários, o alcaide respondeu na bucha: “Sou a favor”. E justificou, dizendo
que os agentes públicos têm de ganhar bem para não roubarem. Acrescentou que é
melhor um alto salário do que comprar Notas Fiscais ou pedir propina aos fornecedores.
Está certo? Certíssimo! O problema reside na transparência do que o prefeito
diz.
Analisemos: Começando pelo guarda-roupa do prefeito, que só
usa roupa de grife - inclusive, tem um antecedente nefasto quando, lá atrás, no
cargo de secretário de Saúde, comprou camisas de marca e lenços umedecidos com
dinheiro público -; passando pelos ricos penduricalhos que ostenta ao pescoço,
braços e dedos; na mansão que construiu logo no início do mandato de prefeito;
nas várias viagens ao exterior e na constante compra de carrões que custam uma
fortuna.
Façamos a conta: Nascimento disse que ganha R$ 24 mil por
mês. Multiplicado isso por ano, perfaz-se um total de R$ 288 mil/ano. Somando
os sete anos de mandato, o alcaide fez jus a R$ 2.016 milhões em salários.
Consideremos (por baixo) que a casa que ele construiu valha R$ 700 mil e que o
carro em que se desloca custe R$ 400 mil; somando isso à compra de um posto de
gasolina por R$ 700 mil, somente aí já vai um dispêndio de R$ 1,8 milhão. Sobra,
portanto, R$ 216 mil para todas as despesas com manutenção durante os sete anos
em que esteve à frente da prefeitura.
Pelas contas acima, só mesmo uma mágica poderia fechá-las em
azul. Em face desse cálculo, feito a grosso modo, não significa que o prefeito
de Princesa compre Nota Fiscal nem receba propina de fornecedores, mas exige
que ele diga também de onde consegue dinheiro para bancar sua ostentação e seus
sinais exteriores de riqueza. A não ser que haja aí financiamento de agiotas. Seria
de bom alvitre que Nascimento não tentasse imitar Pompeia Sula; que ficasse
calado e passasse ao largo dessa vontade de parecer honesto. Ao contrário da
mulher de César, Nascimento pode ser honesto, mas, não parece.
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