Há pouco mais de 100 anos acontecia a nona eleição para a
escolha do presidente da República do Brasil. Foi em 13 de abril de 1919, e o
escolhido foi o paraibano Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa. Foi uma eleição
inusitada. Epitácio Pessoa foi escolhido candidato à sua revelia quando
abençoado por uma convenção em que não estava presente e foi eleito presidente quando
estava fora do Brasil, em Paris, participando de uma reunião de cúpula dos
países vencedores da I Guerra Mundial. Não votou em si próprio; não fez
campanha nem um comício sequer e só chegou ao Brasil, em julho daquele ano,
para tomar posse no cargo para o qual foi eleito. Epitácio, candidato pelo PRM,
teve como concorrente o senador baiano Ruy Barbosa, que disputou pelo PRP.
A escolha do paraibano se deu pelo fato de o presidente
eleito em 1918, Francisco Rodrigues Alves, haver sido acometido da Gripe
Espanhola (pandemia similar à da Covid-19), e morrido antes de tomar posse no
cargo. Assumiu, interinamente, o vice-presidente eleito, Delfim Moreira (um
maluco) e, os próceres que comandavam a política nacional, sem conseguirem
entrar num consenso quanto à escolha de um candidato para concorrer numa nova
eleição (tanto São Paulo quanto Minas Gerais desejavam indicar o candidato que
deveria ser ungido presidente da República), resolveram, optar por um tertius, recaindo, essa escolha, sobre o senador paraibano, Epitácio
Pessoa.
Havida a eleição - o que à época era feito através de cartas
marcadas - Epitácio foi eleito quando obteve 70,96% dos votos válidos, contra
apenas 29,4% concedidos ao seu adversário, Ruy Barbosa. O paraibano, que
governou o Brasil durante o período de 28 de julho de 1919 até 15 de novembro
de 1922, em que pese nunca haver almejado ascender ao cargo mais importante da
Nação, foi o único brasileiro a presidir os três poderes constitucionais da
República. Epitácio foi presidente do STF; presidente do Congresso Nacional e
presidente da República. Esse registro histórico se faz necessário para que conheçamos
esse fato atípico da política nacional que alçou aos mais altos cargos da
República, um paraibano.
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