Hoje em dia, ninguém entende mais nada. Vivemos a pisar em
ovos quanto as declarações que fazemos. Nem brincadeiras podem mais ser ditas,
pois, as interpretações, enveredam logo pelos caminhos do “politicamente
correto”. Se não é um cerceamento de liberdade no falar é, no mínimo, uma
proibição tácita que valoriza a hipocrisia em detrimento do exercício do bom
humor ou da expressão da verdade. A fala de Lula não foi nada mais nada menos
do que uma brincadeira.
Em um discurso, numa referência às atribuições da nova Ministra
da Articulação Política e aos seus atributos físicos, Lula disse: “Agora botei
uma mulher bonita para tratar com os deputados”. O tempo fechou. Começou pelos
da extrema direita, a exemplo do deputado, Gustavo Gayer, quando afirmou que
“Lula agiu como um cafetão oferecendo Gleisi Hoffmann a uma negociação entre
gangues". Exagero que a própria ministra dissipou quando disse que Lula
não teve a intenção de exercer um comportamento machista.
Entendo, que assuntos mais importantes estão em pauta para
serem discutidos e que, a imprensa, não deveria dar tanta relevância a algo tão
desimportante quanto uma brincadeira do presidente da República. Muito mais
grave era a declarada misoginia do então presidente, Jair Bolsonaro, quando
chamava as mulheres de feias, agredia jornalistas mulheres e, sempre disse que
a única filha mulher que tem, foi um “escorrego”. É contraproducente a perda de
tempo com coisas irrelevantes quando se dá viés político a uma brincadeira.
Bonita, Gleisi é; resta saber se terá competência suficiente para negociar com
esse Congresso preconceituoso.
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