As intenções dos legisladores podem até terem sido boas quando prepararam e aprovaram a lei de cotas para mulheres na urnas, porém, as consequências têm sido nefastas e por demais autoritárias quando destituem de seus mandatos vários vereadores eleitos. Ao meu ver, é arbitrária essa legislação. Não há nenhum dispositivo legal dizendo que mulheres não podem ser candidatas a cargos eletivos, mas sim uma lei que determina uma cota de vagas para o sexo feminino que não podem ser preenchidas por homens. Até aí, tudo bem.
O sistema de cotas é salutar, principalmente quando trata da reserva de vagas para estudantes pobres egressos das escolas públicas; negros; indígenas, etc. para as Universidades públicas porque esses se viam impedidos de ingressar no ensino público e, agora, têm livre acesso. Mas isso é outra coisa, pois, eles [os estudantes] anseiam por esse ingresso e o fazem de forma efetiva, o que vem trazendo resultados positivos quando muitos jovens das classes inferiores estão adquirindo seus diplomas universitários. Nesse caso, a obrigação é salutar.
Quanto às mulheres na política, o problema é que a lei parece obrigá-las a ser candidatas mesmo que elas não queiram e, com isso, os partidos, no afã de cumprir essa lei enviesada, registram nomes de mulheres apenas para preencher a cota. Essas mulheres não fazem campanha, tiram pouquíssimos votos e, os homens eleitos por esses partidos, perdem os mandatos sob a alegação de que usaram as mulheres como escudos eleitorais. Quem em sã consciência pode entender isso? É verdade que as mulheres fazem a maioria do eleitorado, porém, mesmo assim, são sub-representadas nos diversos poderes legislativos.
Essa sub-representação, no entanto, é fruto da inapetência das mulheres pela política. Antigamente, poderia até se dizer que elas não tinham espaço. Hoje, não! Hoje, as mulheres têm vagas reservadas e garantidas para concorrerem a cargos eletivos; são privilegiadas na repartição do bolo dos recursos do Fundo Eleitoral. Mesmo assim, não querem ser candidatas e, quando o fazem, aceitam participar somente para constar. Isso é culpa dos homens? Por conta dessa arbitrariedade, nesta semana que se finda, vários vereadores do estado de Pernambuco perderam seus mandatos quando a Justiça cerceou a vontade popular baseada numa lei que existe, não para beneficiar as mulheres, mas, para prejudicar os homens.
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