quinta-feira, 23 de maio de 2019

TÔ COM MEDO DESSE GOVERNO



    O “MITO” Jair Messias Bolsonaro protagoniza, hoje, o governo do “estica e puxa”. Desprovido da capacidade de articular-se junto à classe política e, sem habilidade no trato com a comunicação pública, somado à arrogância própria daqueles que não detêm preparo para o exercício do poder, escolhe o atalho da atabalhoada pressa em tomar e anunciar medidas esdrúxulas que, quando do conhecimento público, ao invés de causar o efeito desejado por ele, causam risíveis efeitos junto à população e reações contrárias nos outros poderes constituídos da República. O que já podemos chamar de famigerado “Decreto das Armas” (que foi editado, “deseditado” e reeditado várias vezes) causa ridículo pelo seu conteúdo (inclusive com erros de ortografia) e sua pretensão. Senão vejamos: O “Decreto das Armas” permite que adolescentes de 14 anos possam praticar aulas de tiro ao alvo (isso é uma ode à tragédia da escola de Suzano/SP onde ocorreu uma chacina no início deste ano); proprietários de terras podem portar fuzis T-4 (com isso, qualquer traficante poderá se passar por agricultor e adquirir fuzis potentes - exclusivos das Forças Armadas -, em lojas convencionais. Essa medida tem uma “vantagem”: a partir desse decreto o contrabando de armas poderá ser extinto). Onde vamos parar? Um governo que, ao invés de conter o uso de armas, promove o armamento da população como se estivesse preparando o povo para uma guerra iminente. Como se combate a violência botando mais armas nas mãos das pessoas, incentivando a formação de uma sociedade belicista? Precisamos de uma passeata de protesto contra tudo isso a exemplo da que foi feita pelos estudantes e professores para evitar os cortes no financiamento da educação, o que forçou o governo a voltar atrás e liberar recursos da ordem de 1,58 bilhões de reais para o setor. É necessário que o povo vá prá rua protestar agora contra a violência incentivada pelo poder oficial ou, por outra, a exemplo do que fizeram os governadores de 14 Estados, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal tomarem providências para frearem esse afã armamentista do “mito”. Lembro-me aqui do que dizia o candidato da UDN – União Democrática Nacional, o brigadeiro Eduardo Gomes, por ocasião da campanha eleitoral para a escolha do presidente da República em 1945: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Tô com medo desse governo.

ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO EM 23 DE MAIO DE 2019.

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