O “MITO” Jair
Messias Bolsonaro protagoniza, hoje, o governo do “estica e puxa”. Desprovido
da capacidade de articular-se junto à classe política e, sem habilidade no
trato com a comunicação pública, somado à arrogância própria daqueles que não
detêm preparo para o exercício do poder, escolhe o atalho da atabalhoada pressa
em tomar e anunciar medidas esdrúxulas que, quando do conhecimento público, ao
invés de causar o efeito desejado por ele, causam risíveis efeitos junto à
população e reações contrárias nos outros poderes constituídos da República. O
que já podemos chamar de famigerado “Decreto das Armas” (que foi editado,
“deseditado” e reeditado várias vezes) causa ridículo pelo seu conteúdo
(inclusive com erros de ortografia) e sua pretensão. Senão vejamos: O “Decreto
das Armas” permite que adolescentes de 14 anos possam praticar aulas de tiro ao
alvo (isso é uma ode à tragédia da escola de Suzano/SP onde ocorreu uma chacina
no início deste ano); proprietários de terras podem portar fuzis T-4 (com isso,
qualquer traficante poderá se passar por agricultor e adquirir fuzis potentes -
exclusivos das Forças Armadas -, em lojas convencionais. Essa medida tem uma
“vantagem”: a partir desse decreto o contrabando de armas poderá ser extinto).
Onde vamos parar? Um governo que, ao invés de conter o uso de armas, promove o
armamento da população como se estivesse preparando o povo para uma guerra
iminente. Como se combate a violência botando mais armas nas mãos das pessoas,
incentivando a formação de uma sociedade belicista? Precisamos de uma passeata
de protesto contra tudo isso a exemplo da que foi feita pelos estudantes e
professores para evitar os cortes no financiamento da educação, o que forçou o
governo a voltar atrás e liberar recursos da ordem de 1,58 bilhões de reais
para o setor. É necessário que o povo vá prá rua protestar agora contra a
violência incentivada pelo poder oficial ou, por outra, a exemplo do que
fizeram os governadores de 14 Estados, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal
Federal tomarem providências para frearem esse afã armamentista do “mito”. Lembro-me
aqui do que dizia o candidato da UDN – União Democrática Nacional, o brigadeiro
Eduardo Gomes, por ocasião da campanha eleitoral para a escolha do presidente
da República em 1945: “O preço da
liberdade é a eterna vigilância”. Tô com medo desse governo.
ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO
ROBERTO EM 23 DE MAIO DE 2019.
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