quinta-feira, 23 de maio de 2019

PERFIS DE PRINCESENSES ILUSTRES


                 
           
      
ANTÔNIO NOMINANDO DINIZ, nascido em Princesa aos 19 de fevereiro de 1922, era filho de Nominando Muniz Diniz (“seu” Mano) e de dona Aurora Sérgio Diniz. Concluiu o curso primário no Grupo Escolar “Gama e Melo”; o curso secundário no Colégio Salesiano do Recife e o curso pré-universitário no Liceu Pernambucano (a mais antiga escola em funcionamento do Brasil, desde 1823). Em 1945 diplomou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Recife, ocasião em que foi contemporâneo de outros paraibanos ilustres, a exemplo de Ivan Bichara Sobreira (ex-governador do Estado da Paraíba); Archimedes Souto Maior Filho (juiz da Comarca de Princesa Isabel e desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba); dentre outros. Antônio Nominando era homem inteligente, cordato e extremamente educado era também, dono de temperamento afável, porém enérgico quando necessário. Desapegado aos bens materiais, levou uma vida modesta e simples. Quando não ajudado financeiramente pelo pai, viveu e educou seus filhos com o fruto de seus vencimentos recebidos como deputado, prefeito ou advogado de ofício (atualmente Defensor Público). Foi casado com dona Celina Gondim Diniz, com quem teve os seguintes filhos: José, Antônio, Maria de Jesus, Maria Auxiliadora e Cristina. Todos detentores de diplomas de cursos superiores.
     Ainda como estudante de Direito, Antônio Nominando, participou das lutas estudantis pela derrubada da ditadura do Estado Novo. Após sua formatura em 1945, época em que já era aliado de José Américo de Almeida e por influência de seu pai, ingressou na UDN – União Democrática Nacional, fazendo parte de seu primeiro Diretório e, sob essa legenda - comandada nacionalmente pelo brigadeiro Eduardo Gomes -, foi eleito deputado estadual pela primeira vez aos 24 anos de idade, nas eleições realizadas em 19 de janeiro de 1947, transformando-se num membro da Assembleia Constituinte do Estado da Paraíba que foi instalada em 05 de março de 1947. Candidato ao mesmo cargo em 1950 apoiando também a candidatura de José Américo para governador do Estado não conseguiu ser reeleito. Em 1954 candidatou-se mais uma vez ao cargo de deputado estadual, desta feita pelo PL – Partido Libertador, quando obteve sucesso nas urnas. Nessa legislatura, foi escolhido vice-presidente da Assembleia Legislativa. Derrotado mais uma vez nas eleições de 1958, logrou êxito no pleito de 1962, sendo mais uma vez eleito deputado. Com a ascensão de Pedro Moreno Gondim ao Governo do Estado, em 1960, Antônio Nominando foi convidado para exercer o cargo de Secretário de Estado de Educação e Saúde, função que ocupou até o final do mandato do governador. Em 1968 candidatou-se a prefeito de Princesa, sendo eleito quando derrotou nas urnas Joaquim Mariano e Miguel Rodrigues. Fez uma profícua administração, principalmente no tocante à educação e à cultura. Naquele quatriênio, que compreendeu 1969/1972, doutor Antônio (como era mais conhecido em Princesa), trouxe para sua terra natal vários benefícios, a exemplo de: Companhia de Teatro; Biblioteca; Projeto Rondon; incentivos importantes ao esporte quando inscreveu Princesa na “Liga Desportiva Paraibana”; construiu o Mercado Público Municipal; implantou, no Ginásio “Nossa Senhora do Bom Conselho” (escola por ele criada ainda em 1949), os cursos de segundo grau “científico” e “clássico”; dentre outros benefícios. Homem honesto no trato da coisa pública, Antônio Nominando era também um intelectual refinado. Exímio orador, poeta, compositor e escritor, pois, apesar de ter publicado apenas uma obra “Arco Iris” ainda aos 14 anos de idade, escreveu para jornais e várias crônicas não publicadas. Colhido do livro do escritor princesense Paulo Mariano: “Princesa – Antes e Depois de 30” pp.173: “(...) Segundo José Leal, no livro Dicionário Bibliográfico Paraibano (sic), Antônio Nominando é um poeta espontâneo, autor de quadrinhas saborosas, inspiradas nos incidentes da vida parlamentar”.
     Após deixar o cargo de prefeito de Princesa, doutor Antônio Nominando retornou a João Pessoa quando se candidatou novamente a deputado estadual, empresa na qual logrou êxito, em 1974, chegando, nessa legislatura a ser eleito presidente da Assembleia Legislativa. Tentou se reeleger em 1978, mas foi derrotado. Em 1982 candidatou-se novamente a deputado estadual. Sofrendo mais uma derrota eleitoral abandonou, definitivamente, a lide eleitoral passando o bastão de comando da política princesense e dos municípios em que exercia influência política ao seu filho Antônio Nominando Diniz Filho (Totonho). Residiu o resto dos seus dias na capital do Estado, vindo a falecer em março de 2001 aos 79 anos de idade. Seus restos mortais repousam no cemitério “Campo Santo” de Princesa.

ESCRITO PÓR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO EM 23 DE MAIO DE 2019.

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