VIRGULINO FERREIRA DA
SILVA, o “LAMPIÃO”,
nasceu no município de Vila Bela (atual Serra Talhada), estado de Pernambuco,
em 07 de julho de 1897 e morreu em 28 de julho de 1938 na grota de Angicos, no
estado de Sergipe. Ao longo de toda uma saga de lutas e perseguições, tornou-se
uma lenda dos sertões nordestinos com a fama estendida por todo o Brasil. Hoje
aqui, trataremos apenas de um episódio bizarro e, ao mesmo tempo caricato
envolvendo aquele famigerado cangaceiro.
Lampião Capitão
Com a desculpa de
transformar o “Rei do Cangaço” e seu bando em combatentes da “Coluna Prestes”,
o legalista padre Cícero Romão Batista, convencido pelo deputado federal Floro
Bartolomeu, decidiu concordar com a ridícula nomeação de Lampião com a patente
de capitão. Para tanto, numa madrugada do mês de abril, quando Virgulino se
encontrava em Juazeiro, a pretexto de visitar suas irmãs que ali moravam, ocasião
em que concedeu também importante entrevista ao doutor Otacílio Macedo e foi
retratado em várias fotografias pelo fotógrafo Pedro Maia, o padre Cícero mandou
acordar o único servidor público federal que existia na cidade, o Inspetor
Agrícola Pedro de Albuquerque Uchôa e determinou que aquele funcionário público
lavrasse o seguinte decreto que, por pitoresco, foi ditado pelo próprio
sacerdote:
“Nomeio, ao posto de capitão,
o cidadão Virgulino Ferreira da Silva; a primeiro-tenente, Antônio Ferreira da
Silva e, a segundo-tenente, Sabino Barbosa de Mélo, que deverão entrar no
exercício de suas funções logo que deste documento se apossarem.
Publique-se e cumpra-se.
Dado e passado no Quartel
General das Forças Legais em Juazeiro, 12 de abril de 1926.
Ass. Pedro de Albuquerque
Uchôa.”.
Com esse decreto, o
cangaceiro mais temido dos sertões nordestinos - agora capitão das Forças
Legais de Juazeiro e abastecido de armas e munições -, ao invés de combater a
Coluna Prestes, partiu daquela cidade, abençoado pelo padre Cícero, para
continuar em sua saga de bandoleiro.
(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 07 DE
AGOSTO DE 2019, COM O AUXÍLIO DE EXCERTOS DOS LIVROS: “LAMPEÃO” E “LAMPIÃO, NEM
HEROI NEM BANDIDO, A HISTÓRIA” DE OPTATO GUEIROS E ANILDOMÁ WILLIANS DE
SOUZA, RESPECTIVAMENTE).
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