ODE

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

O CAPITÃO VIRGULINO FERREIRA







VIRGULINO FERREIRA DA SILVA, o “LAMPIÃO”, nasceu no município de Vila Bela (atual Serra Talhada), estado de Pernambuco, em 07 de julho de 1897 e morreu em 28 de julho de 1938 na grota de Angicos, no estado de Sergipe. Ao longo de toda uma saga de lutas e perseguições, tornou-se uma lenda dos sertões nordestinos com a fama estendida por todo o Brasil. Hoje aqui, trataremos apenas de um episódio bizarro e, ao mesmo tempo caricato envolvendo aquele famigerado cangaceiro.
Lampião Capitão
     
 Com a desculpa de transformar o “Rei do Cangaço” e seu bando em combatentes da “Coluna Prestes”, o legalista padre Cícero Romão Batista, convencido pelo deputado federal Floro Bartolomeu, decidiu concordar com a ridícula nomeação de Lampião com a patente de capitão. Para tanto, numa madrugada do mês de abril, quando Virgulino se encontrava em Juazeiro, a pretexto de visitar suas irmãs que ali moravam, ocasião em que concedeu também importante entrevista ao doutor Otacílio Macedo e foi retratado em várias fotografias pelo fotógrafo Pedro Maia, o padre Cícero mandou acordar o único servidor público federal que existia na cidade, o Inspetor Agrícola Pedro de Albuquerque Uchôa e determinou que aquele funcionário público lavrasse o seguinte decreto que, por pitoresco, foi ditado pelo próprio sacerdote:
     “Nomeio, ao posto de capitão, o cidadão Virgulino Ferreira da Silva; a primeiro-tenente, Antônio Ferreira da Silva e, a segundo-tenente, Sabino Barbosa de Mélo, que deverão entrar no exercício de suas funções logo que deste documento se apossarem.
     Publique-se e cumpra-se.
     Dado e passado no Quartel General das Forças Legais em Juazeiro, 12 de abril de 1926.
     Ass. Pedro de Albuquerque Uchôa.”.
    Com esse decreto, o cangaceiro mais temido dos sertões nordestinos - agora capitão das Forças Legais de Juazeiro e abastecido de armas e munições -, ao invés de combater a Coluna Prestes, partiu daquela cidade, abençoado pelo padre Cícero, para continuar em sua saga de bandoleiro.

(ESCRITO POR DOMINGOS SÁVIO MAXIMIANO ROBERTO, EM 07 DE AGOSTO DE 2019, COM O AUXÍLIO DE EXCERTOS DOS LIVROS: “LAMPEÃO” E “LAMPIÃO, NEM HEROI NEM BANDIDO, A HISTÓRIA” DE OPTATO GUEIROS E ANILDOMÁ WILLIANS DE SOUZA, RESPECTIVAMENTE).

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