ODE

segunda-feira, 31 de março de 2025

A botija de dona Chiquinha

 

A velha era igual "Bombril" , tinha mil uma utilidades. Era rezadeira para achados e perdidos; para curar doenças, afastar o mal ou prever o futuro; fazia renda numa almofada de bilros; mestre na confecção de colchas de retalhos; exímia no tricô e crochê, costurava roupas e ainda achava tempo para falar da vida alheia e para dar pitacos em tudo o que acontecia em seu entorno. Ranzinza e mal-humorada, Francisca de Esperidião era uma viúva na faixa dos 70 anos, sempre vestida de preto numa indumentária com posta de blusa de mangas compridas e saia longa até os mocotós, realçava também um grande cocó grisalho enroscado para trás da cabeça. Branca, magérrima e de estatura mediana, a velha, andava corcunda quase ao ponto de arrastar seu longo nariz pelo chão. O protótipo de uma bruxa. Chamava-se Francisca, mas, desde cedo foi alcunhada de Chiquinha. Morava sozinha numa casa de poucos cômodos. Nada cozinhava, pois, dois sobrinhos seus, menores de idade, levavam-lhe a comida todos os dias. Passava o dia todo em seus afazeres entre bilros, linhas e carretéis, mas sempre encontrava tempo para dar conta de tudo o que acontecia na rua em que morava.

O mobiliário de sua casa era simples e despojado. Na sala de estar, quatro velhas cadeiras de gerdau e uma preguiçosa. No cômodo contíguo, que servia de copa e cozinha, além da máquina de costura - uma Mercswiss americana -, constava uma pequena mesa rodeada por quatro cadeiras com tampos de couro; um pote de barro contendo água para beber, encimado por um porta-canecos em madeira; um fogão de lenha; algumas panelas de barro, uma gamela de madeira e uma bateria repleta de velhas e amassadas peças de alumínio e estanho dependuradas. No seu quarto de dormir, uma rede e um grande baú aonde guardava suas roupas e demais panos de bunda, além de uma mesinha ocupada por alguns livros. Debaixo da rede, um penico. Nas paredes, nenhum quadro de santos, somente o retrato do falecido esposo, Esperidião. Na casa, que não tinha banheiro, a velha, que não usava calçola, fazia suas necessidades fisiológicas no quintal. Para mijar, bastava levantar a longa saia, abrir as pernas e pronto.

Pelos vizinhos era chamada de dona Chiquinha. Pelos que dela não gostavam recebia a alcunha de "Sá Chica" '. Sabia ler e escrever, pois, filha de homem de posses, estudou até o quarto ano primário no Grupo Escolar "Gama e Melo". Gostava de ler romances e falava bem, mas sua leitura preferida era o livro "São Cipriano, o Bruxo" e outros grimórios. Muito jovem, casou-se com um viúvo que dilapidou toda sua herança recebida do pai e ainda a deixou pobre quando morreu. Casada somente na Igreja, não teve direito à herança de Esperidião que lhe foi surrupiada pelos filhos do primeiro casamento do velho. Naquele tempo em que não havia aposentadoria para idosos desocupados, dona Chiquinha vivia dos bicos que fazia em sua máquina de costura, das rendas que fabricava em sua almofada e das gorjetas que recebia pelas rezas que fazia. Quando não cuidava de sua rotineira labuta achava-se debruçada numa das janelas da casa a observar o que se passava. Gostava de espiar as crianças brincando na rua e, quando uma delas sofria uma queda, ela corria, de dentro de casa, com um caneco d'água para "espaiar" o sangue da criança ao que as mães acorriam aflitas para impedir que o menino ou a menina bebessem o sobejo da velha. Sá Chica, sempre que saciava sua sede, entornava o que sobrava dentro do mesmo pote.

Anticlerical, dona Chiquinha, abominava padres, rezas convencionais e os ritos da Igreja - lugar aonde nunca ia. Mesmo assim, a velha era supersticiosa e cheia de crendices. Seus desafetos diziam que "Sá Chica" cuidava mesmo era de ganhar dinheiro explorando a fé alheia, uma hipócrita e oportunista. Além de rezadeira, ela fazia experiências com elementos das crendices populares. No dia 8 de dezembro - Dia de Nossa Senhora da Conceição - a velha fazia a experiência com as pedras de sal quando dispunha 7 torrões de sal, expostos ao sereno da madrugada, cada um representando um mês, para saber se o inverno seria bom. Os meses eram de dezembro a junho do ano seguinte, e os torrões que mais molhassem o chão seriam os meses de chuvas mais intensas. No dia 19 de março, dizia a velha: "Se hoje o sol nascer atrás de uma densa barra de nuvens, o ano será bom de inverno". Aos consulentes que nela acreditavam, dona Chiquinha distribuía garrafas de vidro contendo o que ela dizia ser cinzas da última fogueira de São João para serem aspergidas ao redor das casas o que, segundo a velha, protegia dos fortes ventos e das tempestades do inverno. Além dessa simpatia, recomendava a aposição de uma cruz, na porta da frente da casa, confeccionada com as palhas da folha de um coqueiro de primeira safra para proteger de maus olhados. Em suas previsões, ela dizia também que se a Lua Nova do mês de dezembro pendesse para o norte, o inverno seria ruim.

Bem de vida que foi um dia, dona Chiquinha só pensava em dinheiro. Era ávida em auferir vantagens financeiras em tudo o que fazia. Diziam, no cochicho, que a velha tinha um pacto com o diabo, que havia dado um pingo de sangue ao satanás. Quando falavam em religião na sua frente, ela dizia, de forma irritada: "Esse Deus ao qual vocês se referem e adoram é um ser criado pela imaginação dos oportunistas!" E acrescentava:

"Se esse tal Jesus voltasse à Terra, tenho certeza de que ele não passaria sequer na calçada da igreja Católica nem adentraria ao templo dos 'bodes'. Ou melhor, se entrasse em algum, seria munido do mesmo chicote com que surrou os fariseus e vendilhões do templo de Jerusalém". Dona Chiquinha detestava padres e freiras, a quem chamava de "sepulcros caiados". "Já viu um padre magro? São todos gordos porque se empanturram das mais finas iguarias proporcionadas pelas generosas esmolas doadas pelos pobres crentes", dizia. Sá Chica era assim. Não tinha papas na língua. Em seus comentários deletérios ela primava em ferir os que criam nas coisas da Igreja. Seu ódio incontido talvez se explicasse pelas injustiças sofridas na vida, principalmente pelo fato de haver sido deserdada do marido por ter contraído núpcias somente no religioso e, também, pelo fato de que, entre seus muitos enteados, constar um que era um próspero comerciante e cuidador das coisas da Igreja. Isso alimentava seu desejo de vingança.

Mística que era, dona Chiquinha agia em todas as frentes. Contumaz apostadora no "Jogo do Bicho" , aqui acolá dormia nua e amarrada para sonhar com o bicho que daria na roleta do dia seguinte. Certa noite, preparada nesse ritual ridículo, não sonhou com o bicho, mas teve uma quase visão - parecida com um sonho - que, pelo visto, a faria tirar o pé da lama. Nesse dia, acordou tarde, já eram quase 8 horas da manhã quando desceu da rede. Foi desperta por uma réstia que entrava por uma brecha de uma goteira na telha de seu quarto. A velha acordou atarantada e logo pôs as ideias em ordem lembrando-se do sonho que teve. Ainda sentada na rede começou a rememorar o que se passara durante o sono naquela noite. Enquanto roncava, num sono profundo, Sá Chica ouviu uma voz que lhe dizia: "Chiquinha, queres melhorar de vida? Tenho um presente para ti". E continuou a voz: "debaixo do pé de Pereiro grande, lá na lagoa das freiras tem uma pedra e, sob essa pedra, tem uma moeda. Cave embaixo da pedra e o que tiver lá é teu!" Lembrando dessas palavras, dona Chiquinha se arrepiava toda e lembrou ainda da recomendação final da misteriosa voz: "Não vás sozinha nem te acompanhes de pessoas ambiciosas e, quando retirares o que lá está, mandes rezar três missas pela alma do Major Feliciano e does 10% de tudo à Santa Madre Igreja" 

Dona Chiquinha animou-se e pensou: "Bati as paradas, vou ficar rica de novo e me vingarei daqueles que me prejudicaram!" A partir daí, passou a matutar o plano de como faria para arrancar a bendita botija. Com quem iria? Resolveu chamar um dos poucos a quem chamava de amigo: um velho mais ou menos de sua idade, a quem chamavam de "Pade Maia". Para ajudar na necessária escavação, convidou um negro que trabalhava de cabeceiro para o comerciante Miguel Rodrigues, chamado Cosmo que era mais conhecido por "Musa". '. Era um crioulo, à época ainda jovem, forte, espadaúdo e meio abestalhado. Feitas as diligências necessárias, a velha preparou-se para colher os frutos do sonho, mas antes pensou: "Vou enrolar esses dois bestas e não darei um tostão sequer à Igreja". Numa sexta-feira de manhã, Sá Chica, reunida com Pade Maia e Musa, partiu para a lagoa das freiras. Lá chegando, avistou logo o pé de Pereiro. Junto ao caule da árvore havia uma pedra. Logo, a velha, acocorada, levantou a pedra e, de fato, estava lá uma pataca. Nesse momento, começou uma grande ventania e, dona Chiquinha, ao invés de invocar o nome de Deus e pedir proteção, mandou o negro Musa cavar e Pade Maia tirar a terra. Logo encontraram uma caixa de madeira, retiraram-na e, quando abriram a caixa, qual não foi a surpresa; estava repleta de pedras de carvão! Do estado de ansiedade em que se achava, provocado pela perspectiva de enriquecer, de súbito, Sa Chica foi acometida de uma crise de apoplexia e, ali mesmo, acocorada como estava, esticou a canela.



A emenda saiu pior do que o soneto

 

O que repercutiu na imprensa paraibana, semana passada, foram as declarações do vice-governador, Lucas Ribeiro, sobre o "foguete" do senador Efraim Filho e a resposta deste ao ataque sofrido. Na briga pelo comando da provável federação entre os partidos: União Brasil e Progressistas, os dois jovens políticos se digladiam reivindicando a liderança dessa fusão. O problema é que, ambos, almejam uma candidatura ao governo do Estado e, com o estabelecimento da federação, somente um deles poderá ser ungido candidato.

Em face desse episódio, o senador Efraim Filho saiu fortalecido porque, agredido, veio em seu socorro a opinião pública, principalmente, quando Efraim sugeriu que seja feita uma pesquisa, entre ele e o vice governador, para aferir quem mais reúne na Paraíba e que, o vencedor, seja o comandante da federação. Lucas discordou da pesquisa e desmereceu o "foguete" de Efraim sugerindo que esse consagrado símbolo eleitoral do senador vai dar ré. Efraim não gostou e acusou Lucas da prática da velha política contida de ataques pessoais.

É saber de todos na Paraíba, que o lugar de destaque hoje ocupado por Efraim Filho, foi uma conquista proporcionada por muito trabalho e habilidade política. Ele costurou tudo, no mais das vezes à revelia da vontade de muitos figurões e deu certo quando derrotou, nas urnas, a candidata do governador João Azevedo e o ex-governador Ricardo Coutinho. Isso patenteia e dá crédito a Efraim para reivindicar uma postulação ao cargo maior do Estado. Enquanto o senador voa com asas próprias, o vice depende de acordos que estão ainda muito intrincados e, suas declarações, só fizeram crescer o prestígio de Efraim. A emenda saiu pior do que o soneto.



sábado, 29 de março de 2025

Grupo suprapartidário realiza terceiro encontro com vistas às eleições de 2026

Cumprindo uma agenda que já se faz constante, um grupo de políticos paraibanos com densidade eleitoral considerável, continua realizando encontros regionais quando analisam o quadro político da Paraíba e se preparam para a disputa de uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado nas eleições do próximo ano. O grupo, trabalha no ensejo de promover o fortalecimento do processo de articulação política. Na pauta da reunião, foram abordadas questões como alianças partidárias, análise do cenário político estadual e projeções para a disputa eleitoral.

Fazem parte dessa equipe, pesos pesados, tais como: o prefeito Cícero do Carmo de Alcantil; os suplentes de deputado estadual, Aledson Moura, André Gadelha, e Manoel Ludgério; os ex-prefeitos, Neto Nepomuceno, de Barra de Santa Rosa; André Gomes, de Boa Vista; Athaide, de Lastro; Cilinha Dias, de Riachão do Poço; Segundo Domiciano, de São José do Sabugi; Adriano Wolff, de São Sebastião do Umbuzeiro e Marcos Eron, de Monte Horebe. Estiveram presente também a primeira-dama de Catolé do Rocha, Geska Maia e do ex-vereador de Campina Grande, Janduy Ferreira. Desta vez, a reunião aconteceu na cidade de Patos.



SABÁTICAS

. STF transforma em réus, Jair Bolsonaro e mais sete membros do alto escalão de seu governo. Acusados da tentativa de golpe de Estado, os bolsonaristas, certos da condenação, estão agora tentando aprovar, no Congresso Nacional, uma PEC que acaba com o foro privilegiado para que o processo do ex-presidente corra na Justiça Comum.

. Não bastasse essa manobra judicial, deputados e senadores da oposição tentam votar também a PEC da anistia. Tudo tentam para livrar da cadeia o político mais polêmico do país, aquele que veio trazer a desunião nacional. Enquanto isso, pautas do interesse da população caducam nas duas Casas Legislativas.

. Falar em Bolsonaro, um vereador de João Pessoa, Fábio Lopes (PL), apresentou uma Moção de Aplausos em favor do deputado federal, Eduardo Bolsonaro. Pasmem! Os demais vereadores, à exceção de dois, votaram favorável a essa excrecência. Puro “viralatismo”.

. O deputado Hugo Motta, mal assumiu a presidência da Câmara Federal, já está sendo fustigado com denúncias de corrupção. Acabam de exumar cadáveres quando o acusam de cobrar propinas pela liberação de verbas para obras municipais. Precavido, Motta já está se mexendo. Semana passada, participou de jantar com alguns ministros do STF.

. Na próxima quarta-feira (2), acontecerá a primeira audiência da AIJE – Ação de Investigação na Justiça Eleitoral que apura denúncia da oposição de Princesa contra os candidatos eleitos a prefeito e vice-prefeito nas eleições do ano passado, em Princesa.

. As acusações são por demais cabeludas. A principal acusação é a do uso do dinheiro público para beneficiar parentes e amigos dos candidatos, Garrancho e Fábio Brás, quando valores altíssimos foram liberados para custear tratamento de saúde de pessoas que não são, comprovadamente, carentes.

. Em caso de condenação, o prefeito e o vice serão afastados e haverá nova eleição, o que e improvável, pois, nossa experiência mostra isso. Ademais, se Garrancho for afastado, passará a ser conhecido como o prefeito “viúva Porcina”, aquele que foi sem nunca ter sido.

. Falar em prefeitura, uma fonte me confidenciou que o ex-prefeito, Nascimento, deu um chilique, semana passada, quando uma pessoa, ligada a Garrancho, indicou alguém para trabalhar numa das repartições estaduais sem consultar o chefe. A reação do ex-alcaide foi característica: “No Estado, quem manda, sou eu!!!”

. Se fosse só no Estado, tava bom demais...

. Falar em repartição estadual, me disseram que, na UPA, tem mais funcionários circulando por suas dependências, do que funcionários em serviço. Pelo visto, cabide, não é só de bispos.

. No Hospital Regional de Princesa (que é municipalizado), os barnabés de lá, além dos salários atrasados, são obrigados a comprar os próprios fardamentos. Lei do cão. E, a direção, informa: “Se quiser é assim e, se não quiser, é do mesmo jeito”.

. Já a pracinha, em frente ao Hospital Regional, que teve suas obras iniciadas durante a campanha eleitoral, está abandonada, coberta de mato. Quanto ao mastro da bandeira, disso quem sabe é Nascimento, afinal, a obra começou no tempo dele, né?

. A Seleção Brasileira de Futebol, depois da vergonhosa goleada sofrida da Argentina, é motivo de chacota nacional. É a seleção do “nunca”: Nunca havia perdido para a Venezuela, perdeu. Nunca havia sido goleada nas eliminatórias e, agora, foi. Desse jeito, vai terminar “fondo”.

. É engraçado, o melhor IDEB da Paraíba é o de Princesa, no entanto, a cidade agraciada com o prêmio IGMA/Aquiles, por um bom desempenho na Educação, foi concedido ao município de Quixaba/PB, vizinho a Patos.

. Os abraços de hoje, vão para: Dedé dos Correios, Márcio Caboclo, Edilson Nenê, Gustavo Lima, Joseane André, Leo Santos, Ceinha Caetano, Rômulo e Ena, Jackson Andreotty, Nildo Almeida, Michel Chaplin, Luquinha Bezerra, Edvania Caetano, Bruno Carcará, Lúcia Araújo, Léo Costa, Neide Maia, João Paulo Pereira, Iara Alves, Rubens Stanislaw, Francisco Petrônio, Francisco Alves, Rodeval Vieira, Pitágoras Afonso, John Clewer, Lourdinha Maria, José Gláuber, Maria Eugênia e Paulo Gato.



  

sexta-feira, 28 de março de 2025

Junta de bois

As eleições municipais de 1968 em Princesa foram as mais pródigas em eventos, hinos de campanha, discursos contidos de alguma violência verbal, discussões entre eleitores, etc. Em um comicio realizado na rua do Cabaré, doutor Antônio Nominando, candidato a prefeito pela ARENA, fez antológico discurso. Aquela festa política foi um sucesso, tanto pelo inusitado do local da concentração, quanto pela participação popular. Nesse mesmo comício, doutor Antônio, referiu-se várias vezes aos candidatos adversários, pejorativando a alcunha pela qual estavam sendo chamados, os dois, Joaquim Mariano e Miguel Rodrigues, pelo MDB de "Junta de Bois" ". Essa expressão nasceu em um comício do MDB feito na Praça Epitácio Pessoa, quando Aloysio Pereira, elogiando os dois candidatos de seu partido, os comparou a uma obediente e disciplinada "Junta de Bois" Na sua fala pública, Pereira pontuou:

"(...) Miguel Rodrigues e Joaquim Mariano, dois cidadãos de bem, homens das melhores origens do nosso município, estão aptos a governar Princesa como governam suas famílias e seus negócios. Prósperos em seus empreendimentos, ojerizam a preguiça; cuidadosos dos seus desideratos não delegam a terceiros suas obrigações e, unidos, pacificamente, sob a orientação partidária, os dois como uma obediente 'Junta de Bois' estarão, um ou outro, prontos para governar Princesa a serviço de seu povo".

Com o intuito de realçar a fama de preguiçoso que Antônio Nominando carregava e os crescentes comentários de que, eleito este, quem governaria seria seu cunhado, Genésio Lima, uma vez residir o candidato da ARENA em João Pessoa, sem querer, Aloysio Pereira deu o mote para que fizessem galhofa dos seus candidatos. A partir daí, além do uso constante da expressão acima referida ["Junta de Bois"], nasceu também a composição provocativa, feita pela esposa do candidato a vice-prefeito da ARENA, Socorro de Miron, parodiando a marchinha carnavalesca "jardineira". O feitiço virou por cima do feiticeiro e os "bocas-pretas" passaram a cantar incessantemente o seguinte hino:

JUNTA DE BOIS, PORQUE ESTÁS TÃO TRISTES, MAS O QUE FOI QUE ACONTECEU?

DOUTOR ANTÔNIO É QUEM VAI GANHAR, E VOCÊS VÃO FICAR NA CONTRAMÃO;

JUNTA DE BOIS, NÃO CHORES ASSIM;

NÃO FIQUES TRISTES, O TEMPO TODO A PENSAR;

POIS, ANTÔNIO NOMINANDO, É QUEM VAI NOS GOVERNAR.



Câmara Municipal de Princesa continua de joelhos

Passados 38 dias do fim do recesso parlamentar, a Câmara Municipal de Princesa não promoveu nenhuma Sessão Ordinária até esta data. Todas as sessões que foram realizadas (quatro até agora) foram de cunho extraordinário para votar Projetos de Lei sob a rubrica "urgência urgentíssima". Todas, as matérias, do interesse do Poder Executivo, votadas de forma intempestiva e sem a possibilidade de análise pelos vereadores de oposição. Nunca, em tempo algum, o Poder Legislativo esteve tão subserviente ao Poder Executivo como nesses tempos de 2017 para cá. A prática, que era uma praxe nos dois mandatos do ex-prefeito, Nascimento, está sendo exercitada agora da mesma forma. Afinal, nada mudou porque, a ordem, é a mesma.



Tornado réu, a derradeira esperança de Bolsonaro é Trump

Após a abertura da Ação Penal, decidida por unanimidade da primeira turma do STF, o ex-presidente Jair Bolsonaro, tornado réu, fez forte pronunciamento com relação ao Supremo Tribunal Federal, quando alegou estar sendo perseguido politicamente e, já sentindo que a tendência é mesmo de uma condenação, apelou para que o Congresso Nacional aprove um Projeto de Lei anistiando todos os indiciados pelos crimes de golpe de Estado e, correndo por fora, designou o filho, Eduardo Bolsonaro para, Nos Estados Unidos, fazer gestões junto ao governo de Donald Trump para que exerça pressão sobre as autoridades brasileiras em prol de sua inocêncta: •

Na verdade, essa é a última esperança de Bolsonaro. O ex-presidente imagina que Trump encabece uma campanha internacional em benefício seu. Há também a possibilidade de fuga ou da busca de asilo político em uma embaixada de algum país simpático à ideologia da extrema direita. Os principais jornais do mundo noticiaram o julgamento do ex-presidente, todos realçando a possibilidade da interveniência do presidente americano. Resta saber se Trump vai entrar nessa, pois, até agora, o caso Bolsonaro não vem fazendo parte de sua agenda. Tudo indica, que tudo isso só existe na imaginação de Bolsonaro.



quinta-feira, 27 de março de 2025

Ódio e descontrole emocional

 

O descalabro verbal de alguns leitores deste blog quando veiculada alguma matéria que os desagrada em suas mórbidas convicções políticas, vem trazendo desconforto à maioria dos que têm acesso a este veículo de comunicação e, principalmente, à minha pessoa. A tônica desses comentários desrespeitosos vem seguindo a linha da falta de controle emocional com o uso de palavras de baixo calão, o que não é saudável nem conveniente para pessoas civilizadas. Eu poderia judicializar, mas prefiro tomar a providência de bloquear esses devotos do ódio; até porque, não dou muita relevância ao que eles dizem, o que depõe contra eles próprios, pois, quanto mais falam, mais atestam a demonstração de seus desequilíbrios. Aproveito para pedir desculpas aos demais leitores e para reafirmar o nosso compromisso com a verdade.



quarta-feira, 26 de março de 2025

AIJE impetrada pela oposição em Princesa terá primeira audiência no próximo dia 2 de abril

 

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral - AlJE, impetrada pelo grupo de oposição em Princesa, assinada pela ex-candidata a prefeita pela coligação União Brasil/MDB, Ângela Rúbia Diniz Morais, terá a primeira audiência, no Fórum "Antônio Nominando Diniz", no próximo dia 2 de abril. A ação trata de várias irregularidades cometidas pelos candidatos da coligação "Juntos por Princesa" ', liderada pelos candidatos Ednaldo de Melo e Fábio Braz Pereira, a prefeito e vice-prefeito, respectivamente, apoiada pelo então prefeito Ricardo Pereira do Nascimento.

Dentre as irregularidades apontadas pela oposição, está a concessão de ajudas de custo para tratamento de saúde e segurança alimentar para pessoas carentes. O problema é que, além de as ajudas de custo haverem sido concedidas a pessoas que não são pobres e que são, em sua maioria, parentes dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores da situação, se constituem valores exagerados. E, o que é mais grave, é a comparação desse tipo de gasto no ano eleitoral (2024) com o que foi dispendido, com o mesmo programa, no ano de 2023.

Na verdade, essa prática, é comum na prefeitura de Princesa. No ano de 2022, o mesmo festival de ajudas de custo aconteceu nas vésperas da eleição. Para se ter uma ideia da falcatrua eleitoral, basta comparar os valores. Em 2023, a prefeitura de Princesa gastou, com esse tipo de ajudas de custo, R$ 1.142.463,00. Já em 2024, no mesmo período, de janeiro a setembro, dispendeu a bagatela de R$ 3.314.552,00, ou seja, uma majoração de mais de 200%. Em 2023 foram contempladas 2.290 pessoas; em 2024, esse mimo foi distribuído para 4.067 eleitores. Semana que vem abordaremos outros desdobramentos dessa gravíssima denúncia.



Senador Efraim Filho profere palestra sobre Reforma Administrativa

Em evento promovido pela Confederação Nacional do Comércio sobre Reforma Administrativa que aconteceu nessa terça-feira (25), em Brasília, o senador Efraim Filho (União Brasil), proferiu palestra quando falou para representantes do setor produtivo nacional de vários Estados do País, sobre sistema tributário, modernização da máquina pública e caminhos legislativos para a implementação da Reforma Administrativa.

Na qualidade de presidente da Frente Parlamentar do Comércio e Serviços, Efraim falou sobre a necessidade da modernização do Estado como caminho para um crescimento saudável e eficiente. "A meu ver, não podemos mais nos contentar com paliativos, porque a modernização do Estado não é um luxo, mas sim uma necessidade que exige coragem e sensatez", disse o senador. O evento contou com a presença de várias autoridades regionais e nacionais.



FRASES FAMOSAS

 

"Felicidade é ter o que fazer"

ARISTÓTELES

"Não venci todas as vezes que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar"

CECÍLIA MEIRELES

"Os dias passam lentos, as horas machucam como espinhos, mas eu tenho força e confio na chegada da justiça"

CÓDIGO SAMURAI



terça-feira, 25 de março de 2025

Ricardo Coutinho vai começar de novo

 

Depois de haver chegado aos píncaros da glória, protagonista de uma carreira política vitoriosa e de rápida ascensão, quando de vereador pulou para deputado estadual, prefeito e governador do Estado, Ricardo Coutinho (PT), anuncia agora que será candidato a deputado federal nas eleições do próximo ano. Já havia tentado uma rentrée na política estadual quando tentou ser novamente prefeito da capital e senador da República. Em ambas as tentativas, não obteve êxito eleitoral.

Agora, após amargar (literalmente) um calvário judicial vítima de sérias acusações de corrupção, o ex-governador calça as sandálias da humildade e vai tentar recomeçar disputando um "mero" cargo de deputado federal. Mero, porque, para Coutinho - criatura de ego por demais inchado - não era esse seu objetivo. Porém, em face da situação em que se encontra, abandonado por todos aqueles que o reverenciavam, voltar à ribalta, para ele, é questão de honra e, para tanto, vai começar do começo. Há quem diga que tem chances reais de vitória.

É a lógica da política que, com seus altos e baixos, deixa a todas surpresos com sua dinamicidade às vezes, nefasta. Ricardo Coutinho, que já foi o "dono" da Paraíba, amarga hoje um ostracismo, um abandono que o obriga tentar de novo entrando pela porta da cozinha. Antes comandante de um partido político(PSB), hoje, depende da anuência do PT para sua candidatura em concorrência direta com o deputado Luiz Couto (PT), e ainda dependerá também da concessão de uma liminar, pelo STF, que permita a dissolução de sua inelegibilidade. É um "começar de novo" por demais complicado.



STF deverá fazer réus Bolsonaro e mais sete figurões da extrema direita

 

Será hoje a sessão inicial da Primeira Turma do STF - Supremo Tribunal Federal, composta pelos ministros: Cristiano Zanin; Alexandre de Morais; Luís Fux; Flávio Dino e Carmen Lúcia, que apreciarão a denúncia da Procuradoria Geral da República, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete ex-integrantes de seu governo: Walter Braga Netto; Augusto Heleno; Alexandre Ramagem; Anderson Torres; Almir Garnier;

Mauro Cid e Paulo César Nogueira; todos acusados de arquitetarem um golpe de estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dentre outras acusações. Caso o STF considere procedentes as denúncias, os acima listados passarão a ser réus e um processo será aberto para apurar os fatos o que poderá culminar com uma severa condenação ou, por outra, em suas absolvições.



Prefeito Juliano agradece ao deputado Taciano Diniz

 

Grato pelos vários benefícios carreados pelo deputado estadual, Taciano Diniz (União Brasil), para o município de São José de Princesa, o prefeito Juliano Diniz, em pronunciamento feito nesta semana, agradeceu a aquisição de um veículo para o transporte de pacientes do programa TFD - Tratamento Fora do Domicílio, além de outros benefícios que hão de vir em dias próximos. Juliano, nesse novo mandato, quando demonstra mais desenvoltura no exercício do cargo, vem lutando para deixar sua marca na administração do próspero município de São José de Princesa.



segunda-feira, 24 de março de 2025

A Perfeição da Natureza

 

A situação de Helena, ainda na década de 60, era algo que trazia grandes transtornos e constrangimentos. Naquele tempo, não havia esse negócio de LGBTQIA+; não havia a compreensão com o que alguns chamam de erros da natureza; tampouco existiam os direitos consagrados em lei para proteger as minorias. Mulher com mulher virava jacaré. Era sabão mesmo. Respeito algum dispensavam aos diferentes. Ou seja: mesmo não sendo semelhantes no conteúdo, as pessoas tinham de ser "normais" na aparência. Recatada, Helena vivia absorta em suas elucubrações, pensando como fazer para não desistir da vida diante de tanta infelicidade. Casar-se, jamais! Ficar solteirona também não era sua vocação. Talvez, sair da cidadezinha onde morava e onde todos sabiam e especulavam sobre a vida de todo mundo. Mas, para onde ir? Naquele tempo tudo era muito difícil. Ademais, ela morava no fim do mundo, onde o vento fazia a curva... Onde o cão perdeu as botas...

Tudo em Helena era diferente do que acontecia com as outras meninas. Não gostava de brincar de bonecas nem de roda. O que gostava mesmo era de rodar pião, jogar triângulo, bila, castanha, adorava futebol e, no Carnaval, estalava relhos com maestria invejável. Quando começaram a se apresentar, os sinais de mudanças em seu corpo, fazia questão de escondê-los. Detestava ver os peitos crescendo e o corpo tomando formas arredondadas. Certo dia, foi ao barbeiro da rua em que morava e mandou cortar seus cabelos rente, igual aos dos meninos. Em casa, levou uma pisa da mãe e, como castigo, teve de usar um lenço amarrado na cabeça até os cabelos voltarem a crescer. Tudo nela era invertido. Odiava aquele corpo de mulher e, para escondê-lo, passou a usar vestidos folgados que não realçassem suas formas femininas. Naquele tempo, mulher não podia usar calças compridas, o padre não deixava entrar na igreja com aquela indumentária masculina e, como tudo era ditado pela Santa Madre Igreja, todos se submetiam.

O pior, é que Helena foi ficando bonita e passou a chamar a atenção dos meninos. Para que o massacre fosse maior, ela era a menina mais formosa da turma. Na Escola, o bullying de que era vítima, acontecia ao contrário: em vez de a criticarem por algo feio ou defeituoso, a incomodavam com elogios pela sua beleza "feminina" '. Mesmo assim, não deixava de ser uma intimidação sistemática e isso a aborrecia muito. Ela não queria chamar a atenção dos meninos, mas sim, das meninas. Adorava quando tinha oportunidade de dormir na casa de uma das colegas. Achava ótimo sentir o calor e o cheiro delas. "Que coisa esquisita!" ", pensava: "Isso não é normal, mas não consigo controlar, isso vem de dentro, é intrínseco". Já com 17 anos, a jovem resolveu ser freira, afinal, ali, encontraria um lugar apropriado para seus desejos escusos e, melhor ainda, sob a proteção daquele que era o culpado de a haver envelopado de forma errada. Enxoval arrumado e já quase tudo pronto para embarcar para o Recife em busca de abrigo no convento das irmãs Carmelitas, eis que acontece algo que muda todo o rumo de sua vida.

Conheceu uma senhora chamada Rita. Era mãe de uma das colegas com quem ela costumava se reunir para fazer os trabalhos da Escola. Certo dia, Helena pilhou dona Rita a olhar para ela de um jeito diferente. Desconfiou, mas não disse nada. O tempo passou, mas, sempre que ia à casa da colega, sentia algo diferente no olhar daquela mulher. Num sábado de manhã, enquanto sua colega saiu da sala para ir ao banheiro, dona Rita a abordou e foi logo dizendo: "Menina, eu preciso conversar com você". "Pois não, dona Rita, pode falar..." Respondeu a moça. "Não, minha filha; não é aqui". "Como assim?" Inquiriu Helena. "Quarta-feira eu passo em sua casa para você me acompanhar para uma reunião. Concorda?" .Titubeou, mas acedeu. Afinal, a mulher era gente conhecida e de boas referências. Dito e feito. Na quarta-feira seguinte - dia dedicado ao desenvolvimento mediúnico -, dona Rita passou na casa de Helena e foram, as duas, para a tal reunião.

No caminho, a mulher começou a preparar a jovem, dizendo que estavam indo para um Centro Espírita, mas que ela [Helena] não deveria dizer nada a ninguém sobre isso. Naquele tempo, espiritismo era coisa do diabo. A Igreja não admitia nem aprovava que católicos participassem desse tipo de atividade e, os que as praticavam, eram tidos como hereges e catimbozeiros. Logo na entrada da casa onde funcionava o centro, uma mulher de cabelos compridos e vestida de branco, foi logo dizendo: "Fora da caridade não há salvação!". Helena ficou toda arrepiada. E, sem que Helena se manifestasse, a mulher continuou e disse: "O espírito percorre uma série de existências no mesmo sexo e essa marca pode ficar impressa, só se dissipando com um certo grau de adiantamento quando a influência da matéria se apaga" . A moça não entendeu nada, mas ficou muito impressionada com o que escutava e com aquele ambiente. Depois, puseram as mãos sobre sua cabeça e rezaram algo que ela também não entendeu. Mesmo assim, se sentiu mais leve como que aliviada do que não conseguia entender.

Saída daquele ambiente esquisito, Helena desistiu de ser freira e resolveu estudar os preceitos do espiritismo. Esbarrou na questão da reencarnação, algo que lhe despertou profundo interesse. Um anteparo às suas agruras. Estaria aí a sua salvação? Após ler muito sobre o assunto e, aferrada a esse conceito filosófico que preceitua que a essência não física de um ser vivo inicia uma nova vida em uma forma física ou corpo diferente após a morte biológica, a moça convenceu-se de que, o caminho, seria viabilizar uma renovação da vida. Seu espírito não estava alinhado com seu corpo. Sua "doença" não tinha cura, só adaptação.

Helena não tinha a intenção de morrer, mas sim a de viver eternamente. Na carta de despedida, o que deixou escrito era tudo mentira. O que assentou naquele papel foi mais para causar comoção e para depois, já na dimensão etérea, observar quais os que realmente gostavam dela e, também, para se divertir com o choro daqueles que pensam que a vida se acaba com a morte. Foi tudo planejado. Sua ida para a Terra - já pela terceira vez - não estava mais a contento do que ela esperava ser. Logo na adolescência, descobriu que houve um erro no envasamento de seu corpo. Lhe mandaram para lá envelopado num corpo de mulher, mas, ela era homem. Agora, para aquele espírito antes atormentado, a história seria outra. Na hora da triagem Divina, ela haveria de ter mais cuidado quanto ao corpo que lhe designassem. Afinal, a natureza é "perfeita!"



sábado, 22 de março de 2025

SABÁTICAS

 

. O boné de Trump está, hoje, incomodando muitos dos “patriotas” que fizeram continência para o bôzo ianque e, agora, veem nossas exportações sobretaxadas.

. A administração de Donald Trump tá uma verdadeira “zona”. Ontem, um dos principais jornais dos EUA denunciaram que o bilionário, Elon Musk, foi convidado a conhecer os planos de guerra daquela nação contra a China. Coisa que nem a China sabia. Isso não acabará bem.

. Falar nisso, o evento realizado em prol da anistia dos que tentaram dar o golpe no dia 8 de janeiro de 2023 e depredaram as sedes dos Três Poderes da República e que intencionava reunir um milhão de pessoas, aconteceu, na praia de Copacabana, com a presença de meras 18 mil almas.

. A deputada federal Carla Zambelli (PL), deverá ser condenada pelo STF por porte de arma ostensivo na véspera do segundo turno da eleição de 2022. No STF, já são três votos pela sua condenação.

. A Paraíba está por demais empoderada agora. Temos presidente do Tribunal de Justiça; presidente do Tribunal de Contas União; presidente da Câmara Federal e, no próximo ano, o senador Efraim Filho (União Brasil), será o presidente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.

. Falar em Tribunal de Justiça, o da Paraíba, semana passada, aprovou uma resolução que concederá mais penduricalhos, na forma de gratificações, aos juízes, o que dispenderá a bagatela de mais de R$ 234 milhões. A Justiça é cega (por dinheiro?).

. Com o intuito de promover uma arrumação política e tirar o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino (Republicanos), do páreo pela disputa ao Governo do Estado, o governador João Azevedo (PSB), acaba de nomear Allana Galdino (filha do presidente), para conselheira do Tribunal de Contas.

. O presidente Lula enviou ao Congresso Nacional um Projeto de Lei que vai desonerar mais de 10 milhões de brasileiros que deixarão de pagar Imposto de Renda. Visando as eleições do ano que vem, o presidente já começou a abrir seus pacotes de bondades. É o governo gastando e a inflação subindo.

. Além disso, o governo vai liberar saldos do FGTS e do PIS; vai baixar o preço da gasolina e conceder juros mais baratos para empréstimos consignados de trabalhadores junto aos bancos oficiais. 2026 tá bem ali.

. Voltando a Princesa, hoje, a maior oposição que se faz contra o “governo” de Garrancho é o governo que governa por ele. Quando der fé...

. O papa Francisco deverá ter alta na semana que vem. Pelo fato de haver sido tratado com oxigenação invasiva, o Pontífice terá de fazer fisioterapia para reaprender a falar.

. O presidente da CONMEBOL, Alejandro Dominguez, afirmou, sorrindo, que a realização do campeonato da Taça Libertadores da América sem a presença das equipes brasileiras é o mesmo que um filme de Tarzan sem Chita. Puro racismo recreativo e sem punição alguma.

. Os abraços de hoje, vão para: Giseuda Alcântara, Antônia da Silva Lima, Tadeu Magno, Analúcia Ferreira, Nilva de Bezinho, Arnalles Henrique, Gustavo Lima, Fred Virgulino, Luciano Ferreira da Silva, Toga Branco, Ielson Lacerda, Carpejeane, Janaína Melo, Afonso Nóbrega, Renato César, Creusa de doutor Damião, Lucinha de doutor Tião, Maísa Fonseca, Júnior de Angelita, Édson Mandú, Tonheiro, Júlia de Dellano, Nego Buni, Erivonaldo Freire, Marconi Campelo, Cássia Fidélis, Zé Galego e Iracema de Joca.



O baralho e a Eucaristia

 

Contava o nosso historiador maior, Paulo Mariano, que João Fernandes, conceituado comerciante princesense, gostava de jogar baralho (pife), no “Bar do Gera”, enquanto tomava uns goles de cerveja. Além de contumaz jogador, era também, Fernandes, Ministro da Eucaristia e, certa feita, entretido com o jogo, esqueceu-se do horário da missa e, quando se lembrou, já estava em cima da hora. Aperreado - uma vez que era pontualíssimo -, jogou as cartas em cima da mesa e saiu correndo para a Igreja onde deveria distribuir a comunhão.

Chegando à Igreja Matriz, João, vestiu a batina branca e, ainda pensando no baralho de “Gera”, pegou a âmbula cheia de hóstias consagradas e começou a distribuir a comunhão aos que estavam na fila. Porém, com o juízo atrapalhado, ainda pensando no baralho, ao invés de dizer: “O Corpo de Cristo”, João dizia: “Ás de Copas”; “Três de Ouros”; “Sete de Paus”; “Rei de Espadas”... e, os fiéis, contritos, não percebiam e iam dizendo: “Amém”. Enquanto os comungantes engoliam a hóstia, Fernandes não tirava o pensamento das cartas.



 

sexta-feira, 21 de março de 2025

Algo inusitado acontece no Brasil

Nunca, em tempo algum, o Brasil se viu na situação política em que se encontra hoje. A Nação está dividida entre bolsonaristas e os outros. Nem no tempo da ditadura militar havia tanto contencioso quanto há agora. É certo que, a parcela de bolsonímions, é por demais exígua e estanque, ela não cresce, porém, incomoda sobremaneira fazendo o país esquecer as pautas que interessam à sociedade para ficar martelando sobre assuntos irrelevantes, tudo isso provocado por aqueles poucos que sonham em o ex-presidente Jair Bolsonaro voltar ao poder.

Não se trata de analisar se o povo é contra ou a favor do presidente Luís Inácio da Silva. Lula foi eleito em um pleito limpo e legal e deve governar. Seus erros e acertos devem ser capitalizados pela população para que se possa fazer um julgamento nas urnas do ano que vem. Foi o que aconteceu com Bolsonaro quando, apesar de distribuir mimos a torto e a direito, foi derrotado pelas urnas. A soberania popular fala mais alto e, não adianta tentar seguir por outras vias que não as da democracia. Bolsonaro é inelegível e pronto, não adianta espernear.

Depois do advento da figura de Jair Bolsonaro, o Brasil perdeu a paz. O pior, é que poucos dos que nele votaram percebem que aquilo é uma farsa. O projeto de Bolsonaro é um projeto familiar e, os seus antecedentes, falam por si só: rachadinha, preconceito de gênero, insensibilidade quanto aos pobres, negacionista das coisas da ciência, golpista, adepto da tortura, enfim, tudo o que não condiz com a condição de alguém que quer representar o povo. Desde a chegada dessa turma ao poder, o Brasil se dividiu em dois, o que vem prejudicando a todos.

É necessário fazermos uma reflexão, botarmos a mão na consciência e pensarmos numa solução melhor para o Brasil. Quem não gosta de Lula que não vote nele, mas tenha a responsabilidade de escolher outro nome que não seja parte dessa gang de imorais e hipócritas que usam o nome de Deus para mascarar seus verdadeiros projetos. Bolsonaro é uma farsa perigosa. Admite-se até que aqueles menos instruídos, ainda acreditem nessa mentira. No entanto, o que vemos são pessoas ilustradas que, sob a desculpa de serem conservadoras, se acostam a essa falácia que só tem trazido desassossego à Nação. Abramos os olhos enquanto é tempo.



A ANTIGA CADEIA PÚBLICA

A foto acima retrata o prédio da antiga Cadeia Pública de Princesa que foi construída no início do século passado. Esse imóvel foi demolido na década de 1970 para dar lugar à construção de um prédio para abrigar a agência do Banco do Estado da Paraíba. Hoje, após algumas reformas, no mesmo prédio, situado à Praça “Frei Damião”, funciona a agência do INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social. A antiga Cadeia Pública de Princesa fez história porque ali, foram trancafiados os presos políticos, aliados do coronel José Pereira Lima, na “Guerra de Princesa”, a exemplo de Joaquim Mariano, Major Feliciano Florêncio, José Frazão de Medeiros Lima, Joaquim Gomes, Lino Tenório, Luís do Triângulo, dentre outros, quando da vitória da Revolução de 30.

As instalações da Cadeia de Princesa eram as piores possíveis, sem higiene ou qualquer conforto para os detentos e ali, funcionava também a Delegacia de Polícia. Lembro-me que ainda criança, quando vínhamos das aulas no Grupo Escolar “Gama e Melo”, passávamos, às vezes pela frente da Cadeia para vermos os presos sentados nas janelas gradeadas, com as pernas para fora, muitas vezes entoando canções populares e, alguns desses prisioneiros pediam dinheiro ou mandavam as pessoas entregar bilhetes a namoradas ou familiares. Lamentavelmente, ao invés de ser restaurada e, possivelmente transformada num museu, a antiga Cadeia Pública foi demolida restando apenas essa memória fotográfica que resgatamos agora.



quinta-feira, 20 de março de 2025

O caminhão tombado e o homem nu

 

Havia em Princesa, na década de 1970, uma Escola coordenada por um professor que, invertido, gostava de jovens rapazes e com eles, mantinha práticas sexuais consideradas escusas.

Esse professor, que residia numa casa do centro da cidade - acompanhado de sua mãe viúva e já idosa -, certa tarde, estando na companhia de um rapaz, surpreendeu-se com um forte estrondo. Ao sair do quarto em que estava para verificar o que acontecera - acompanhado pelo garoto desprovido de indumentárias -, chegando à sala de sua casa, surpreendeu-se com a cena com que se deparou: um caminhão, carregado de algodão, tombara sobre o parapeito de sua casa.

Enquanto observava o acidente, sua mãe, vinda da cozinha, atraída e espantada também pelo forte barulho, gritou:

- Antônio, o que foi isso?

Aflito, o professor foi logo dizendo:

- Mãe, saia daqui! Um caminhão virou por cima da nossa casa e, de cima da carga, caiu um homem nu!

Em face dessa informação, a velha espalhou uma das mãos sobre o rosto e, com os dedos entreabertos, ficou a observar a cena.



quarta-feira, 19 de março de 2025

Hoje é o dia do santo das chuvas

É hoje o derradeiro dia em que o sertanejo deposita sua esperança de ter um inverno regular. Hoje é o dia em que a Igreja Católica comemora São José, o santo das chuvas. Reza a tradição nordestina que, se não chover até o dia desse santo, o inverno é ruim. É certo que já tivemos algumas chuvas esparsas neste ano. O problema é a irregularidade em que elas vêm caindo. Por isso, se espera que, a partir de hoje, o inverno engrene de forma definitiva. Antigamente, faziam-se procissões com o Santo, soltavam foguetões, rezavam e cantavam pedindo chuva. Acho que, o Santo, desgostoso com o descaso de hoje em dia, está se fazendo de rogado. Tomara que ele abrande seu corações e peça a São Pedro para abrir as comportas. Ainda dá tempo.



O Capitão Virgulino Ferreira

Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu no município de Vila Bela (atual Serra Talhada), estado de Pernambuco, em 4 de junho de 1898 e morreu, com exatos 40 anos de idade, em 28 de julho de 1938 na Grota de Angicos, no município de Poço Redondo no estado de Sergipe. Ao longo de toda uma saga de lutas e perseguições, tornou-se uma lenda dos sertões nordestinos com a fama estendida por todo o Brasil. Hoje, trataremos apenas de um episódio bizarro e, ao mesmo tempo caricato, envolvendo aquele famigerado cangaceiro.

Com o pretexto de transformar o “Rei do Cangaço” e seu bando, em combatentes contra a “Coluna Prestes” (movimento liderado por Luís Carlos Prestes entre 1925 e 1927, que percorreu o interior do Brasil em oposição ao governo do presidente Artur Bernardes), o deputado federal, Floro Bartolomeu, sob os auspícios do padre Cícero Romão Batista, convidou Lampião ao Juazeiro e decidiu promovê-lo com uma ridícula nomeação, quando concedeu ao bandoleiro a patente de “Capitão”.

Para tanto, na madrugada do dia 3 de março de 1926, quando Virgulino já se encontrava em Juazeiro, ocasião em que aproveitou para visitar suas irmãs que ali moravam, o “Rei do Cangaço”, retratado em várias situações pela lente do fotógrafo Pedro Maia, foi promovido a Capitão. Nessa manhã, o padre Cícero mandou acordar o único servidor público federal que existia na cidade, o Inspetor Agrícola Pedro de Albuquerque Uchôa, e determinou que aquele funcionário público lavrasse o seguinte decreto que, por pitoresco, foi ditado pelo próprio sacerdote:

     “Nomeio, ao posto de capitão, o cidadão Virgulino Ferreira da Silva; a primeiro-tenente, Antônio Ferreira da Silva e, a segundo-tenente, Sabino Barbosa de Mélo, que deverão entrar no exercício de suas funções logo que deste documento se apossarem.

     Publique-se e cumpra-se.

     Dado e passado no Quartel General das Forças Legais em Juazeiro, 3 de março de 1926.

     Ass. Pedro de Albuquerque Uchôa.”.

Com esse ridículo decreto, o cangaceiro mais temido dos sertões nordestinos - agora “Capitão Legalista” do Exército Brasileiro e abastecido de armas e munições -, ao invés de combater a Coluna Prestes, partiu daquela cidade, abençoado pelo padre Cícero, para continuar, o facínora, em sua saga de bandoleiro pelas caatingas nordestinas.



 

2026 tá bem ali

Já começou a corrida atrás dos votos para as eleições do próximo ano. Nessa terça-feira (18), a convite do ex-prefeito de Sousa/PB, Fábio Tyrone, o suplente de vereador de Princesa, Márcio Caboclo, esteve na “Cidade Sorriso” num encontro para tratar da viabilidade de apoio à candidatura de Tyrone, para deputado federal. O ex-prefeito, que é a maior liderança da cidade mais importante do alto sertão paraibano, determinado que é, já se movimenta em busca de uma cadeira na Câmara Federal.



Ato público em prol de golpistas se revela um fiasco

No último domingo (16), bolsonaristas promoveram um ato público, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em prol da anistia dos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. A expectativa dos organizadores era a de reunir, na praia mais famosa do Brasil, mais de um milhão de pessoas. Deu a bola de Zé de Ana. Menos de 20 mil devotos compareceram. Além dessa defecção popular, muitas das figuras da direita brasileira também não fizeram parte da manifestação. Dos grandes representantes dos conservadores, somente os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), compareceram. Rachada, pelo visto, a direita não presta mais continência ao capitão. O “mito” pagou um mico.


terça-feira, 18 de março de 2025

Está tudo como d'antes

 

Tal qual o rei da Inglaterra, o novo prefeito de Princesa, à sombra do prefeito de fato, nada faz e nada resolve porque nada pode. Desde 1° de janeiro deste ano, em Princesa, funciona um sistema híbrido, misto e inusitado. Nem é parlamentarismo, tampouco monarquia absoluta porque, tudo está invertido. Garrancho, que foi eleito em outubro do ano passado, ostenta o título de prefeito, porém, não apita em nada; enquanto o ex-alcaide, Nascimento, é quem manda em tudo. Na verdade, Garrancho nem é rei, nem primeiro ministro e, muito menos, prefeito.

Na rua, não somente os da oposição, mas também vários correligionários, já se referem ao Garrancho como "prefeito de araque" "prefeito do Paraguai" . Alguns mais encartados chamam-no até de '. Esse estado de coisas se faz evidente quando se observa que, o ex - aquele que se diz dono e provedor de tudo -, é quem detém as rédeas do poder. Nascimento, em sua empáfia inquestionável (Sua Majestade Imperial), não arredou pé, não largou o osso e é quem continua dando as cartas desse baralho encamaçado em logro do titular de direito.

Na verdade, são dois prefeitos: um de direito (Garrancho) e, outro, de fato (Nascimento). É claro, que isso deve ser fruto de um acordo firmado anteriormente. Afinal, todos sabem que o Garrancho não era o candidato da preferência do ex-alcaide. É de domínio público que, Nascimento, agindo sempre como um soberano, jamais deixaria alguém ocupar o lugar que considera seu. Em face da anuência do prefeito paraguaio - se por medo ou sucumbência - o ex deita e rola. Resta saber, até quando não aflorará a vaidade do titular e se, por conta disso, vai chamar o feito à ordem. Pelo visto, manda quem pode, obedece quem tem juízo. Se eu fosse Garrancho, endoidecia.



Na Paraíba, parece que as coisas estão se arrumando

 


O que parecia completamente desmantelado, parece, está-se arrumando. A sucessão de João Azevedo (PSB), eivada de interesses vários, tem dado dor de cabeça aos próceres da situação e feito a festa no âmbito da oposição. Todos querem a bênção do Governo para concorrer à principal cadeira do Palácio da Redenção. Adriano Galdino (Republicanos) partiu na frente declarando, aos quatro ventos, que é pré-candidato a governador. Se tem a preferência do chefe do Republicanos, o presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, não é o candidato in pectoris de João.

Já Lucas Ribeiro (PP), na privilegiada posição de vice-governador de um titular que quer disputar o Senado Federal e, para tanto, terá de afastar-se do cargo em abril do ano que vem, o que abriria vaga para sua assunção ao cargo maior do Estado, já disse que se assumir o governo, disputará a reeleição. Lucas também não é o candidato da preferência de João, que prefere, o prefeito da capital, Cícero Lucena (PP) ou, seu secretário de Infraestrutura, Deusdete Queiroga (PSB). No processo de acomodação que se inicia, difícil vai ser encontrar lugar para todos.

O que se vê, no momento, é um início de acomodações. Isso se evidencia com a aprovação da indicação de Alanna Galdino, filha do deputado Adriano Galdino, para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado - TCE/PB, um prêmio de consolação. Com isso, Galdino, certamente se acalmará. Mas, e os outros? Lucas não abre mão nem aceita barganha, enquanto o governador, alimenta os desejos do prefeito Cícero. São poucas cadeiras para muitas bundas vagas.