ODE

sexta-feira, 31 de julho de 2020

A LIVE DA RÁDIO PRINCESA ANTECIPA CAMPANHA



- Hoje tem Live?

- Tem sim sinhô!

- Às sete horas da noite?

- Tem sim sinhô!

- Arrocha negrada!

Parodiando a cantoria de rua do palhaço do circo da viúva, lembramos a todos que hoje, às sete horas da noite, haverá uma Live, envolvendo os dois pré-candidatos a prefeito de Princesa e o inelegível, atual prefeito da cidade. O médico Alan Moura (Democratas) e o advogado Sidney Filho (PSDB), deverão registrar suas candidaturas no início do mês de setembro, logo após a realização das convenções. Já o senhor Ricardo Pereira do Nascimento, não poderá fazer o mesmo procedimento, uma vez que, na condição de inelegível - por ser condenado em segunda instância, por fraude em licitação -, se encontra impedido de disputar eleições, por estar incluso no rol das pessoas chamadas “fichas sujas”. Mesmo assim, a Rádio Princesa, tida por muitos como uma notória subsidiária da Prefeitura Municipal de Princesa, quando tudo faz a serviço e em prol daquele poder, convidou Nascimento para fazer parte da Live que se realizará hoje.A dita live acontecerá sob o pretexto da apresentação das propostas dos pré-candidatos a prefeito e sobre o que eles pretendem fazer pelo município a partir de 2021.

A verdadeira intenção

Diante do impedimento do senhor prefeito, de submeter-se às urnas, em busca de sua reeleição, a direção da Rádio Princesa, matreiramente, se antecipa e promove um “debate branco” (rima com “chapa-branca”), para que Nascimento possa participar, já que o mesmo não o poderá fazer quando começar a campanha de verdade. Estranho, muito estranho, pois, já que o prefeito não escolheu ainda um candidato a quem apoiar, vai ele próprio participar do programa, sem nenhum credenciamento para tanto, com o intuito de defender suas ideias porque não tem ninguém credenciado para tanto, uma vez que, somente ele acredita na falácia que é o seu governo de fancaria, uma desastrada administração, eivada de mentiras, falcatruas e corrupção. Mesmo assim, recomendo a todos que assistam a Live. Quanto a acreditar no que Nascimento vai dizer, Deus me live.

DSMR, EM 31 DE JULHO DE 2020.


PENSAMENTOS DO DIA

 

“Quem é honesto? Quem valoriza a honestidade? Quem exige provas dela? Quem medita sobre o assunto? Por que, então, estranhamos que as civilizações pereçam?”.

Abdulah Ibn Al-Qadir

 

“A imprensa nunca se preocupa muito com a verdade, com reputações prejudicadas ou arruinadas”.

Joe Marconi

 

“O que é a corrupção? De que modo podemos lutar contra ela? Quem deseja saber? Quem tenta descobrir?”.

Abdulah Ibn Al-Qadir


NORDESTE “CHAPA-BRANCA”

A visita do presidente Jair Bolsonaro ao Nordeste, ontem, quando contemplou dois Estados da nossa região com sua “covídica” presença – Piauí e Bahia -, corroborou a antiga assertiva de que o Nordeste seco e ingrato - também chamado de grotão eleitoral pela imprensa do “sul maravilha” – é, do ponto de vista político, essencialmente governista. É por todos sabido, que nas últimas eleições presidenciais, o candidato apoiado pelo PT – Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, recebeu algo em torno de 80% dos votos nordestinos. Hoje, após a concessão, pelo Governo Federal, do Auxílio Emergencial, no valor de R$=600,00 (SEISCENTOS REAIS), as pesquisas já apontam um ligeiro crescimento da aceitação popular do presidente na região nordestina. Isso se comprova pela efusividade com que Bolsonaro foi recebido, ontem,pelo povo dos dois Estados visitados. Ademais, só para refrescar a nossa memória, quem não se lembra quando os políticos do PDS e do PFL eram, de longe, majoritários nas urnas dos Estados do Nordeste? Não podemos esquecer que o PT, antes de ser governo, era ojerizado pelos nordestinos e, depois de ascender politicamente e tomar assento no Palácio do Planalto, virou quase uma unanimidade. Diante disso, depreende-se que o Nordeste não tem partido, seu partido chama-se: Governo. “Hay Gobierno? Soy a favor!”. O Nordeste, é igual à Rádio Princesa: Chapa-branca.

DSMR, EM 31 DE JULHO DE 2020.


quinta-feira, 30 de julho de 2020

BARBAS DE MOLHO




Neste ano de Pandemia, teremos uma campanha eleitoral atípica, um pleito completamente diferente do que já vimos até agora. Primeiro veio o adiamento da eleição e, tudo indica, não haverá concentrações públicas (comícios, passeatas, carreatas, etc.); o famoso corpo-a-corpo também não deverá ser realizado. Tudo vai ser diferente. Será uma campanha totalmente digital, comandada pelas chamadas Redes Sociais. Por conta disso, os candidatos à prefeitura, deverão ter uma performance retórica competente para um verdadeiro convencimento do eleitor à distância. Para os candidatos a Prefeito, a campanha poderá ser mais igual. Porém, para os candidatos a Vereador, a coisa poderá ser bem mais difícil. Sem o corpo-a-corpo, a campanha se fará mais complicada, principalmente para aqueles que não gozam de apoios importantes. Como exemplo, citamos a pré-campanha do postulante Romero Brás. Este, certamente, vai bater paradas, pois, a cúpula partidária comandada pelo atual prefeito, lhe dedica total apoio, enquanto os demais terão de penar atrás de votos, o que se agrava mais ainda para os que já são detentores de mandatos eletivos, pois, o que se fala na cidade é que a renovação dos ocupantes da Câmara Municipal de Princesa, será muito grande. Ajoelhados aos pés do Prefeito, os Vereadores que formam o bloco da situação, estão em dívida com o povo e, sem o apoio efetivo da estrutura partidária e administrativa, terão sérias dificuldades em angariar votos para a renovação de seus mandatos. Quanto aos candidatos da oposição, estes, podem ser beneficiados, tanto pelo desastre administrativo da atual gestão, quanto pela atuação que tiveram no exercício de seus mandatos. Por conta de tudo isso, os candidatos do bloco partidário do prefeito, devem botar suas barbas de molho, pois, além da recomendação para eleger o novo Brás, tem o outro Brás – o que é tesoureiro – sem medir esforços oficiais para viabilizar a eleição do mano.    



HISTÓRIAS E ESTÓRIAS ENGRAÇADAS DE PRINCESA



DISCURSOS DE VEREADORES


As eleições municipais de 1992 foram pródigas em candidatos ao cargo de Vereador. Concorreram 60 candidatos pelos vários partidos, um recorde de todas as eleições, em busca de 15 vagas. Muitos deles, concorrendo pela primeira vez e, em tese, sem nenhuma chance de êxito eleitoral, apelaram para discursos os mais inusitados. Um deles, foi Romeu Pereira Maia, do PMDB que, num comício ocorrido na Praça José Nominando, falou:


“Sou candidato a vereador porque sonho com dias melhores em minha vida”.


Romeu recebeu das urnas, os votos de 53 eleitores compadecidos. Doutra feita, numa concentração havida no Bairro do Cruzeiro, o candidato a Vereador Luiz Curinga, do PFL, proferiu sua fala:


“Eu sou canidato de vereador com o numo 25.678. Assim: eu sou pobe, quem num quizé votá n’eu, vote nos rico. Eu num tenho o que dá a vocês”. 


Curinga tirou 41 votos. Outro candidato a vereador, pelo PFL, chamado Zé do Motor, certa tarde, abordou o candidato a prefeito, Gonzaga Bento, que já estava esgotados de recursos financeiros e de paciência e lhe pediu uma conversa em particular. Gonzaga, estressado, sugeriu que o papo fosse adiado para o dia seguinte. Zé do Motor insistiu que teria de ser naquele momento e, Gonzaga Bento, para não desagradar, concordou e levou o candidato para uma sala de sua residência. Lá, Zé do Motor confessou o que queria: 


“Seu Gonzaga, eu estou precisando de dez cruzeiros e de uma carteira de cigarros”.

Gonzaga Bento respirou fundo, criou alma nova e contemplou o candidato com o humilde pedido. Zé doMotor obteve das urnas, 28 sufrágios.


PENSAMENTOS DO DIA


 

“Os homens constroem paredes demais e pontes de menos”

Dominique Georges Pire

 

Há homens que têm rabo, e até envergonham seu cachorro”.

Jean-Paul M. Xand

 

“A maioria dos homens é mais capaz de grandes ações do que de boas”.

Charles de Secondat Montesquieu

quarta-feira, 29 de julho de 2020

TUDO TEM SEU TEMPO



O que se observa nessa pré-campanha eleitoral, em Princesa, é um fato inédito: a opção pelo novo, pelo diferente. Há quase 100 anos o povo de Princesa se restringiu a escolher, de forma alternada, candidatos a prefeito oriundos ou ligados às tradicionais agremiações políticas comandadas pelos grupos “Pereira” e “Diniz”. Nesse ano de Pandemia, de campanha diferente, campanha eletrônica, vê-se claramente a opção por uma pré-candidatura inovadora. Faz-se notória a aceitação do nome do candidato do “Democratas”, o doutor Alan Moura. Vários segmentos da sociedade princesense já se manifestam em apoio a essa pré-candidatura, principalmente os jovens. Esse descredenciamento das forças tradicionais se verifica, primeiro pela onda renovadora que se observa em todos os âmbitos, nacional e estadual, depois, pelo fato de que as forças políticas tradicionais e conservadoras de Princesa, não apresentam nada de novo. De um lado, temos o atual prefeito que foi eleito sob as bênçãos do ex-deputado Aloysio Pereira e que fez uma administração para si próprio e para seus apaniguados; uma gestão voltada para os detentores do poder econômico e, do ponto de vista social, educacional e de saúde, um verdadeiro desastre. O candidato do PSDB, sem conseguir apresentar-se como vetor de uma verdadeira renovação - quando insiste em dizer-se espelhado no pai, o ex-prefeito, doutor Sidney -, não empolga os segmentos mais importantes da sociedade, atendo-se apenas ao apelo tradicional. É verdade que quase tudo que existe em Princesa – em termos de obras estaduais -, foi trazido pelos dois partidos tradicionais, mas isso não poderia ser diferente porque nunca outra força teve a oportunidade de mostrar a cara. Desta vez, não. A coisa agora se apresenta diferente. A carga está pendendo para esse novo segmento político, representado por doutor Aledson Moura, que obteve das urnas de 2018 uma expressiva votação para deputado estadual, e agora se empenha em prol da pré-candidatura de seu irmão, o médico Alan Moura que, carismático e popular, caiu na graça do povo e tem grande facilidade de penetrar em todas as camadas da população, o que se apresenta como uma esperança de verdadeira mudança. Princesa precisa e merece algo diferente, e parece que chegou a vez.



DSMR, EM 29 DE JULHO DE 2020.

ANTOLOGIA DOS PREFEITOS DE PRINCESA LUIZ GONZAGA DE SOUSA




LUIZ GONZAGA DE SOUSA, mais conhecido como Gonzaga Bento, foi o sexto, o décimo e o décimo primeiro prefeito eleito de Princesa. Escolhido pelas urnas por três oportunidades, Gonzaga foi eleito em 1963, 1982 e 1992. Governou Princesa por três mandatos, perfazendo um período, não consecutivo, de 15 anos, sendo o cidadão que por mais tempo administrou o nosso município. Nascido no então Distrito de Tavares, no sítio Cafundó, em 27 de maio de 1929, Gonzaga Bento era filho de Severino Bento de Sousa e de dona Maria Amélia Marques de Sousa. Casou-se com dona Luiza Pereira Lima, mais conhecida por Luizinha, que era filha do coronel José Pereira Lima, com quem teve os filhos, Rosane e Humberto. Teve formação escolar até o segundo grau, chegando a prestar vestibular para o curso de Ciências Jurídicas. Sem lograr êxito nesse desiderato, abandonou os estudos e passou a dedicar-se aos negócios e à política. Representando o Distrito de Tavares, pertencente a Princesa, Foi eleito Vereador em 1951 e reeleito em 1955. Em 1959, foi eleito vice-prefeito de Princesa. Em 1960, com a Emancipação Política do então Distrito de Tavares, Gonzaga, renunciou ao mandato de vice-prefeito de Princesa e, concorrendo como candidato único, foi eleito prefeito daquele novo município. Em 1963, diante do impasse de seu partido em conseguir um candidato competitivo para enfrentar, nas urnas, o velho cacique, Nominando Muniz Diniz, (“seu” Mano), nas eleições para prefeito de Princesa, Gonzaga foi convocado para essa difícil tarefa – que para muitos seria inglória – e, sem se intimidar com a desafiadora empreitada política, ousadamente aceitou concorrer ao cargo maior do município. Renunciou ao mandato de prefeito de Tavares, candidatou-se a prefeito de Princesa pelo PSD – Partido Social Democrático, tendo como companheiro de chapa e candidato a vice-prefeito, o ex-prefeito Zacharias Sitônio. Abertas as urnas do pleito realizado em 11 de agosto de 1963, foi vitorioso Luiz Gonzaga de Sousa, aos 34 anos de idade, quando obteve 1.860 votos, contra 1.567 sufrágios dados em favor do velho Mano. Eleito, Gonzaga Bento, tomou posse em seu primeiro mandato como prefeito de Princesa, em 30 de novembro de 1963. O governo de Bento foi pródigo em muitas obras urbanísticas e de infraestrutura. Construiu vários Grupos Escolares na Zona Rural, passagens molhadas e Postos de Saúde. Deu total apoio para a construção do açude Jatobá II, em 1967 e também para a instalação da energia elétrica de Paulo Afonso, em 1968. Governou o município até 30 de novembro de 1968.



O segundo mandato


Em 15 de novembro de 1982, Luiz Gonzaga de Sousa foi eleito novamente, como o 10º prefeito de Princesa. Nesse pleito, Gonzaga, teve como seu vice, o comerciante Onofre de Sousa Ferraz, mais conhecido como Doca Ferraz. Concorreram três candidatos a prefeito: Antônio Nominando Diniz Filho (Totonho), pelo PDS1; Gonzaga Bento pelo PDS2; Paulo Mariano pelo PMDB1 e Luiz André Neto pelo PMDB2. Nesse tempo, Gonzaga se dedicava completamente aos seus negócios agropastoris em sua fazenda, Abóboras, no município de Serra Talhada/PE. Porém, diante do grande prestígio que gozava seu cunhado, Aloysio Pereira, junto ao governo do Estado, quando ocupava o cargo de Secretário de Saúde, aceitou ser candidato a prefeito por insistência deste e de alguns amigos e correligionários. A campanha foi animada e sempre demonstrando favoritismo à candidatura do concorrente pelo PDS2. Abertas as urnas, Gonzaga foi eleito, aos 53 anos de idade, com 3.419 votos, contra 2.693 dados ao seu principal concorrente, Totonho, estabelecendo uma diferença de 716 votos. Eleito, Bento foi empossado em 31 de janeiro de 1983. Sua administração ateve-se, pincipalmente a obras de pavimentação, porém, o principal feito nessa segunda gestão, foi a construção do estádio de futebol “OGonzagão”, financiado com recursos federais e que é, ainda hoje, um dos maiores e mais importantes campos para a prática de futebol, existentes no estado da Paraíba.Gonzaga Bento bancou a eleição de seu sucessor, o agricultor, Assis Maria, logrou êxito eleitoral e governou o município até 31 de dezembro de 1988.


O terceiro mandato


No último ano do mandato de seu sucessor, Gonzaga Bento começou a se articular para ser candidato novamente a prefeito de Princesa. Desta feita, havia um problema. Animado com a notória hegemonia política do grupo Pereira, o então deputado estadual, Aloysio Pereira, começou a se movimentar, com o intuito de ser o candidato do partido à Prefeitura de Princesa. Gonzaga, matreiro que era, antecipou-se ao cunhado e conseguiu capitalizar as simpatias das principais lideranças do PFL – Partido da Frente Liberal, agremiação que liderava e tornou-se o escolhido como candidato a prefeito, tendo como seu vice-prefeito, o jovem vereador José Lima de Campos Barros. Concorreram com Gonzaga Bento, pelo PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro, José Nominando Diniz e, pelo PDT – Partido Democrático Trabalhista, Edivaldo Virgulino de Medeiros (doutor Zoma). Em que pese a dissidência partidária de doutor Zoma, Gonzaga foi eleito com 4.558 votos, contra 3.593 votos dados ao candidato do PMDB, José Nominando Diniz. Doutor Zoma obteve das urnas, 1.542 sufrágios. Eleito, Gonzaga Bento tomou posse em 1º de janeiro de 1993 e governou o município até 31 de dezembro de 1996. Nessa sua última administração, não teve, Bento, a performance das duas anteriores. Enfrentou uma oposição muito articulada e, por motivo da crise financeira por que passava o país, não contou recursos federais para a realização de obras. Em que pese alguns atrasos salariais, mesmo assim, fez uma administração razoável. Luiz Gonzaga de Sousa, um dos poucos políticos princesenses invicto de derrotas eleitorais, o cidadão que por mais tempo governou Princesa, faleceu, de infarto do miocárdio, em 05 de setembro de 2002.



DSMR, EM 29 DE JULHO DE 2020.

PENSAMENTOS DO DIA


 

“Muita gente fracassa porque chega à conclusão de que os princípios básicos não se aplicam ao seu caso”.

L. Chicon

 

“O tempo é um grande professor, mas infelizmente ele mata todos os seus discípulos”.

Louis Hector Berlioz

 

“Os tolos sempre foram maioria no mundo”.

Heráclito

UM SERTANEJO VALENTE



Lembro de meu pai suado
Quando chegava da roça
Pele queimada, mão grossa
O corpo muito cansado.
Botava as tralhas de lado
Ficava um pouco esperando
O corpo ali resfriando
Sentado na preguiçosa,
Fumando e soltando prosa
E muitas vezes cantando.

O sol ia castigando
Esse sertão sofredor
Mas ele com destemor
Seguia ali trabalhando.
O ano inteiro teimando
Mostrando a sua bravura
Com muita desenvoltura
Seguia no seu sertão,
Cuidando da criação
E firme na agricultura.

Essa era sua cultura
Vem de seus antepassados
Homens de bem, renomados
Zelosos na sua postura.
Se a vida seguia dura
Por causa duma estiagem
Que castigava a paisagem
Papai nunca reclamava,
Pois o seu peito estrondava
De muita fé e coragem.

Seguindo nessa linhagem
Papai era destemido
De natureza, polido
Refinado na linguagem.
Carregava na bagagem
Saber e honestidade
Bravura, sinceridade
Um caráter inabalável,
Além de tudo era amável
E um amigo de verdade.

Na nave dessa saudade
Papai é o comandante
Sinto ele a todo instante
Com sua suavidade.
Mesmo da eternidade
Sinto ele muito forte
Pois nunca temeu a morte
E assim eu fiquei sabendo
Que até ele morrendo
Ele ia ser o meu norte.

Rena Bezerra
28/07/20

terça-feira, 28 de julho de 2020

NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA, LIVE DE LANÇAMENTO DO PORTAL “PODER E NOTÍCIA”.



No próximo dia 31 de julho, sexta-feira, às 19:00 horas, a Rádio Princesa FM, veiculará uma Live, sob a coordenação do jornalista Júnior Duarte, com a participação dos três pré-candidatos a prefeito de Princesa: Alan Moura (DEMOCRATAS), Ricardo Pereira (CIDADANIA) e Sidney Filho (PSDB). Além da transmissão normal pela Rádio Princesa, o programa poderá ser visto também por todas as plataformas digitais. Segundo o jornalista, Júnior Duarte, na oportunidade serão debatidos temas do interesse da coletividade princesense, com espaços iguais para todos os pré-candidatos. Com certeza, será uma excelente oportunidade para que o povo de Princesa tome conhecimento das intenções daqueles que pretendem governar o município.


DSMR, EM 28 DE JULHO DE 2020.

90 ANOS DA GUERRA DE PRINCESA – CRONOLOGIA DE UM CONFLITO O CORONEL JOSÉ PEREIRA DEPÕE ARMAS





No início da noite do dia 26 de julho de 1930, o coronel José Pereira, reunido em sua residência, na companhia de seu jovem secretário particular, José Pereira Cardoso e dos amigos fieis, José Frazão de Medeiros Lima, Manoel Medeiros, Benedito Sitônio, Marcolino Florentino Diniz, Manoel Rodrigues Sinhô e Sinhô Salviano, surpreendeu-se com intempestiva entrada em sua sala de estar do telegrafista, Richomer Barros, com um papel na mão. Ao botar o pé na sala, Richomer foi logo dizendo: “Mataram João Pessoa!”. O Coronel tomou-lhe o papel das mãos e começou a lê-lo. Era um telegrama, expedido da capital pernambucana, da parte de seu amigo, o industrial João Pessoa de Queiroz, dando conta do assassinato do presidente paraibano, ocorrido na tarde daquele dia, na Confeitaria Glória, no centro do Recife. O crime, perpetrado pelo advogado João Duarte Dantas, àquela altura, já abalava todo o País. Ainda lendo o telegrama, Zé Pereira escutou de alguns dos circunstantes, em incontida alegria, que haviam ganhado a guerra. Levantando os olhos do papel, o Coronel exclamou: “Perdemos a luta”. Segundo o escritor paraibano, José Joffily, em seu livro: Revolta e Revolução – Cinquenta Anos Depois” p.p. 235;


“Por trás da concisa exclamação de José Pereira havia certamente uma outra: ‘graças a Deus!’. Sim, porque estavam exauridas as energias dos contendores. Os arsenais esgotados, os armazéns vazios e os homens extenuados. Pior de tudo: nos cofres só uns trocadinhos...”. 


Arguto e intuitivo, o coronel José Pereira sabia que, muitas vezes a morte – mais do que a vida - tem o condão de modificar as coisas. A morte de João Pessoa, que para muitos poderia significar a vitória dos que se rebelaram contra o governo da Paraíba, pelo contrário, lavrou a sentença de morte da República Velha, ascendeu os Liberais ao topo do poder e pôs os perrepistas em dificílima situação. O feitiço virou por cima do feiticeiro.Diante dessa trágica notícia, Zé Pereira determinou o fim das hostilidades. Mandou que se recolhessem, todos os seus homens, à Capital do Território Livre, permanecendo apenas, nas mesmas posições, aqueles que mantinham o Distrito de Tavares sitiado. Orientou aos comandantes de turmas que aguardassem novas ordens, e que permanecessem de prontidão em defesa da cidade, e que só tomassem iniciativa bélica em defesa da população princesense. A Guerra de Princesa acabou nesse dia. Mesmo em estado de alerta, a partir daí, ninguém disparou um tiro sequer. A pacificação total, só ocorreria no mês seguinte, com a chegada das tropas federais. 



DSMR, EM 28 DE JULHO DE 2020.

REMEMORANDO MOMENTO CULTURAL OS MAXIXES DE EDGAR



No dia 02 de dezembro de 2006, o poeta princesense, Valban Lopes, promoveu o lançamento de seu livro: “Os Maxixes de Edgar”, no Gabinete Cultural, no centro histórico de João Pessoa, ocasião em que se fizeram presentes várias personalidades do meio cultural paraibano e de muitos princesenses amantes da literatura de Cordel. O livro conta uma interessante história sobre o nascimento de um pé de Maxixe, semente da discórdia, semente que ninguém plantou, mas que, entre mortos e feridos, terminou tudo em paz. Vejamos alguns versos dessa interessante obra: 

OS MAXIXES DE EDGAR

(Trechos)

Agora vou lhe contar

Um fato que acontece

Do jeito que começou

E da forma que ocorreu

Com muita autenticidade

Testemunhei a verdade

Que sempre prevaleceu

 

Foi no alto das Guaribas

Na cumeeira da serra

Dois vizinhos, dois parentes

Quase trava um pé de guerra

Terminando a união 

Se gerando uma confusão

Por um pedaço de terra

...

Nem Dona Inês resolveu

Depois que muito tentou

Isso aqui não damos jeito

Nem Genésio decifrou

Pra não ficar paranoia

Leve pra Marcos Porróia

Ou pra qualquer um que for

 

Foram direto a Porróia

Que era outra solução

Quando ele viu os papéis

Foi logo dizendo não

Eu não conheço em Princesa

Tabelião com grandeza

Que resolva essa questão

...

Não sou aproveitador

Porque não é meu costume

O negócio que eu fizer

A minha família toda assume

Dou vinte conto em dinheiro

E o resto eu tenho no terreiro

De bicho, troço e legume

 

Dou duas vaca parida

Doze saco de feijão

Cinco quarta de café

Nove xícara de pião

Três quilo de gergelim

Um saco de amendoim

E uma arroba de algodão 

...

Ficaram de má querença

E ainda são despeitado

Se vêm os dois num caminho

Só se olham atravessado

Cada um vive na sua

E quando se encontram na rua

Sai todos dois entufado

 

O caso foi complicado

Desses de arrepiar

Uma história verdadeira

Que aconteceu num lugar

Por conta de uma semente

Num canto inconveniente

Nasceu sem ninguém plantar

 

Valban Lopes