DISCURSOS DE VEREADORES
As eleições municipais de 1992 foram pródigas em candidatos ao cargo de Vereador. Concorreram 60 candidatos pelos vários partidos, um recorde de todas as eleições, em busca de 15 vagas. Muitos deles, concorrendo pela primeira vez e, em tese, sem nenhuma chance de êxito eleitoral, apelaram para discursos os mais inusitados. Um deles, foi Romeu Pereira Maia, do PMDB que, num comício ocorrido na Praça José Nominando, falou:
“Sou candidato a vereador porque sonho com dias melhores em minha vida”.
Romeu recebeu das urnas, os votos de 53 eleitores compadecidos. Doutra feita, numa concentração havida no Bairro do Cruzeiro, o candidato a Vereador Luiz Curinga, do PFL, proferiu sua fala:
“Eu sou canidato de vereador com o numo 25.678. Assim: eu sou pobe, quem num quizé votá n’eu, vote nos rico. Eu num tenho o que dá a vocês”.
Curinga tirou 41 votos. Outro candidato a vereador, pelo PFL, chamado Zé do Motor, certa tarde, abordou o candidato a prefeito, Gonzaga Bento, que já estava esgotados de recursos financeiros e de paciência e lhe pediu uma conversa em particular. Gonzaga, estressado, sugeriu que o papo fosse adiado para o dia seguinte. Zé do Motor insistiu que teria de ser naquele momento e, Gonzaga Bento, para não desagradar, concordou e levou o candidato para uma sala de sua residência. Lá, Zé do Motor confessou o que queria:
“Seu Gonzaga, eu estou precisando de dez cruzeiros e de uma carteira de cigarros”.
Gonzaga Bento respirou fundo, criou alma nova e contemplou o candidato com o humilde pedido. Zé doMotor obteve das urnas, 28 sufrágios.
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