No dia 02 de dezembro de 2006, o poeta princesense, Valban Lopes, promoveu o lançamento de seu livro: “Os Maxixes de Edgar”, no Gabinete Cultural, no centro histórico de João Pessoa, ocasião em que se fizeram presentes várias personalidades do meio cultural paraibano e de muitos princesenses amantes da literatura de Cordel. O livro conta uma interessante história sobre o nascimento de um pé de Maxixe, semente da discórdia, semente que ninguém plantou, mas que, entre mortos e feridos, terminou tudo em paz. Vejamos alguns versos dessa interessante obra:
OS MAXIXES DE EDGAR
(Trechos)
Agora vou lhe contar
Um fato que acontece
Do jeito que começou
E da forma que ocorreu
Com muita autenticidade
Testemunhei a verdade
Que sempre prevaleceu
Foi no alto das Guaribas
Na cumeeira da serra
Dois vizinhos, dois parentes
Quase trava um pé de guerra
Terminando a união
Se gerando uma confusão
Por um pedaço de terra
...
Nem Dona Inês resolveu
Depois que muito tentou
Isso aqui não damos jeito
Nem Genésio decifrou
Pra não ficar paranoia
Leve pra Marcos Porróia
Ou pra qualquer um que for
Foram direto a Porróia
Que era outra solução
Quando ele viu os papéis
Foi logo dizendo não
Eu não conheço em Princesa
Tabelião com grandeza
Que resolva essa questão
...
Não sou aproveitador
Porque não é meu costume
O negócio que eu fizer
A minha família toda assume
Dou vinte conto em dinheiro
E o resto eu tenho no terreiro
De bicho, troço e legume
Dou duas vaca parida
Doze saco de feijão
Cinco quarta de café
Nove xícara de pião
Três quilo de gergelim
Um saco de amendoim
E uma arroba de algodão
...
Ficaram de má querença
E ainda são despeitado
Se vêm os dois num caminho
Só se olham atravessado
Cada um vive na sua
E quando se encontram na rua
Sai todos dois entufado
O caso foi complicado
Desses de arrepiar
Uma história verdadeira
Que aconteceu num lugar
Por conta de uma semente
Num canto inconveniente
Nasceu sem ninguém plantar
Valban Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário