terça-feira, 28 de julho de 2020

REMEMORANDO MOMENTO CULTURAL OS MAXIXES DE EDGAR



No dia 02 de dezembro de 2006, o poeta princesense, Valban Lopes, promoveu o lançamento de seu livro: “Os Maxixes de Edgar”, no Gabinete Cultural, no centro histórico de João Pessoa, ocasião em que se fizeram presentes várias personalidades do meio cultural paraibano e de muitos princesenses amantes da literatura de Cordel. O livro conta uma interessante história sobre o nascimento de um pé de Maxixe, semente da discórdia, semente que ninguém plantou, mas que, entre mortos e feridos, terminou tudo em paz. Vejamos alguns versos dessa interessante obra: 

OS MAXIXES DE EDGAR

(Trechos)

Agora vou lhe contar

Um fato que acontece

Do jeito que começou

E da forma que ocorreu

Com muita autenticidade

Testemunhei a verdade

Que sempre prevaleceu

 

Foi no alto das Guaribas

Na cumeeira da serra

Dois vizinhos, dois parentes

Quase trava um pé de guerra

Terminando a união 

Se gerando uma confusão

Por um pedaço de terra

...

Nem Dona Inês resolveu

Depois que muito tentou

Isso aqui não damos jeito

Nem Genésio decifrou

Pra não ficar paranoia

Leve pra Marcos Porróia

Ou pra qualquer um que for

 

Foram direto a Porróia

Que era outra solução

Quando ele viu os papéis

Foi logo dizendo não

Eu não conheço em Princesa

Tabelião com grandeza

Que resolva essa questão

...

Não sou aproveitador

Porque não é meu costume

O negócio que eu fizer

A minha família toda assume

Dou vinte conto em dinheiro

E o resto eu tenho no terreiro

De bicho, troço e legume

 

Dou duas vaca parida

Doze saco de feijão

Cinco quarta de café

Nove xícara de pião

Três quilo de gergelim

Um saco de amendoim

E uma arroba de algodão 

...

Ficaram de má querença

E ainda são despeitado

Se vêm os dois num caminho

Só se olham atravessado

Cada um vive na sua

E quando se encontram na rua

Sai todos dois entufado

 

O caso foi complicado

Desses de arrepiar

Uma história verdadeira

Que aconteceu num lugar

Por conta de uma semente

Num canto inconveniente

Nasceu sem ninguém plantar

 

Valban Lopes

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