Contava o nosso historiador maior, Paulo Mariano, que João
Fernandes, conceituado comerciante princesense, gostava de jogar baralho
(pife), no “Bar do Gera”, enquanto tomava uns goles de cerveja. Além de
contumaz jogador, era também, Fernandes, Ministro da Eucaristia e, certa feita,
entretido com o jogo, esqueceu-se do horário da missa e, quando se lembrou, já
estava em cima da hora. Aperreado - uma vez que era pontualíssimo -, jogou as
cartas em cima da mesa e saiu correndo para a Igreja onde deveria distribuir a
comunhão.
Chegando à Igreja Matriz, João, vestiu a batina branca e,
ainda pensando no baralho de “Gera”, pegou a âmbula cheia de hóstias
consagradas e começou a distribuir a comunhão aos que estavam na fila. Porém,
com o juízo atrapalhado, ainda pensando no baralho, ao invés de dizer: “O Corpo
de Cristo”, João dizia: “Ás de Copas”; “Três de Ouros”; “Sete de Paus”; “Rei de
Espadas”... e, os fiéis, contritos, não percebiam e iam dizendo: “Amém”.
Enquanto os comungantes engoliam a hóstia, Fernandes não tirava o pensamento
das cartas.
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