ODE

sábado, 22 de março de 2025

O baralho e a Eucaristia

 

Contava o nosso historiador maior, Paulo Mariano, que João Fernandes, conceituado comerciante princesense, gostava de jogar baralho (pife), no “Bar do Gera”, enquanto tomava uns goles de cerveja. Além de contumaz jogador, era também, Fernandes, Ministro da Eucaristia e, certa feita, entretido com o jogo, esqueceu-se do horário da missa e, quando se lembrou, já estava em cima da hora. Aperreado - uma vez que era pontualíssimo -, jogou as cartas em cima da mesa e saiu correndo para a Igreja onde deveria distribuir a comunhão.

Chegando à Igreja Matriz, João, vestiu a batina branca e, ainda pensando no baralho de “Gera”, pegou a âmbula cheia de hóstias consagradas e começou a distribuir a comunhão aos que estavam na fila. Porém, com o juízo atrapalhado, ainda pensando no baralho, ao invés de dizer: “O Corpo de Cristo”, João dizia: “Ás de Copas”; “Três de Ouros”; “Sete de Paus”; “Rei de Espadas”... e, os fiéis, contritos, não percebiam e iam dizendo: “Amém”. Enquanto os comungantes engoliam a hóstia, Fernandes não tirava o pensamento das cartas.



 

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