quarta-feira, 30 de outubro de 2019

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS ENGRAÇADAS DE PRINCESA



Palaceto dos "Pereiras"

BATINHO, GOMINHO E O PALACETE DOS “PEREIRA”.

Em 1986, por ocasião da campanha eleitoral para a escolha do governador da Paraíba, o então chefe do Poder Executivo estadual, Wilson Leite Braga, promoveu ação fulminante, envolvendo todo o Estado com o intuito de cooptar prefeitos, vereadores e lideranças políticas para emprestarem apoio à candidatura de seu apaniguado político, Marcondes Gadelha, ao governo do Estado. Nesse afã o governador não media esforços para conseguir adesões. Para tanto, disponibilizou até um helicóptero (o “Trovão Azul”) para conduzir agentes políticos do interior, pendidos à venalidade, para serem comercializados em Palácio. Portarias de nomeações? Eram assinadas imediatamente pelo governador em mesas de bares do interior ou sobre a própria perna governamental.

As adesões de Princesa

Como isso ocorria em todo o Estado, em Princesa não poderia ser diferente, pois, todo mundo sabe que, onde há quem se disponha a se vender, sempre aparece um comprador. Daquela vez, porém, o comprador apareceu primeiro. Dos vereadores e lideranças que faziam parte do grupo “nominandista” na Câmara Municipal de Princesa, apenas João Mandú não se submeteu à sanha “compradora” de Braga. Os demais foram todos a João Pessoa se acertar com o governador e voltaram “braguistas” de sete costados. Matreiros, Gonzaga Bento e Aloysio Pereira, com o intuito de capitalizarem para si, as adesões, marcaram um almoço com todos os vereadores, ex-vereadores e lideranças adesistas no palacete em Princesa. No dia marcado, Gominho, aperreado com o iminente constrangimento de adentrar ao antro do antigo inimigo político, procurou o ex-prefeito Batinho (também adesista) e perguntou: “E aí, Sebastião, como é que nós vamos fazer pra entrar no palacete dos “Pereira”? Tranquilamente, Batinho respondeu: “Oxente, Mané Gomi, laiga de ser besta homi! Nós abaixa a cabeça, fecha os zói e imburaca!”. Entraram, almoçaram, tomaram cachaça e votaram em Marcondes Gadelha. Porém, com a derrota de Gadelha para Tarcísio Burity, já em janeiro do ano seguinte, estavam todos novamente ao lado de Nominando e em usufruto do novo governo, claro.


(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 30 de outubro de 2019);
                                                                                 
                                                                                                       

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