segunda-feira, 4 de novembro de 2019

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS ENGRAÇADAS DE PRINCESA





ALOYSIO PEREIRA X ANTÔNIO NOMINANDO


Como é por todos sabido, as famílias Diniz e Pereira, desde 1930 são antagônicas na política princesense. Antônio Nominando Diniz e Aloysio Pereira Lima, ambos foram deputados estaduais por várias legislaturas e, via de regra, nas campanhas eleitorais se digladiavam nos palanques quando pronunciavam discursos contundentes e ofensivos. Porém, quando as conveniências políticas exigiam, os dois se postavam lado a lado  em defesa de uma candidatura comum. Isso aconteceu em 1950 (Zé Américo), 1972 (Chico Sobreira), 1982 (Wilson Braga), 1989 (Fernando Collor), 1994 e 1998 (Zé Maranhão). Em 1982, por ocasião da campanha eleitoral de Wilson Braga para governador contra Antônio Mariz, Aloysio e Nominando apoiaram, conjuntamente, o nome de Wilson Braga. Dessa estranha união, em 1982, extraímos a história que narramos aqui, o que consideramos engraçado pelo inusitado que se apresenta.

Comício

Sem apoio algum em Princesa, o grupo do PMDB, liderado pelo ex-governador João Agripino, procurou Paulo Mariano para que este emprestasse apoio à candidatura de Antônio Mariz. Paulo aceitou e marcou um comício em Princesa. Escolheram o dia de sábado para a realização do evento cívico, pois, sem o apoio das duas grandes forças políticas de Princesa e temerosos de que houvesse pouca participação popular, fizeram o comício no meio da feira, na Praça “José Nominando Diniz”, portanto, em frente à casa de residência da família Nominando. Participaram além do candidato Antônio Mariz, o ex-governador João Agripino, Paulo Mariano e outros próceres da campanha marizista. Em sua fala, João Agripino disse, em desafio à família Diniz que, junto aos “Pereira”, apoiava Wilson Braga: “Nominando deveria ter vergonha de estar no mesmo palanque com Aloysio Pereira, deveria honrar as calças que veste e ter coragem de tomar uma posição”. De portas fechadas, doutor Antônio fez ouvidos moucos a essa provocação. Porém, Aloysio, tomou suas dores e, num comício realizado três dias depois no Sítio Várzea, discursou assim: “Não admito que forasteiros venham a Princesa para denegrir a imagem de um conterrâneo digno. Registro aqui o meu veemente protesto!”.

Estranha defesa

Causou em todos estranheza a defesa de Aloysio em prol de Nominando uma vez que, ambos já haviam trazido vários “forasteiros” para, em seus palanques baterem sem pena no adversário conterrâneo. Essa defesa fazia-se normal apenas porque atendia aos interesses daquele momento, pois, passada a campanha, voltavam a se apresentarem não somente como adversários, mas, como inimigos para assim estimularem o antagonismo do povo o que alimentava as disputas eleitorais.


(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 04 de novembro de 2019).

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