ALOYSIO PEREIRA X ANTÔNIO NOMINANDO
Como é por todos sabido, as famílias Diniz e Pereira, desde
1930 são antagônicas na política princesense. Antônio Nominando Diniz e Aloysio
Pereira Lima, ambos foram deputados estaduais por várias legislaturas e, via de
regra, nas campanhas eleitorais se digladiavam nos palanques quando
pronunciavam discursos contundentes e ofensivos. Porém, quando as conveniências
políticas exigiam, os dois se postavam lado a lado em defesa de uma candidatura comum. Isso
aconteceu em 1950 (Zé Américo), 1972 (Chico Sobreira), 1982 (Wilson Braga),
1989 (Fernando Collor), 1994 e 1998 (Zé Maranhão). Em 1982, por ocasião da
campanha eleitoral de Wilson Braga para governador contra Antônio Mariz,
Aloysio e Nominando apoiaram, conjuntamente, o nome de Wilson Braga. Dessa
estranha união, em 1982, extraímos a história que narramos aqui, o que
consideramos engraçado pelo inusitado que se apresenta.
Comício
Sem apoio algum em Princesa, o grupo do PMDB, liderado pelo
ex-governador João Agripino, procurou Paulo Mariano para que este emprestasse
apoio à candidatura de Antônio Mariz. Paulo aceitou e marcou um comício em
Princesa. Escolheram o dia de sábado para a realização do evento cívico, pois,
sem o apoio das duas grandes forças políticas de Princesa e temerosos de que
houvesse pouca participação popular, fizeram o comício no meio da feira, na
Praça “José Nominando Diniz”, portanto, em frente à casa de residência da
família Nominando. Participaram além do candidato Antônio Mariz, o
ex-governador João Agripino, Paulo Mariano e outros próceres da campanha marizista. Em sua fala, João Agripino
disse, em desafio à família Diniz que, junto aos “Pereira”, apoiava Wilson
Braga: “Nominando deveria ter vergonha de
estar no mesmo palanque com Aloysio Pereira, deveria honrar as calças que veste
e ter coragem de tomar uma posição”. De portas fechadas, doutor Antônio fez
ouvidos moucos a essa provocação. Porém, Aloysio, tomou suas dores e, num
comício realizado três dias depois no Sítio Várzea, discursou assim: “Não admito que forasteiros venham a
Princesa para denegrir a imagem de um conterrâneo digno. Registro aqui o meu
veemente protesto!”.
Estranha defesa
Causou em todos estranheza a defesa de Aloysio em prol de
Nominando uma vez que, ambos já haviam trazido vários “forasteiros” para, em
seus palanques baterem sem pena no adversário conterrâneo. Essa defesa fazia-se
normal apenas porque atendia aos interesses daquele momento, pois, passada a campanha,
voltavam a se apresentarem não somente como adversários, mas, como inimigos
para assim estimularem o antagonismo do povo o que alimentava as disputas
eleitorais.
(Escrito por Domingos Sávio Maximiano
Roberto, em 04 de novembro de 2019).
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