sexta-feira, 1 de novembro de 2019

RELATIVIZANDO A DEMOCRACIA


Foto: Internet


“Basta um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal”; “Realizar as reformas necessárias para modernizar o Estado, no sistema democrático, é quase impossível”; “Se a esquerda radicalizar, a solução pode ser a adoção de um novo AI-5”. Essas foram declarações dos filhos do presidente da República Jair Messias Bolsonaro. A última funcionou como a gota d’água num copo transbordante uma vez que, todos os Poderes da República emitiram notas repudiando as palavras do filho nº 2 (Eduardo) do presidente. O Ministro do STF, Marco Aurélio Mello, disse que a família Bolsonaro busca “esgarçar a democracia”; o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre, criticou a afirmação do deputado como “absurda afronta à Constituição” e o presidente da Câmara Federal considerou “repugnante do ponto de vista democrático”.

Vigilância

O presidente da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil disse ser necessária a criação de uma trincheira em defesa da democracia. Isso faz lembrar o dito antológico do brigadeiro Eduardo Gomes em 1945 quando temeroso de um novo golpe a ser cometido por Getúlio Vargas: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. Como bem disse o jornalista Gerson Camarote “a família Bolsonaro testa os limites da democracia”. Diante da perplexidade do Brasil em face das desastrosas declarações, o filho do primeiro mandatário da Nação veio à público pedir desculpas. Não porque mudou de opinião, mas, pelo fato de suas palavras não haverem encontrado guarida em setor algum da sociedade. Igual ao pai, o nº 2 acha que é só pedir desculpas e pronto, dirimido estará o erro. O problema é que pedem desculpas e reincidem sempre em prol de seus interesses e em prejuízo do bem maior da Nação que é a democracia.
Crise que passará

Seria muito bom para o Brasil que essa família - que foi eleita sem fazer um único comício ou participar de um debate sequer -, no governo, continuasse muda como se comportou na campanha eleitoral. A Democracia como a Bandeira, igual ao Hino e ao nome da Federação (Brasil), está também inscrita como “Causa Pétrea”. A família Bolsonaro é uma crise: dá e passa.


(Escrito por Domingos Sávio Maximiano Roberto, em 1º de novembro de 2019).
                                       

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