segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

O PREFEITO DE PRINCESA VAI ESCREVER UM LIVRO...

 



A vitória eleitoral que Ricardo Pereira do Nascimento alcançou nas urnas do último dia 15 de novembro – embora questionada na Justiça -, exacerbou, sobremaneira, a sua arrogância. Em entrevista radiofônica concedida no último sábado, conduzida por competente jornalista e contumaz afagador de seu inchado ego, o prefeito soltou o verbo, distribuindo as seguintes pérolas que reproduziremos a seguir. Quanto aos vereadores: “Briguem com todo mundo, não briguem com o prefeito”; recado à oposição: “ O povo não votou nos vereadores da oposição porque o modelo por eles apresentado tem a reprovação da população”; com relação à mudança de secretários: “Não carregarei mais ninguém nas minhas costas”; e ao povo em geral: “Erra quem quiser. Se depender de mim, é 100% de acerto”. Analisando essas asserções de Nascimento, deduzimos que, quanto aos vereadores de sua base política, há briga sim; no tocante à oposição, fica claro que o prefeito acredita mesmo, que o povo de Princesa não concorda com a fiscalização de suas falcatruas; quanto aos secretários, em breve saberemos quem são os incompetentes que ocuparam aqueles cargos até agora; por fim, talvez se comparando ao papa em matéria de fé, disparou a pérola-mor, se dizendo infalível: “Eu não erro!

Efêmera glória de imperador?

Esse rasgo fantasioso de poder eterno, dá a Nascimento uma aura de semideus. Para ele, está tudo consumado, ele é o cara, e os demais mortais, apenas detalhes. Num exercício de rememoração do passado - é claro que respeitando as devidas proporções -, lembramos aqui um fato histórico que ilustra muito bem o resultado de situações para quem acha que chegou ao ápice do poder e que dele jamais será apeado. Em 09 de março de 1815, Napoleão Bonaparte, que estava preso na ilha de Elba, aproveitou um descuido da vigilância e de lá fugiu. Em face da espetacular fuga, de forma sequenciada, o jornal parisiense, Le Moniteur, estampou as seguintes manchetes: “O monstro fugiu do local do exílio”; “O usurpador está a 60 horas da capital”; “Bonaparte adianta-se em marcha acelerada, mas é impossível que alcance Paris”; “Napoleão chega amanhã às portas de Paris”; “O imperador, Napoleão Bonaparte, está em Fotainebleu”; “Sua majestade, o imperador, entra solenemente em Paris”. Napoleão governou a França por cem dias, mas foi, definitivamente derrotado, por uma aliança dos exércitos europeus liderados pela Inglaterra. Deportado para a ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, o imperador teve tempo mais do que suficiente para escrever vários livros.

DSMR, em 28 de dezembro de 2020.

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