A vitória eleitoral que Ricardo Pereira do Nascimento
alcançou nas urnas do último dia 15 de novembro – embora questionada na Justiça
-, exacerbou, sobremaneira, a sua arrogância. Em entrevista radiofônica
concedida no último sábado, conduzida por competente jornalista e contumaz
afagador de seu inchado ego, o prefeito soltou o verbo, distribuindo as
seguintes pérolas que reproduziremos a seguir. Quanto aos vereadores: “Briguem com todo mundo, não briguem com o
prefeito”; recado à oposição: “ O
povo não votou nos vereadores da oposição porque o modelo por eles apresentado
tem a reprovação da população”; com relação à mudança de secretários: “Não carregarei mais ninguém nas minhas
costas”; e ao povo em geral: “Erra
quem quiser. Se depender de mim, é 100% de acerto”. Analisando essas
asserções de Nascimento, deduzimos que, quanto aos vereadores de sua base
política, há briga sim; no tocante à oposição, fica claro que o prefeito
acredita mesmo, que o povo de Princesa não concorda com a fiscalização de suas
falcatruas; quanto aos secretários, em breve saberemos quem são os
incompetentes que ocuparam aqueles cargos até agora; por fim, talvez se comparando
ao papa em matéria de fé, disparou a pérola-mor, se dizendo infalível: “Eu não
erro!
Efêmera glória de imperador?
Esse rasgo fantasioso de poder eterno, dá a Nascimento uma
aura de semideus. Para ele, está tudo consumado, ele é o cara, e os demais mortais,
apenas detalhes. Num exercício de rememoração do passado - é claro que
respeitando as devidas proporções -, lembramos aqui um fato histórico que
ilustra muito bem o resultado de situações para quem acha que chegou ao ápice
do poder e que dele jamais será apeado. Em 09 de março de 1815, Napoleão
Bonaparte, que estava preso na ilha de Elba, aproveitou um descuido da vigilância
e de lá fugiu. Em face da espetacular fuga, de forma sequenciada, o jornal
parisiense, Le Moniteur, estampou as
seguintes manchetes: “O monstro fugiu do local do exílio”; “O usurpador está a
60 horas da capital”; “Bonaparte adianta-se em marcha acelerada, mas é
impossível que alcance Paris”; “Napoleão chega amanhã às portas de Paris”; “O
imperador, Napoleão Bonaparte, está em Fotainebleu”; “Sua majestade, o
imperador, entra solenemente em Paris”. Napoleão governou a França por cem
dias, mas foi, definitivamente derrotado, por uma aliança dos exércitos
europeus liderados pela Inglaterra. Deportado para a ilha de Santa Helena, no
Atlântico Sul, o imperador teve tempo mais do que suficiente para escrever
vários livros.
DSMR, em 28 de dezembro de 2020.
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