quarta-feira, 9 de junho de 2021

A NOVA POLÍTICA QUE NÃO DEU CERTO

 


As eleições de 2018 foram emblemáticas. Pareciam ser um divisor de águas na política brasileira. Ressabiados com os últimos acontecimentos, protagonizados pela famigerada “Operação Lava-Jato”, os brasileiros se enfronharam todos e foram às urnas resolver a parada de uma vez por todas. Políticos tradicionais se reuniram em um blocão e lançaram o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à presidência da República. O PT, como sempre, no exercício de sua conhecida autossuficiência, marchou sozinho com um candidato, Fernando Haddad, preposto de Lula que estava na prisão.

Correndo por fora, surgiu a candidatura do capitão reformado do Exército Brasileiro, Jair Messias Bolsonaro (PSL). Inicialmente, todos pensávamos que o jogo eleitoral se polarizaria entre Alckmin e Haddad. Mas, não. Logo no início da campanha notabilizou-se o afadigamento da candidatura do PSDB e, o PT, em meio à sua mesmice, somado às gravíssimas denúncias de corrupção contra seus principais quadros, não teve a mesma performance de antanho e recebeu um não rotundo nas urnas.

De repente, uma peixeirada providencial catapultou a candidatura do capitão e o levou ao segundo turno. Numa campanha em que, afora a apologia às armas de fogo - uma pirotecnia que empolgou à metade da população -, e um discurso de combate à corrupção, Jair Bolsonaro, que não apresentou programa de governo, nem participou de debates televisivos, se apresentando como representante da nova política, ganhou a eleição.

Na esteira desse discurso renovador, alguns Estados elegeram governadores, noveis políticos, também com uma retórica anticorrupção. A título de exemplo, citamos três deles: Wilson Witzel (PSC) no Rio de Janeiro; Carlos Moisés (PSL) em Santa Catarina e Wilson Lima (PSC) no Amazonas. O primeiro foi cassado por corrupção; o segundo sofreu processo de impeachment, escapando por um triz e, o último, está na corda bamba acusado de malversação dos dinheiros da Covid-19.

Quanto ao presidente Bolsonaro, após negar tudo o que prometeu na campanha, aliou-se ao “centrão” (o que há de pior na política brasileira) e, graças à sua incompetência no gerenciamento do combate à Pandemia de Covid-19 e às baboseiras que profere de forma contumaz, despenca na preferência popular e se vê, agora, na iminência de sequer alcançar o Segundo Turno das eleições do próximo ano, em que tentará se reeleger. Pelo visto, a nova política apodreceu cedo demais.

 


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