quarta-feira, 30 de junho de 2021

CHEIROS E SABORES DE PRINCESA

Vez por outra, me pilho trazendo à tona, recordações por demais agradáveis. É certo que o nosso nariz é o responsável por grande parte das nossas lembranças. Qual o princesense, com mais de 60 anos, que não lembra dos cheiros de antigamente? Quando Princesa era pequenina, até o coar do café na casa vizinha cheirava dentro da nossa. Quem não lembra do cheiro do cachorro-quente de Maria Costa, na frente do Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho?

Como num filme antigo, estou vendo Nana vendendo rolete de cana na frente do cinema ou no circo da Viúva. Nada mais gostoso do que o cavaco chinês de “seu” Manezim Pereira. E o doce de leite de dona Hosana Sitônio?A salada de frutas de Odívia Maximiano e seu picolé de laranja enfiado num palito de dentes era coisa das mais chiques que conhecíamos.De repente lá vinha Passarinho com uma taba repleta de pirulitos e castanhola. Sem esquecer o quebra-queixo de Chico Pezinho.

Não esqueço também, quando descia para a escola,  “Gama e Melo” e via, na calçada de dona Maria de Cordeiro Grande, uma grande cheia de alfenim. Nesse percurso, encontrava, às vezes, o galego de “seu” Feliciano vendendo cocada de leite e “rarrolêta de parede”. A melhor tapioca com coco era a de Laura Costa e, o capilé de seu irmão, João Costa, era mais gostoso do que o ponche que tomávamos em casa.

Essas lembranças nos deixam com água na boca e com uma saudade danada da Princesa romântica que foi e não volta mais. Nós tínhamos um cantinho nosso, particular. Hoje, em face da padronização de tudo, Princesa é somente mais uma, igual às demais. Lembrar é viver de novo.



 

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