Vez por outra, me pilho trazendo à tona, recordações por
demais agradáveis. É certo que o nosso nariz é o responsável por grande parte
das nossas lembranças. Qual o princesense, com mais de 60 anos, que não lembra
dos cheiros de antigamente? Quando Princesa era pequenina, até o coar do café
na casa vizinha cheirava dentro da nossa. Quem não lembra do cheiro do
cachorro-quente de Maria Costa, na frente do Ginásio Nossa Senhora do Bom
Conselho?
Como num filme antigo, estou vendo Nana vendendo rolete de
cana na frente do cinema ou no circo da Viúva. Nada mais gostoso do que o
cavaco chinês de “seu” Manezim Pereira. E o doce de leite de dona Hosana
Sitônio?A salada de frutas de Odívia Maximiano e seu picolé de laranja enfiado
num palito de dentes era coisa das mais chiques que conhecíamos.De repente lá
vinha Passarinho com uma taba repleta de pirulitos e castanhola. Sem esquecer o
quebra-queixo de Chico Pezinho.
Não esqueço também, quando descia para a escola, “Gama e
Melo” e via, na calçada de dona Maria de Cordeiro Grande, uma grande cheia de
alfenim. Nesse percurso, encontrava, às vezes, o galego de “seu” Feliciano
vendendo cocada de leite e “rarrolêta de parede”. A melhor tapioca com coco era
a de Laura Costa e, o capilé de seu irmão, João Costa, era mais gostoso do que
o ponche que tomávamos em casa.
Essas lembranças nos deixam com água na boca e com uma
saudade danada da Princesa romântica que foi e não volta mais. Nós tínhamos um
cantinho nosso, particular. Hoje, em face da padronização de tudo, Princesa é
somente mais uma, igual às demais. Lembrar é viver de
novo.
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