quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Falando de Arte

Angélica acorrentada

Jean-Auguste-Dominique Ingres

1859, Óleo sobre tela, 100,5 x 81 cm.

 

Ingres foi aluno de Jacques-Louis David (1748-1825), figura central do neoclassicismo francês. Ainda jovem, afirmou-se recebendo importantes encomendas oficiais do regime napoleônico. Em 1806 viajou a Roma, onde permaneceu até 1820, quando se mudou para Florença. Na Itália, tornou-se um dos retratistas mais requisitados. Voltando a Paris, em 1824, consagrou-se líder da escola clássica francesa.  Além da fácil contraposição entre Ingres, clássico e desenhista, e Delacroix (1798-1863), moderno e colorista, os inúmeros desenhos mostram como Ingres possuía uma enorme erudição, que se estendia desde a pintura dos vasos gregos até a arte maneirista. Ele soube reunir todas essas referências em suas composições por meio do desenho, pensando de forma puramente decorativa, ou seja, em função do equilíbrio formal e sem preocupações naturalistas. É o caso de Angélica acorrentada (1859), em que o artista modifica as proporções e os volumes do corpo para alcançar o efeito dramático desejado. A obra remonta ao poema épico Orlando furioso (1516), em que a heroína é salva por Ruggiero do monstro marinho ao qual foi oferecida em sacrifício. O monstro é cegado pelo raio de luz que sai do escudo mágico do herói. O cavaleiro pagão salva Angélica e ganha, então, o seu amor. (Extraído do Guia do MASP – Museu de Arte de São Paulo).




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