quinta-feira, 5 de agosto de 2021

O RECÔNDITO PRAZER

     A masturbação ou a famigerada punheta é o “coito” egoísta mais prazeroso que existe. Eivada de preconceitos, a punheta, ao longo do tempo sempre foi reprovada, tanto pela hipocrisia social, quanto pela falsa moral religiosa e até pelos retrógrados conceitos científicos. Em recentes tempos idos, de acordo com os ensinamentos da religião Católica, masturbar-se se constituía em grave falta, pois, estava o ato contido na escala dos pecados chamados: original, venial e mortal. Ela [a punheta] está inserida como pecado venial, portanto passível de perdão após confissão e penitência. O problema é que a masturbação é um pecado recorrente, uma vez que seus praticantes sempre reincidem, portanto: haja confissão e haja penitência! Da parte da medicina dizia-se antigamente que a prática contumaz da masturbação poderia provocar males físicos (tuberculose, por exemplo) e até demência. No folclore popular, diziam os mais velhos - para amedrontar e ridicularizar os meninos adolescentes -, que: “bater punheta cria cabelos nas mãos”. Porém, mesmo diante dos preconceitos vários e das admoestações religiosas, o exercício do prazer individual com as mãos sempre se constituiu numa constante nas vidas de todos, indiscriminadamente. Ainda hoje muitos atribuem e admitem a prática da masturbação apenas no meio dos adolescentes, o que não é verdade, pois, o exercício erótico individual é disseminado por todas as idades, inclusive pelos anciãos (tive notícia, através de um médico amigo, que um velhinho, passando dos 90 anos, residente na cidade de Tavares/PB, se masturba diariamente). A punheta é um lenitivo e, admitamos: nada mais cômodo do que o prazer solitário que, por ser também uma necessidade fisiológica, tem o condão de aliviar, satisfazer e relaxar, sem prejudicar ninguém.

Termo mais do que correto

     A palavra “punheta” não poderia ser mais bem aplicada ao ato da masturbação. Ela é comum para os dois gêneros (masculino e feminino). Não fora assim, teria de ser “mãozêta” para os homens e “dedêta” para as mulheres. Mas, não: ela para exatamente no punho, o instrumento que serve aos dois segmentos sexuais. Antigamente, admitia-se a masturbação apenas quanto aos meninos. Às meninas, por terem a obrigação de manterem-se virgens até o casamento, não se atribuía ou se admitia a prática. Porém, sabe-se hoje que a proporção do exercício masturbatório é igual entre os dois sexos. O ato da masturbação tem sido útil até no meio dos que consideram a prática um pecado, como a Igreja Católica. Nessa denominação religiosa, desde o século XII, com a instituição do celibato, seus sacerdotes estão proibidos de casarem-se ou de praticarem sexo. Mesmo desobedecendo a importante preceito cristão que diz: “Crescei e Multiplicai”, a regra é parcialmente ou hipocritamente mantida. Se não na íntegra, pelo menos no faz de conta, porque o mais importante para a Santa Madre Igreja é mesmo não dividir seus multiplicados bens materiais com proles sacerdotais. Taí a serventia da punheta! Os padres não podem se casar nem manter conjunções carnais, mas podem sim se masturbar e, alguns ou muitos deles o fazem tanto quanto os que não são celibatários. Esse benefício deveria ser incentivado pelos superiores, pois, se assim fosse, a punheta evitaria grandemente o crime da pedofilia que grassa nas sacristias. Sei da polêmica que este texto poderá vir a causar. Porém, a decisão em redigi-lo e publicá-lo não contém a intenção de fazer apologia à obscenidade. O intento foi o de abordar assunto que é tido como um tabu, porém, comum a quase todos em sua contumaz prática. Por tudo isso deveria o milenar exercício do prazer egoísta e individual, ser louvado em sua prática por todos que têm vontade de fazê-lo. Viva a punheta e morra a hipocrisia!




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