segunda-feira, 9 de maio de 2022

JOÃO BAPTISTA SIQUEIRA

JOÃO BAPTISTA SIQUEIRA, maestro, nasceu em Princesa em 08 de julho de 1906 era filho de João Baptista de Siqueira Cavalcante e de dona Marina Siqueira, irmão do também maestro José Siqueira, foi casado com dona Zilma. Criado num ambiente em que a música era uma constante, recebeu do pai - que além de músico era também advogado -, seus primeiros ensinamentos musicais. Ainda pequeno foi morar com os pais na cidade de Conceição/PB e, depois, em Nova Olinda também na Paraíba. Logo cedo se interessou também pela música e começou, sozinho, a tomar intimidade com partituras e instrumentos musicais. Nesse campo, nada foi difícil para o menino João, uma vez estar contido em seu DNA pendores para a arte da música. Já rapaz, teve a tristeza de perder o pai. Com isso, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde fez brilhante carreira musical. Ainda que João Baptista seja para nós um quase ,ilustre desconhecido, há que se lembrar de que foi um virtuose da música e que se destacou na então Capital Federal, Rio de Janeiro, quando reconhecido em todos os meios onde se estudava ou se praticava a música erudita.

Sucesso no Rio de Janeiro

Na Capital Federal, João Baptista teve papel destacado no antigo Instituto Nacional de Música (atual Escola de Música da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro), um dos grandes celeiros de compositores, regentes e musicistas eruditos do país, sendo ele mesmo seu 11º diretor. Ali, incorporou-se à Banda do 1º Regimento de Infantaria da Vila Militar e somente em 1929 iniciou seus estudos no então Instituto Nacional de Música onde teve como mestres Paulo Silva, Francisco Braga e Francisco Mignone. Foi um dos fundadores da Orquestra Sinfônica Brasileira, criada em 1940 por seu irmão (nascido em Conceição/PB), o também músico José Siqueira. Em 1959, atuou como crítico musical do Jornal, A Coluna, do Rio de Janeiro. Conheceu a famosa compositora brasileira Chiquinha Gonzaga, com quem teve contato, estando ela já com idade bastante avançada, mesmo assim, encetou algumas conversas com aquela antológica mestra da música, conseguindo, inclusive, obras autografadas pela mesma. Além de importante pesquisador da música nacional, notadamente da indígena, que muito influenciou os sons brasileiros, como teórico foi autor de vários livros sobre o tema, com os seguintes títulos: “Influência Ameríndia na Música Folclórica do Nordeste”; “Raridades Musicais da Imprensa Imperial”; “Novos Rumos do Estudo do Fado”; “Modinhas do Passado”, dentre outros. Intelectual da arte musical foi professor de música na UFRJ, recuperando boa parte da história daquela instituição.

Sua obra

Dentre várias obras de sua autoria temos: Nordeste; Conserto para Piano; Orquestra em Formas Brasileiras nº 2; Jandaia; Cangerê; dentre outras várias. De suas publicações sobre a história da música, temos: Folclore Humorístico; Boiúna e Modinhas do Passado. Foi um grande músico que elevou o nome de Princesa em outras plagas deste País que pouco valoriza a cultura. Como vemos, teve destaque na cidade do Rio de Janeiro numa época em que aquela capital representava o centro das atividades culturais do Brasil. Todo seu acervo que se encontrava no apartamento de sua viúva, dona Zilma Siqueira, foi doado ao Museu de Belas Artes onde se encontra até os dias de hoje. Baptista faleceu, no Rio de Janeiro em 1992 aos 86 anos de idade. Rememorar a existência desse notável filho de Princesa nos dá o conforto de trazer para os de hoje os valores do passado. Por isso, está, João Baptista Siqueira, definitivamente inscrito no panteão dos filhos ilustres desta Terra.







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