JOÃO BAPTISTA SIQUEIRA, maestro, nasceu em Princesa em 08
de julho de 1906 era filho de João Baptista de Siqueira Cavalcante e de dona
Marina Siqueira, irmão do também maestro José Siqueira, foi casado com dona
Zilma. Criado num ambiente em que a música era uma constante, recebeu do pai - que
além de músico era também advogado -, seus primeiros ensinamentos musicais.
Ainda pequeno foi morar com os pais na cidade de Conceição/PB e, depois, em
Nova Olinda também na Paraíba. Logo cedo se interessou também pela música e
começou, sozinho, a tomar intimidade com partituras e instrumentos musicais.
Nesse campo, nada foi difícil para o menino João, uma vez estar contido em seu
DNA pendores para a arte da música. Já rapaz, teve a tristeza de perder o pai.
Com isso, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde fez brilhante carreira
musical. Ainda que João Baptista seja para nós um quase ,ilustre desconhecido,
há que se lembrar de que foi um virtuose da música e que se destacou na então
Capital Federal, Rio de Janeiro, quando reconhecido em todos os meios onde se
estudava ou se praticava a música erudita.
Sucesso no Rio de Janeiro
Na Capital Federal, João Baptista teve papel destacado no
antigo Instituto Nacional de Música (atual Escola de Música da UFRJ –
Universidade Federal do Rio de Janeiro), um dos grandes celeiros de
compositores, regentes e musicistas eruditos do país, sendo ele mesmo seu 11º
diretor. Ali, incorporou-se à Banda do 1º Regimento de Infantaria da Vila
Militar e somente em 1929 iniciou seus estudos no então Instituto Nacional de
Música onde teve como mestres Paulo Silva, Francisco Braga e Francisco Mignone.
Foi um dos fundadores da Orquestra Sinfônica Brasileira, criada em 1940 por seu
irmão (nascido em Conceição/PB), o também músico José Siqueira. Em 1959, atuou
como crítico musical do Jornal, A Coluna,
do Rio de Janeiro. Conheceu a famosa compositora brasileira Chiquinha
Gonzaga, com quem teve contato, estando ela já com idade bastante avançada, mesmo
assim, encetou algumas conversas com aquela antológica mestra da música,
conseguindo, inclusive, obras autografadas pela mesma. Além de importante
pesquisador da música nacional, notadamente da indígena, que muito influenciou
os sons brasileiros, como teórico foi autor de vários livros sobre o tema, com
os seguintes títulos: “Influência
Ameríndia na Música Folclórica do Nordeste”; “Raridades Musicais da Imprensa
Imperial”; “Novos Rumos do Estudo do Fado”; “Modinhas do Passado”, dentre
outros. Intelectual da arte musical foi professor de música na UFRJ,
recuperando boa parte da história daquela instituição.
Sua obra
Dentre várias obras de sua autoria temos: Nordeste; Conserto para Piano; Orquestra em
Formas Brasileiras nº 2; Jandaia; Cangerê; dentre outras várias. De suas publicações
sobre a história da música, temos: Folclore
Humorístico; Boiúna e Modinhas do
Passado. Foi um grande músico que elevou o nome de Princesa em outras
plagas deste País que pouco valoriza a cultura. Como vemos, teve destaque na
cidade do Rio de Janeiro numa época em que aquela capital representava o centro
das atividades culturais do Brasil. Todo seu acervo que se encontrava no
apartamento de sua viúva, dona Zilma Siqueira, foi doado ao Museu de Belas
Artes onde se encontra até os dias de hoje. Baptista faleceu, no Rio de Janeiro
em 1992 aos 86 anos de idade. Rememorar a existência desse notável filho de
Princesa nos dá o conforto de trazer para os de hoje os valores do passado. Por
isso, está, João Baptista Siqueira, definitivamente inscrito no panteão dos
filhos ilustres desta Terra.
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