domingo, 5 de junho de 2022

JOÃO COSTA, LULU CRISTÓVÃO E A GUERRA

     Em 1944, já na reta final da II Guerra Mundial, o Brasil aderiu àquele conflito formando ao lado das chamadas “Potências Aliadas” (EUA, Inglaterra e França) e resolveu mandar tropas para combater os nazistas na Europa. Para tanto, o Governo Brasileiro desenvolveu esforços para arregimentar reservistas, principalmente no Nordeste, para irem à luta. Aqui em Princesa, vários foram convocados. Porém, alguns se recusaram a embarcar com medo de morrer. Esse foi o caso de Lulu Cristóvão que alegou sofrer de epilepsia e de João Costa que se declarou completamente surdo.

O primeiro (Lulu) foi logo dispensado quando, ainda na fila da triagem, deu dois ou três passamentos. Já João Costa, na impossibilidade de ter sua mouquice comprovada sem exames específicos, teve um tratamento diferente. O tenente do Exército, J. Braga Neto, oficial responsável pelo recrutamento - que veio do Recife para coordenar a convocação dos rapazes -, resolveu fazer um teste mais prático.

Chamou João Costa a um lado e mandou que ele sentasse num tamborete, com as pernas juntas e os ouvidos bem atentos. Em seguida, mandou que um dos soldados da guarda do Exército disparasse um tiro de fuzil raspando as orelhas do convocado. Feito isso e diante da impassibilidade de João, o oficial perguntou-lhe num grito: “Reservista! Ouviste o tiro?”. Ao que João Costa respondeu: “Não, tenente, eu acho que faiou”.


                                                                                                               






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