MARÇAL FLORENTINO DINIZ, nascido no povoado de Patos de
Irerê, em 1869, era filho de Joaquim Rodrigues Florentino (mais conhecido como
Joaquim Marinheiro, uma vez ser descendente direto de portugueses) e de dona
Alexandrina Maria de Santana. Casou-se, em primeiras núpcias, aos 18 anos de
idade com dona Maria Carolina de Andrade, mais conhecida como “Francisquinha”,
com quem teve dois filhos: Augusto e Antônio. Viúvo, após três anos de casado,
Marçal contraiu novo casamento; desta feita com dona Maria Augusta de Andrade
Lima*, apelidada de “Doninha”, que era a filha mais velha de seu compadre e
chefe político da Vila de Princêza, o coronel Marcolino Pereira Lima. Desse matrimônio,
nasceram os filhos: Joaquim; Sebastião; Marcolino e Alexandrina (Xandu, que
viria a ser esposa do coronel José Pereira Lima).
Rico proprietário e político
Desde cedo Marçal Florentino dedicou-se à agricultura e à
pecuária. Com seu proficiente trabalho, acrescido de tino comercial e
organização financeira, logo se fez rico proprietário de terras e de gados e,
em busca de poder, adentrou na seara política como aliado de seu sogro e
primeiro mandatário formal da Vila de Princêza, o coronel Marcolino Pereira
Lima. Quando da repentina morte deste, em 1905, Marçal, já rico e dividindo sua
residência entre Patos e Vila Bela (atual Serra Talhada/PE), aspirou ascender
ao comando político da Vila de Princêza, porém, viu-se impedido pelo fato de um
dos filhos do falecido antecipar-se a ele. José Pereira Lima, futuro coronel Zé
Pereira, à época estudante de Direito na cidade do Recife, com a morte do pai,
de lá veio com o desiderato de assumir o trono vacante. Mesmo contestado por
alguns próceres do lugar, a exemplo do coronel Marçal Florentino; do major
Floro Diniz, dentre outros, consolidou sua liderança política junto aos
mandatários da Província da Parahyba do Norte e assumiu o poder em Princêza.
Preterido em seu intento, Marçal submeteu-se ao comando daquele que viria a ser
seu genro num futuro próximo e a paz reinou na Vila, sob o comando total e
incontestável de José Pereira Lima.
Mudança para Vila Bela
Com a morte de seu pai, em 1894, Marçal herdou grande
extensão de terras no município de Vila Bela que as fez maiores quando comprou
as partes de quase todos os irmãos, perfazendo um patrimônio de mais de 5.000
(CINCO MIL) hectares de terra, que transformou numa fazenda que recebeu o nome
de “Abóboras”. Ali construiu seu império econômico tornando-se um dos maiores
fazendeiros da região. Em 1901, mudou-se do povoado de Patos de Irerê e foi
morar em Vila Bela onde se firmou como um dos principais homens de negócios e
da sociedade daquela próspera vila pernambucana. Sem deixar de vir sempre a
Patos, construiu ali confortável casa que era também usada para os vários
eventos sociais da alta sociedade daquele termo. Em 1919, já detentor da
patente de Coronel da Guarda Nacional, resolveu fixar residência na Vila de
Princeza, onde possuía também excelente moradia, passando a ser o comandante da
21ª Brigada de Infantaria da Guarda Nacional, sediada naquela Vila. Casado com
“Doninha”, Marçal era cunhado do coronel Zé Pereira e, este, ao desposar sua
única filha, Xandu, tornou-se genro do cunhado. Desse casamento de José Pereira
com Xandu, nasceram Aloysio Pereira (futuro deputado estadual) e Luizinha
(futura esposa do futuro prefeito de Princesa, Gonzaga Bento).
O comerciante
Morando em definitivo em Princêza e aproveitando o surto de
desenvolvimento da década de 20, Marçal Florentino resolveu instalar, em
sociedade com o genro Zé Pereira, uma loja de tecidos, de comércio varejista e
de atacado que administrava, juntamente com os demais empreendimentos que
tocava tanto em Patos quanto em Vila Bela. Em 1958, já debilitado pela doença e
pela idade avançada (89 anos), o coronel Marçal faleceu, em Serra Talhada,
sendo sepultado em Princesa, a terra à qual tanto se dedicou. Considerado
importante homem por seu envolvimento nos negócios e na política princesense e
que muito contribuiu para o progresso e o para o desenvolvimento econômico e
social de Princesa está, o coronel Marçal Florentino Diniz, a merecer figurar
nos anais da história como um dos patriarcas mais importantes e um filho
ilustre desta Terra.
· Extraído do livro de Aloysio Pereira Lima: “Eu e meu pai o coronel José Pereira – 1930 – O TERRITÓRIO LIVRE DE PRINCESA”: Carta enviada pelo coronel Marçal Florentino Diniz, solicitando consentimento do coronel e compadre Marcolino Pereira Lima para casar-se com sua filha Maria Augusta de Andrade Lima, chamada pelos íntimos de “Doninha”. A carta, escrita nos moldes de um telegrama, tem o seguinte teor: “Patos, 20 de dezembro de 1890 – Compadre Marcolino – Estimo que esta ache você gozando perfeita saúde e toda excelentíssima família, etc. – Esta tem por fim pedir-lhe sua filha Dona Maria para esposa, caso você queira e for de seu gosto, mande sua resposta pelo mesmo portador. – Saúde fraternidade – Do compadre amigo – Marçal Florentino Diniz.”.
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