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quinta-feira, 13 de outubro de 2022

MARÇAL FLORENTINO DINIZ

MARÇAL FLORENTINO DINIZ, nascido no povoado de Patos de Irerê, em 1869, era filho de Joaquim Rodrigues Florentino (mais conhecido como Joaquim Marinheiro, uma vez ser descendente direto de portugueses) e de dona Alexandrina Maria de Santana. Casou-se, em primeiras núpcias, aos 18 anos de idade com dona Maria Carolina de Andrade, mais conhecida como “Francisquinha”, com quem teve dois filhos: Augusto e Antônio. Viúvo, após três anos de casado, Marçal contraiu novo casamento; desta feita com dona Maria Augusta de Andrade Lima*, apelidada de “Doninha”, que era a filha mais velha de seu compadre e chefe político da Vila de Princêza, o coronel Marcolino Pereira Lima. Desse matrimônio, nasceram os filhos: Joaquim; Sebastião; Marcolino e Alexandrina (Xandu, que viria a ser esposa do coronel José Pereira Lima).

Rico proprietário e político

Desde cedo Marçal Florentino dedicou-se à agricultura e à pecuária. Com seu proficiente trabalho, acrescido de tino comercial e organização financeira, logo se fez rico proprietário de terras e de gados e, em busca de poder, adentrou na seara política como aliado de seu sogro e primeiro mandatário formal da Vila de Princêza, o coronel Marcolino Pereira Lima. Quando da repentina morte deste, em 1905, Marçal, já rico e dividindo sua residência entre Patos e Vila Bela (atual Serra Talhada/PE), aspirou ascender ao comando político da Vila de Princêza, porém, viu-se impedido pelo fato de um dos filhos do falecido antecipar-se a ele. José Pereira Lima, futuro coronel Zé Pereira, à época estudante de Direito na cidade do Recife, com a morte do pai, de lá veio com o desiderato de assumir o trono vacante. Mesmo contestado por alguns próceres do lugar, a exemplo do coronel Marçal Florentino; do major Floro Diniz, dentre outros, consolidou sua liderança política junto aos mandatários da Província da Parahyba do Norte e assumiu o poder em Princêza. Preterido em seu intento, Marçal submeteu-se ao comando daquele que viria a ser seu genro num futuro próximo e a paz reinou na Vila, sob o comando total e incontestável de José Pereira Lima.

Mudança para Vila Bela

Com a morte de seu pai, em 1894, Marçal herdou grande extensão de terras no município de Vila Bela que as fez maiores quando comprou as partes de quase todos os irmãos, perfazendo um patrimônio de mais de 5.000 (CINCO MIL) hectares de terra, que transformou numa fazenda que recebeu o nome de “Abóboras”. Ali construiu seu império econômico tornando-se um dos maiores fazendeiros da região. Em 1901, mudou-se do povoado de Patos de Irerê e foi morar em Vila Bela onde se firmou como um dos principais homens de negócios e da sociedade daquela próspera vila pernambucana. Sem deixar de vir sempre a Patos, construiu ali confortável casa que era também usada para os vários eventos sociais da alta sociedade daquele termo. Em 1919, já detentor da patente de Coronel da Guarda Nacional, resolveu fixar residência na Vila de Princeza, onde possuía também excelente moradia, passando a ser o comandante da 21ª Brigada de Infantaria da Guarda Nacional, sediada naquela Vila. Casado com “Doninha”, Marçal era cunhado do coronel Zé Pereira e, este, ao desposar sua única filha, Xandu, tornou-se genro do cunhado. Desse casamento de José Pereira com Xandu, nasceram Aloysio Pereira (futuro deputado estadual) e Luizinha (futura esposa do futuro prefeito de Princesa, Gonzaga Bento).

O comerciante

Morando em definitivo em Princêza e aproveitando o surto de desenvolvimento da década de 20, Marçal Florentino resolveu instalar, em sociedade com o genro Zé Pereira, uma loja de tecidos, de comércio varejista e de atacado que administrava, juntamente com os demais empreendimentos que tocava tanto em Patos quanto em Vila Bela. Em 1958, já debilitado pela doença e pela idade avançada (89 anos), o coronel Marçal faleceu, em Serra Talhada, sendo sepultado em Princesa, a terra à qual tanto se dedicou. Considerado importante homem por seu envolvimento nos negócios e na política princesense e que muito contribuiu para o progresso e o para o desenvolvimento econômico e social de Princesa está, o coronel Marçal Florentino Diniz, a merecer figurar nos anais da história como um dos patriarcas mais importantes e um filho ilustre desta Terra.

·         Extraído do livro de Aloysio Pereira Lima: “Eu e meu pai o coronel José Pereira – 1930 – O TERRITÓRIO LIVRE DE PRINCESA”: Carta enviada pelo coronel Marçal Florentino Diniz, solicitando consentimento do coronel e compadre Marcolino Pereira Lima para casar-se com sua filha Maria Augusta de Andrade Lima, chamada pelos íntimos de “Doninha”. A carta, escrita nos moldes de um telegrama, tem o seguinte teor: “Patos, 20 de dezembro de 1890 – Compadre Marcolino – Estimo que esta ache você gozando perfeita saúde e toda excelentíssima família, etc. – Esta tem por fim pedir-lhe sua filha Dona Maria para esposa, caso você queira e for de seu gosto, mande sua resposta pelo mesmo portador. – Saúde fraternidade – Do compadre amigo – Marçal Florentino Diniz.”.





                                                                                                              

                                                                                         

 

 

                                     

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