quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Onde estão os baderneiros?

O que se vê nas ruas e rodovias do país, desde a noite do último domingo (30) é algo nunca visto no Brasil. Eleitores bolsonaristas, insatisfeitos com o resultado das urnas que deram a vitória a Luís Inácio Lula da Silva, invadiram estradas promovendo bloqueios, o que vem causando sérios transtornos e prejuízos à economia do país e, em particular, às pessoas de um modo geral. 

Nunca vimos isso no Brasil. O PT, que sempre foi tido como um partido radical, representante do pensamento de centro-esquerda, perdeu três eleições (1989, 1994 e 1998) e, mesmo assim, respeitou o resultado das eleições sem promover nenhum tumulto pelo país. Seus lideres, jamais incentivaram a baderna, tampouco o protesto quanto ao veredicto das urnas.

O que vemos agora é a repetição das manifestações ocorridas em 2021 quando bolsonaristas radicais, incentivados pelo presidente da República, pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF, defendendo também uma intervenção militar com Bolsonaro no governo. Essa repetição ocorre agora porque o presidente demorou a reconhecer a derrota e, mesmo pedindo que desobstruam as estradas, não o faz com firmeza.

Quem são os baderneiros? Essa inversão de valores tem a marca do "estilo Bolsonaro" Hipócrita, quando se diz um "homem de Deus" e defensor da Pátria e da Família, o presidente derrotado, sempre conspirou contra tudo o que não é para seu benefício político. Embora peça para que os manifestantes arrefeçam em seus ilegais protestos, torce para que a coisa se intensifique, que o caos se instale, para auferir daí algum lucro político.

Ainda bem que, o que se vê, é o isolamento total do presidente em seu afã de permanecer no poder mesmo à revelia da soberania das urnas. Nenhuma das instituições da República concordam com a baderna instalada por seus seguidores. A comunidade internacional já reconheceu a vitória de Luís Inácio Lula da Silva. Diante disso, resta agora, ao derrotado, pacificar o país, arrumar suas gavetas e cair fora. Afinal, urna falou, locuta est.




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