Um acidente de percurso. É isso que foi a eleição de Jair
Messias Bolsonaro em 2018. Despreparado e, ainda por cima, arrogante, o
presidente derrotado e que deixará o Palácio do Planalto dentro de poucos dias,
já se vê abandonado pelos que antes o endeusavam. Os que antes o elogiavam, o
faziam por interesse ou temor da caneta cheia de tinta. Hoje, esses mesmos, ao
sair das últimas audiências com o quase ex-presidente, dizem, com risinhos de
deboche: “Bolsonaro já era”.
No poder, o capitão punha e dispunha. Gritava com quem quer
que fosse. Sua opinião era a final e pronto. Ninguém ousava questionar.
Desavisado, porque não recebia conselhos, Bolsonaro não sabia, que os mesmos
que fazia genuflexão a ele, guardavam umas pedrinhas no bolso para serem usadas
na hora oportuna. O presidente da Câmara, Arthur Lira, é o exemplo mais
acabado. Já jogou a sua pedra quando aceitou o apoio de Lula para sua
reeleição.
Pelo visto - tirante do caduco general Heleno -, o “mito” não
deixa nenhuma “viúva” a chorar-lhe a derrota. Pouquíssimos são os que continuam
fiéis. A maioria dos áulicos já se incorpora à nova ordem. Diante dessa
incapacidade de reunir na adversidade e com a caneta seca de tinta,
dificilmente, Jair Bolsonaro, se credenciará para comandar a oposição, mesmo
porque, além de mostrar-se desagregador, já é tido como um dos piores que
ocupou a cadeira de presidente da República.
Nenhum comentário:
Postar um comentário