Nada está sendo mais recorrente do que essa história das
joias de Michelle Bolsonaro. No entanto, nada também está tendo tanta
repercussão quanto isso. O assunto vem sendo notícia não somente aqui, mas, no
mundo todo. Afinal, perante a comunidade internacional, Jair Bolsonaro e sua
família, são conhecidos como pessoas de quinta categoria. Alhures, nem os
simpatizantes da extrema direita se convenceram de que o “mito” e sua trupe,
são algo para se levar a sério.
Aqui no Brasil, em 2018, Jair Bolsonaro conseguiu enganar à
maioria dos brasileiros quando foi exitoso nas urnas. Mesmo depois de tanto
desgaste, quando no exercício da presidência, conseguiu amealhar quase a metade
dos votos dos brasileiros agora em 2022. O comportamento do ex-presidente,
durante o exercício do cargo, o pôs em situações vexatórias quando das
denúncias das “rachadinhas” praticadas por seus filhos na Câmara Municipal do
Rio de Janeiro e na Assembleia Legislativa daquele Estado, e quanto ao seu
comportamento negacionista durante a pandemia.
Não bastasse isso, durante a campanha eleitoral do ano
passado, veio à tona a informação de que o então presidente e sua família,
adquiriram mais de cinquenta imóveis comprados com dinheiro vivo; sem falar nas
despesas efetuadas com o cartão corporativo da presidência da República em
lugares em que o presidente não esteve, e nos cheques de Fabrício Queiroz para
a primeira-dama Michelle. Todas essas irregularidades, e outras, estão vindo à
baila, devagarzinho, à medida que os rastros da trupe que habitou o palácio da
Alvorada estão sendo analisados.
Agora, vem a questão das joias da ex-primeira-dama, Michelle
Bolsonaro. Recebido, a título de presente, um estojo de luxo contendo joias no
valor de R$ 16,5 milhões, foi apreendido pela Receita Federal, no aeroporto de
Guarulhos. Retido durante mais de um ano, o presente, somente às vésperas de
deixar o cargo de presidente, Jair Bolsonaro, resolveu resgatar essas joias sob
o pretexto de que elas deveriam fazer parte do patrimônio da União. Essas
joias, segundo, consta, foram presenteadas pelo rei da Arábia Saudita a
Michelle Bolsonaro.
Estranho, muito estranho o empenho do então presidente em
reaver esse mimo saudita. Se a intenção fosse mesmo a de incorporar essas joias
ao patrimônio da União, por que esse afã em resgatá-las somente às vésperas de
deixar o cargo? É certo, que a primeira-dama, poderia usá-las enquanto seu
marido estivesse no exercício do cargo de presidente. A estranheza se
caracteriza quando observamos que a tentativa de resgatá-las, ocorreu faltando
dois dias para o fim do mandato de Bolsonaro. Fica então a pergunta que não
quer calar: Iriam mesmo, essas joias, para o acervo histórico da União ou,
estariam agora no pescoço de Michelle Bolsonaro?
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