ODE

quarta-feira, 8 de março de 2023

As joias do presidente

Nada está sendo mais recorrente do que essa história das joias de Michelle Bolsonaro. No entanto, nada também está tendo tanta repercussão quanto isso. O assunto vem sendo notícia não somente aqui, mas, no mundo todo. Afinal, perante a comunidade internacional, Jair Bolsonaro e sua família, são conhecidos como pessoas de quinta categoria. Alhures, nem os simpatizantes da extrema direita se convenceram de que o “mito” e sua trupe, são algo para se levar a sério.

Aqui no Brasil, em 2018, Jair Bolsonaro conseguiu enganar à maioria dos brasileiros quando foi exitoso nas urnas. Mesmo depois de tanto desgaste, quando no exercício da presidência, conseguiu amealhar quase a metade dos votos dos brasileiros agora em 2022. O comportamento do ex-presidente, durante o exercício do cargo, o pôs em situações vexatórias quando das denúncias das “rachadinhas” praticadas por seus filhos na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e na Assembleia Legislativa daquele Estado, e quanto ao seu comportamento negacionista durante a pandemia.

Não bastasse isso, durante a campanha eleitoral do ano passado, veio à tona a informação de que o então presidente e sua família, adquiriram mais de cinquenta imóveis comprados com dinheiro vivo; sem falar nas despesas efetuadas com o cartão corporativo da presidência da República em lugares em que o presidente não esteve, e nos cheques de Fabrício Queiroz para a primeira-dama Michelle. Todas essas irregularidades, e outras, estão vindo à baila, devagarzinho, à medida que os rastros da trupe que habitou o palácio da Alvorada estão sendo analisados.

Agora, vem a questão das joias da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Recebido, a título de presente, um estojo de luxo contendo joias no valor de R$ 16,5 milhões, foi apreendido pela Receita Federal, no aeroporto de Guarulhos. Retido durante mais de um ano, o presente, somente às vésperas de deixar o cargo de presidente, Jair Bolsonaro, resolveu resgatar essas joias sob o pretexto de que elas deveriam fazer parte do patrimônio da União. Essas joias, segundo, consta, foram presenteadas pelo rei da Arábia Saudita a Michelle Bolsonaro.

Estranho, muito estranho o empenho do então presidente em reaver esse mimo saudita. Se a intenção fosse mesmo a de incorporar essas joias ao patrimônio da União, por que esse afã em resgatá-las somente às vésperas de deixar o cargo? É certo, que a primeira-dama, poderia usá-las enquanto seu marido estivesse no exercício do cargo de presidente. A estranheza se caracteriza quando observamos que a tentativa de resgatá-las, ocorreu faltando dois dias para o fim do mandato de Bolsonaro. Fica então a pergunta que não quer calar: Iriam mesmo, essas joias, para o acervo histórico da União ou, estariam agora no pescoço de Michelle Bolsonaro?  



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