O “cachorro quente” mais gostoso que já comi na vida foi o
que Maria do Carmo Costa, mais conhecida por “Maria Costa”, fazia e vendia na
porta do Ginásio “Nossa Senhora do Bom Conselho”. Vendia fiado e anotava numa
pequena caderneta e, no mais das vezes era por nós enganada quando deixávamos
de pagar, ou a enrolávamos, diminuindo a conta. Maria Costa era uma figura de
porte raquítico, morena quase preta, pequenina, porém adorável de temperamento,
simples, humilde e muito trabalhadora.
Além de fazer “cachorro quente”, fazia também tapiocas com
coco ralado e, no dia a dia, trabalhava como cozinheira em casas de famílias, para
prover o sustento de alguns familiares pobres como ela. Os princesenses que
como eu estão hoje na terceira idade e que estudaram no Ginásio, hão de lembrar-se
dessa figura antológica da nossa adolescência e juventude. Aos que tiverem
acesso a essa matéria, tenho certeza de que, ao lê-la, sentirão o cheiro e o
sabor gostoso do “cachorro quente” de Maria Costa.
Viveu pouco aquela lutadora pela vida. Ela era filha da
Parteira Curiosa mais famosa de Princesa: “Mãe Filó”. Contraiu uma doença, foi
para o Recife tratar-se sob os auspícios de seu irmão Raimundo Costa, mais
conhecido como “Costiano” e lá morreu, e lá foi sepultada. Saudades de Maria
Costa. Em sua homenagem, quando prefeito, mandei nominar uma das ruas do Bairro
“São Francisco”, em Princesa, com duas placas com a inscrição: “Rua Maria
Costa”.
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