quarta-feira, 25 de outubro de 2023

A guerra do Rio

Existem guerras declaradas entre nações inimigas, mas existem também guerras sub-reptícias como a guerra que assola a cidade do Rio de Janeiro há várias décadas. Nos últimos dez anos perderam a vida, de forma violenta, no Rio de Janeiro, mais pessoas do que as que pereceram na guerra da Síria que durou 10 anos e, nesse meio, morreram muitos inocentes, vítimas de balas perdidas ou de irresponsabilidade, tanto da Polícia Militar quanto dos grupos de milicianos e traficantes.

Diante dos graves e trágicos acontecimentos dos últimos dias, quando vários ônibus foram incendiados na Zona Oeste do Rio de Janeiro, as autoridades se empertigam, sufocadas por gravatas Gucci, para fazerem pronunciamentos públicos. O governador do Rio, Cláudio Castro – como se isso fora uma novidade ou não fora da conta dele – disse: “Não seremos complacentes, não arredaremos um milímetro na intenção de punir os culpados”.

Já o Secretário Executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli (este sem gravata) afirmou: “A situação no Rio é gravíssima, inaceitável!” Ora, esses caras falam como se estivessem descobrindo o Brasil! Há décadas que a cidade do Rio de Janeiro vem sendo atacada, sob o controle de traficantes e milicianos que dominam tudo, o que vem se expandindo dia-a-dia e se agravando sobremaneira e, as providências tomadas, são somente discursos vãos.

O mal tem de ser extirpado pela raiz. Milicianos que antes existiam com o pretexto de promover a segurança da população ante o terror do tráfico de drogas, agora, associados a estes, agem da mesma forma. A Polícia Militar que deveria combater as duas facções (milicianos e traficantes) no mais das vezes, é conivente com eles. Para completar, grande leva de políticos dão cobertura a esses terroristas e até os condecoram com medalhas, porque são eles os promotores de suas eleições.

Pelo visto, não tem jeito. Passada essa onda de terror que está assolando a “Cidade Maravilhosa”, tudo se aquietará, todos esquecerão o que aconteceu e o que as autoridades disseram. Em breve virão as cenas do próximo capítulo. Prova disso é a fala de um cidadão brasileiro que mora em Israel e foi perguntado se, diante dos perigos de lá, não queria voltar para cá. Reparem no que ele disse: “Aqui em Israel nós estamos mais seguros do que no Rio de Janeiro”. A bola está com o bispo.



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